CRÔNICA NATALINA
por Almir Pascale
Cardoso - Cronista, formado em administração de
empresas. -
almir_pascale@hotmail.com
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Outro dia
fui à loja de roupas masculinas onde sempre faço
compras, pois precisava comprar uma camisa branca
para o presente de amigo secreto. Lá chegando, fui
de encontro ao vendedor de minha preferência (um
que não fica querendo me empurrar coisas que não
pedi). Após solicitar a mesma, e enquanto
aguardava o retorno do vendedor que havia ido aos
fundos da loja (depósito) para procurar a camisa,
comecei a ouvir os dois vendedores que estavam ao
meu lado:
- Nossa, fiz um empréstimo para as festas de fim
de ano, e mesmo assim acho que precisarei usar meu
limite do cheque especial!
O outro vendedor visivelmente contrariado, passou
a mão no enorme bigode que possuía e falou:
- Amigo, o que você e sua família ganham gastando
tanto dinheiro?
- Ora, vamos comer um enorme pernil assado, peru,
castanhas, panetones... beberemos muito champanhe,
vinho... e refrigerantes para as crianças. Fora
todos os presentes que estamos comprando, a casa
que pintei e os móveis que troquei para fazer
bonito para as visitas... É, não está saindo
barato!
- E o que você e sua família ganham com toda essa
comilança, o que ganham com toda essa gastança?
- Homem, comer é muito bom, beber melhor ainda, e
preciso fazer bonito para as visitas!
- Amigo, em casa nós comeremos a mesma comida de
todos os dias, é claro que a mulher vai fazer um
franguinho assado e uns doces para os meninos, mas
é só isso! E se recebermos visitas, ficaremos
muito felizes, mas eles vão ter que gostar da
minha casa do jeito que é, e da comida que
comemos. Fora isso, é até pecado gastar tanto
dinheiro com comida, sabendo que muita gente mal
vai ter um pão amanhecido para comer. Fora isso,
você não sai das dívidas, continua morando de
aluguel, não tem carro...
Como a conversa estava boa, e o meu vendedor já
havia retornado com a camisa, solicitei dois pares
de meia, pois assim, teria mais tempo para
continuar a ouvir os outros dois vendedores.
E o endividado comentava:
- Certo, certo, como sempre você está certo. E
tenho certeza que agora vai dizer que tem casa
própria, carro e chácara. Fora isso, não deve nada
para os bancos e ainda tem uma pequena poupança.
- Acertou em quase tudo, mas a poupança nós
gastamos!
- Ah! Está vendo, fala de mim, mas gastou toda a
poupança nas festas de fim de ano!
Aí é que você se engana, a mulher e os meninos
estavam querendo uma casinha na praia, e como
sabia que um parente endividado estava vendendo
baratinho, fui até lá e comprei com a minha
poupança. Vê a diferença, enquanto você gasta seu
dinheiro com mais comida do que precisa e fica
querendo fazer bonito para as visitas, eu vou
preparando meu pé de meia para quando estiver mais
velho, e ainda deixo alguma coisa para os meninos
quando eu morrer.
O outro vendedor coçou a cabeça, pensou por alguns
instantes e falou:
- Será que ainda dá tempo de devolver o pernil?
Autor:
Almir Pascale
Cardoso
- Cronista, formado em administração de
empresas. -
almir_pascale@hotmail.com
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