CRÍTICA: ZOHAN - O AGENTE BOM DE CORTE –
Com
um besteirol de primeira e uma comédia pra lá de
infantil, Adam Sandler acha que é o “máximo do
máximo” entre as mulheres, mas o que acontece, é que
foi uma péssima idéia. Pensei que o ator não
poderia fazer pior atuação, mas me enganei
completamente. Confesso que gostei do longa Click
e razoavelmente do “Eu os declaro marido e... Larry”,
mas o exagero em tentar se mostrar irresistível
entre as mulheres – com roupa apertadinha e às vezes
com o bumbum de fora -, faz o estilo de comédia que
intitulo de
besteirol de primeira, acabando
completamente com o que poderia ser uma bela tarde
de sábado, transformando-se em uma tediosa tarde de
sábado chuvosa com direito a bolinho de chuva oleoso
carregado de açúcar e muitas calorias. Em “Zohan”, tudo é normal. Todas as velhinhas que
freqüentam o salão de cabeleireiros do qual o
protagonista trabalha, querem transar com ele, fato
- por falta de originalidade -
que é consumido em boa parte da projeção e, por
incrível que pareça, a produtora Happy Madison e o
roteiro do longa, pertencem ao ator Adam Sandler. É,
parece que ele quer de qualquer maneira fazer
sucesso entre as mulheres, mesmo se for de
“mentirinha” em um longa-metragem B. Mariah
Carey aparece (aparece?) com uma péssima atuação
numa ponta do longa e, além de mostrar "bem"
visivelmente que fez "algumas" plásticas em seu
rosto, também mostra que não sabe nada de cinema e
que seu dom é mesmo cantar. Não
consigo imaginar que gastaram 90 milhões de dólares
neste cansativo longa-metragem...
Pô, Sandler, até
“A Herança de Mr. Deeds” foi melhor, mas o pior de
tudo, é mostrar que Nova York é o lugar dos sonhos
para imigrantes que acabam como taxistas, vendedores de pretzel ou
vendedores de aparelhos eletrônicos contrabandeados.
Os mais sortudos como Zohan, depois de muitas
dificuldades, acabam virando cabeleireiros de
anciãs, mas não sei se carregam o dever de vender
seus corpos para realçarem o sucesso, como nosso
agente israelense fez.
Ah, antes que eu termine, vi alguns “espectadores”
dormindo durante a projeção e uma espectadora "infelizmente"
na nossa frente pra lá de chata que não parava
quieta um segundo sequer no assento.
Dúvida cruel:
não sei se foi o longa ruim ou se tudo isso foi por
causa
dos calóricos e oleosos bolinhos de chuva...
Minisinopse oficial: O Agente israelense Zohan Dvir (Adam Sandler) –
conhecido como O Zohan – é o contra-terrorista mais
famoso de seu país. Extremamente experiente,
aparentemente indestrutível, Zohan é igualmente fã
das mulheres como também mestre em liquidar seus
inimigos, incluindo seu rival, o terrorista
palestino O Phantom (John Turturro). Mas Zohan
possui um segredo… apesar de amar seu país, ele está
cansado de tanta briga, e sonha com a oportunidade
de se afastar temporariamente do Exército e
expressar melhor sua criatividade virando
cabeleireiro. Entretanto, enquanto estiver lutando
contra o terrorismo, o sonho de Zohan torna-se
impossível de ser realizado, o que o leva a dormir
noites a fio sobre imagens de 1987 do livro de
estilo de Paul Mitchell, que ele mantém escondido em
seu quarto.
Zohan consegue a sua chance quando O Phantom resurge.
Ao invés de acabar com ele, Zohan finge a sua
própria morte e escapa, deixando O Phantom feliz da
vida acreditando que finalmente conseguiu destruir
Zohan. De malas prontas em um avião para Nova York,
apenas com um sonho e algumas peças de roupa na
bagagem, Zohan se esconde num container com dois
cães, Scrappy e Coco.
A primeira parada de Zohan vai ser no salão de Paul
Mitchell, onde ele assume a sua identidade
disfarçada: “Scrappy Coco”. “Scrappy” espera ser
contratado, mas é ridicularizado por seu jeito
antiquado. Porém, Zohan não vai desistir de sua
missão de fazer o mundo tornar-se macio e sedoso.
Ficha Técnica:
Título Original: You Don't Mess with the Zohan
Gênero: Comédia
Duração: 113 min.
Ano: EUA - 2008
Estúdio: Happy Madison Productions / Relativity
Media
Distribuidoras: Columbia Pictures / Sony Pictures
Releasing
Direção: Dennis Dugan
Roteiro: Adam Sandler, Robert Smigel e Judd Apatow
Produção: Jack Giarraputo e Adam Sandler
Crítico: Ademir Pascale é crítico de cinema,
escritor, ativista cultural, administrador e criador do portal Cranik
www.cranik.com e do projeto de inclusão social
e cultural "Vá ao cinema!". Contatos para matérias
em Jornais, Sites ou Revistas, e-mail: ademir@cranik.com