VELOZES E FURIOSOS - DESAFIO EM TÓQUIO
(Universal
Pictures)
ESTES SIM SÃO "CARROS" DE
VERDADE
CRÍTICA - VELOZES E FURIOSOS - DESAFIO EM
TÓQUIO:
Quando você entra em um
cinema para uma sessão de “Velozes e Furiosos –
Desafio em Tóquio”, você sabe o que vai encontrar, e
está longe de ser algo parecido com “Casablanca”,
principalmente se você viu os dois filmes anteriores
dessa franquia, por isso, se por um acaso você sente
pavor desse gênero, aqui está sua chance de parar de
ler esse texto, pois a partir de agora é só elogios.
Para começar o filme sai na frente a quilômetros de
distância do terrível “+Velozes e +Furiosos”, e
obviamente fica para trás do primeiro, mas se você
não analisar a fundo como todo mundo adora fazer,
“Desafio em Tóquio” não decepciona.
O primeiro erro é sempre o mais comum, criticar o
roteiro, mas que roteiro, será que ninguém percebe
que a ausência de roteiro é proposital, é um filme
sobre um adolescente desajustado que depois de se
meter em um par de confusões automobilísticas pela
vida, a mãe o manda para a casa do pai em Tóquio, lá
ele tem que se adaptar a uma nova cultura e é claro,
sustentar seu vício por corridas clandestinas, é
quando ele conhece o mundo do drift (pistas cheias
de curvas onde a derrapada é o mais importante), e
de quebra se apaixona pela namorada do “Rei do Drift”
e yakuza nas horas vagas.
Que aprofundar personagens e situações que nada,
desde o primeiro momento você sabe exatamente o que
vai acontecer, e não está preocupado, o que você
quer é ver carros tunados a 200km/h nas ruas da
capital japonesa, manobras cheias de estilo, e de
quebra ainda um desfile de nipônicas de mini-saia. À
essa hora devo estar sendo chamado de porco
chauvinista, mas a verdade é que todo homem gosta de
carros tunados e mini-saias. O ponto positivo para o
roteiro é saber fazer graça com essa debilitada
história, fazendo o filme escorrer testosterona pela
tela.
No começo do filme o herói simplesmente, ao perceber
que o gordinho está sendo “pintado” pelos valentões
vira as costas e vai fazer suas coisas, para logo
depois dar em cima da namorada do galã do time da
escola e propor uma corrida para ver quem fica com a
garota, coisa de macho. Chegando no Japão ele parece
não ter vergonha de estereotipar toda a cultura
moderna (e antiga) da terra de onde nasce o sol, com
direito a japonês com macarrão pendurado na boca e
tudo.
Outro erro comum é achar que os personagens não são
explorados, e mais uma vez a resposta é a mesma,
ninguém quer personagens explorados, quem entra na
sala de exibição quer ver carros, mostradores de RPM
na tela, derrapadas, pinturas estilosas e mais
carros se possível, afinal de contas os verdadeiros
astros do filme são os Mitsubishis Lancer Evo os
Nissans Skylines, Mazdas RX8s e o grande herói do
filme, o Mustang reformado para ganhar a derradeira
corrida, representando o novo e tradicional, o
tunado colorido e o muscle car ameaçador, o ocidente
e o oriente... Viu como até do filme mais raso se
consegue tirar algum simbolismo.
A respeito da direção, basta dizer que o diretor
Justin Lin, consegue fazer muito bem o trabalho
dele, que é não deixar o público ficar tempo
suficiente sem imagens impactantes e carros a toda
velocidade para perceberem que o filme não tem
roteiro e o elenco humano é ridículo (o que é aquele
“DK” o tempo inteiro com as sobrancelhas cerradas),
tirando o Sun Kang, no papel de Han, que parece
estar incrivelmente a vontade no papel.
Voltando a direção, alguns podem reclamar das
seqüências de corridas e perseguições, mas aqui vai
uma constatação, quem já viu “Bullit”, “Operação
França” e “Viver e Morrer em Los Angeles” sabe que o
que melhor podia ser feito está ali, aos pobres
diretores agora só lhes restam ter aulas desse tipo
de seqüência com esses três filmes, e Justin Lin não
decepciona, conseguindo mostrar bem claramente esses
momentos, sem marcar uma época, como os três citados
e o primeiro da franquia “Velozes e Furiosos”
fizeram, mas faz um belo trabalho, principalmente
quando você pensa que quase uma centena de carros
foram parcial ou totalmente destruídos durante as
filmagens, sem uso nenhum de computação, tudo no
melhor estilo dublê.
Se você chegou até essa parte do texto, ou você
gosta realmente de uma caranga envenenada e vai
correndo pro cinema, ou deve estar achando que eu
não entendo nada de cinema, mas isso não tem
importância, o que importa são os carros.
Gênero: Ação Duração: 105 min. Pais: EUA Ano: 2006 Distribuidora: Universal Pictures Diretor: Justin Lin Elenco: Brandon Brendel , Daniel Booko ,
Lucas Black , Zachery Ty Bryan Site Oficial: Clique aqui