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RESENHA CRÍTICA DO FILME "APENAS O FIM"   
por Rodolfo Lima - Jornalista, ator e crítico de cinema -
e-mail: dicaspravaler@yahoo.com.br
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APENAS O FIM  -  (Foto Divulgação)

CRÍTICA - APENAS O FIM -  Um casal em vias de terminar a relação é algo que o cinema produz aos montes. Qualquer filme "sério", "alternativo", "europeu", trás em sua gama de conflitos um casal em crise, é básico as relações serem discutidas a partir do confronto a dois. A nova safra do cinema nacional já tem seu representante, oriundo da elite carioca, mas precisamente da PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro, que atende pelo nome de Matheus Souza, de apenas 20 anos, que no melhor exemplo uma idéia na cabeça e uma câmera na mão, pois para rodar seu primeiro e bem sucedido filme.
"Apenas o fim" conta a história de uma garota (Erika Mader) que decide terminar o namoro e oferece ao namorado (Gregório Duvivier) apenas uma hora - ou para transarem ou para conversarem - antes que ela parta de vez. Ele escolhe conversar e o filme nada mais é do que isso: sobre uma conversa de um casal pré-término. A associação imediata é com os filmes de Richard Linklater ("Antes do Amanhecer" - 1995 e "Antes do Por do Sol" - 2004) o que é uma ótima referência para qualquer cinéfilo. Quem não gostaria de fazer algo parecido que atire o primeiro rolo de filme.
Sutil, singelo e carismático. O filme em 80 minutos constrói através de referências para o expectador o universo adolescente do casal. O que em alguns momentos soa como impostado, dado ao excesso de referências.
Uma das contradições do roteiro "engraçadinho" - escrita pelo próprio Souza - é o fato do namorado ter a boy band Backestreet Boys como referência aliada ao fato dele ter feito parte do fã clube da Britney Spears, ler a revista Bravo e ter como referência o filme "Embrigado de Amor" do diretor cult Paul Thomas Anderson. É possível tais contradições num jovem? Sei que sim, mas não engoli. Detalhe: ele zomba dela ao saber que ela vê filmes de Jean Luc Godard.
As referências usadas durante a tal hora que o casal dispõe, é muita mais bem elaborada e criativa das que existem no "passado" das personagens. Cansa e se tornam óbvias as idas e vindas que o roteiro oferece. É muito mais interessante ver o casal andando pelas dependências da universidade do que ver as lembranças em preto e branco.
O filme rodado em 15 dias com R$ 8.000,00 reais ganhou prêmios no Festival de Rio e na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. O mais interessante é que o filme acaba agradando tanto os jovens quanto a uma platéia mais velha, talvez pelo tom nostálgico da história.
Os dois amigos do namorado que eles encontram enquanto caminham, são responsáveis pelas cenas mais patéticas que quebram o possível clima melancólico do filme. Prova de que o excesso fez parte da escolha de Souza - e que acabou sobrando no filme - é uma das cenas finais que mostra os bastidores de uma filmagem que não acrescenta em nada, nem na cena pós-créditos do filme.
"Apenas o fim" é uma ótima escolha para prestigiar o cinema nacional e fugir dos filmes que abordam a miséria humana.

Ficha Técnica
Título Original: Apenas o Fim
Gênero: Comédia Dramática
Duração: 80 min.
Ano: 2009
Estúdio: Atitude Produções
Distribuidora: Filmes do Estação
Direção e roteiro: Matheus Souza

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Crítico: Rodolfo Lima - Jornalista, ator e crítico de cinema - e-mail: dicaspravaler@yahoo.com.br

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