RESENHA
CRÍTICA DO FILME "VIOLÊNCIA GRATUITA"
por
Ademir Pascale - Crítico de Cinema e Editor do
Portal Cranik -
ademir@cranik.com
Clique Aqui e conheça a Equipe Cranik
VIOLÊNCIA GRATUITA
- (Foto Divulgação)
Chocante, visceral e terrível.
CRÍTICA: VIOLÊNCIA GRATUITA - Um filme
deveras raro... não, raro é pouco. É muito difícil
assistir um filme em que os vilões sempre se dão bem
em todos os momentos de projeção. Com uma boa dose
de Laranja Mecânica no enredo, Violência Gratuita
é um terror psicológico terrível e visceral; não
consegui desgrudar os olhos da tela. No final, por
um breve momento, me arrependi de tê-lo assistido,
mas, depois do arrependimento e dos socos na parede,
pensei: “Mas esta não é a nossa realidade? Não é
verdade que os vilões na maioria das vezes se dão
bem? O mocinho dificilmente ganha, e é decorrente a
esta idéia que filmes onde o bonzinho sempre ganha é
que fazem sucesso, pois é isso o que desejamos que
aconteça em nossas vidas; o desejo de lutar, fazer o
bem e vencer sempre. O vilão? Vai preso, e quando
morre vai para os confins do inferno... Mas, será
que isso realmente acontece? Não sei depois da
morte, mas em vida, são milionários que ocupam
grandes cargos, gastando em um único almoço o
dinheiro que daria para sustentar uma família
inteira por seis meses, ou grandes degustadores do
bom vinho que gastam o valor do salário de três anos
de um trabalhador em uma única e pequena garrafa
importada. É por isso que aplaudo filmes
estrangeiros que mostram a realidade explícita das
coisas e, os nacionais, posso destacar dois bons
documentários: Estamira e Ilha das Flores.
São difíceis de assistir, principalmente para os
emotivos como eu. Resumindo: nos dois documentários
citados, vemos coisas que não passam na programação
da nossa querida tevê; pessoas comendo lixo junto
com porcos, cães e urubus; restos de nossas
refeições estragadas e cheias de vermes... Agora
pergunto: será que eles escolheram essa vida? Cadê
os programas sociais que defendem os direitos, a
saúde e o bem estar do ser humano? Bom, vamos fechar
os olhos como sempre fazemos e esquecer tudo isso.
Vamos sonhar com o nosso mundo de contos de fadas,
onde o herói e necessitado nunca são esquecidos e
sempre vencem no final, mas antes disso, assista ao
documentário de NÃO FICÇÃO Ilha das Flores
CLICANDO
AQUI. Depois alugue o também documentário Estamira
e o filme de ficção desta resenha crítica Violência
Gratuita. Mas já aviso: se você for mais emotivo do
que eu, ou diferente de mim e preferir continuar
vivendo num mundo de sonhos, NÃO ASSISTA OS FILMES
QUE RECOMENDEI. Agora, se for assistir, mesmo que
arrastado, depois da exibição, lute para que as
coisas melhorem, nem se for como eu com esta humilde
resenha crítica. Lembro que alguém – acho que foi a
Madre Tereza de Caucutá - disse uma vez que era como
uma gota no oceano, mas que sem ela, o oceano seria
ainda menor... Sorria, nem tudo está perdido.
Sinopse: Neste thriller provocante e brutal do
diretor Michael Haneke, uma família em férias recebe
a inesperada visita de dois jovens profundamente
perturbados, em sua casa de campo, aparentemente
calma e tranqüila. A partir daí, suas férias de
sonhos se transformam em pesadelo quando são
sujeitados a inimagináveis terrores e provações para
continuarem vivos.
Ficha Técnica
Título Original: Funny Games U.S.
Ano: EUA - 2008
Distribuidora: Califórnia Filmes
Direção e roteiro: Michael Haneke
Direção de Fotografia: Darius Khondji
VIOLÊNCIA GRATUITA - Foto Divulgação
Filme:
Ótimo:
Bom:
Regular:
Crítico:
Ademir Pascale é
ativista cultural, crítico de cinema, escritor, editor e criador do portal Cranik
www.cranik.com e do projeto de inclusão social
e cultural "Vá ao cinema!". Contatos para matérias
em Jornais, Sites ou Revistas, e-mail: ademir@cranik.com
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