"Faz mais de três
anos que estou para fazer esta resenha crítica[...]"
UM LUGAR CHAMADO NOTTING HILL, O TERROR GÓTICO
ESQUECIDO E OUTRAS HISTÓRIAS:Um Lugar
Chamado Notting Hill nos remete ao mágico, nos
levando a crer que o impossível não existe. Admito
que este longa-metragem foi um dos mais marcantes
que já assisti, e, sei que muitos podem achá-lo
simples, ou mesmo banal, mas o fato do impossível se
tornar realidade; a trilha sonora, as excelentes
interpretações etc., são incríveis, principalmente
para os cinéfilos "emotivos", como eu. Hug Grant
encarna suas personagens de tal maneira, que chega a
nos convencer. - Existem críticos que confundem a
vida pessoal do ator com sua vida profissional, mas
o que Grant faz fora das telas, não me interessa.
Faz mais de três anos que estou para fazer esta
resenha crítica, mas sempre ao "tentar" fazê-la,
surgia um lançamento, e a idéia acabava ficando para
trás.
Adquiri o CD com a trilha sonora de “Um Lugar
Chamado Notting Hill“ somente pela apaixonante
música “She” do Elvis Costello. Gosto de filmes de
praticamente todos os gêneros, menos Terror, odeio
filmes do estilo "O Exorcista" ou "O Chamado". Estes
filmes carregam uma certa negatividade que não me
fazem bem. Lembro perfeitamente da estréia de "O
Chamado". Sai mal do cinema e passei um fim de
semana horrível. Já "O Exorcista", assisti sozinho
quando tinha apenas 7 anos de idade – assisti
escondido de minha mãe e posteriormente, tive um
grande castigo, passei uma semana sem dormir. Por
isso, acredito na Cinematerapia, pois existem filmes
que nos fazem bem, filmes que nos fazem mal, e
filmes neutros - este último, são aqueles filmes sem
sal nem açúcar, em outras palavras, sem pé nem
cabeça.
Vou dar um bom conselho "anote" todos os filmes que
você assistiu, gostou e se sentiu bem. Eu faço isso,
pois assisto tantos filmes, que é preciso anotar
para não esquecê-los, a não ser estes que são
marcantes mesmo, como " Um Lugar Chamado Notting
Hill" ou o terrível "O Exorcista" que marcou a minha
infância. No meu ponto de vista, entre os filmes
contemporâneos, tenho " Um Lugar Chamado Notting
Hill” como um marco do gênero comédia romântica, mas
“Tudo Acontece em Elizabethtown”; “Simplesmente
Amor”; “De Repente é Amor” e “O Amor não tira
férias” não ficam atrás (quanto amor...).
Mais uma vez me pego fazendo a posição de “O Pensador
de Rodin”. Afinal, o que os filmes “contemporâneos”
de terror podem nos trazer de bom? Nada. É sangue
para todos os lados, assassinatos, esquartejamentos,
pessoas possuídas andando pelos tetos das paredes,
sofrimento... CHEGA. Adoro os filmes de terror do
estilo gótico, OS VERDADEIROS, porém extintos. Horace Walpole, Mary Shelley, Edgar Alan Poe, Alfred
Hitchcock, Bram Stoker e Nathaniel Hawthorne,
poderiam ser eternos. Adoro o trabalho do
irreverente Tim Burton que, apesar de trágico, o seu
gótico é mais voltado para o lado cômico, ou seja,
uma tragicomédia. Enfim, o verdadeiro estilo gótico
parece que não sai mais dos livros ou dos
quadrinhos, pois quem leu a obra prima de Frank
Miller, intitulada “O Cavaleiro das Trevas” sabe
muito bem do que estou falando e que, os filmes do
Batman deixam muito a desejar, a não ser Batman
Begins que foi razoavelmente melhor do que os seus
antecessores - pelo menos não tinha um Bruce Wayne
almofadinha.
Agora, os filmes do gênero comédia romântica nos
fazem refletir sobre o próximo e sobre o eu
interior, são alegres e carregam uma certa força
positiva, altamente recomendáveis. Em “Um Lugar
Chamado Notting Hill”, Julia Roberts é Anna Scott,
uma cobiçada estrela do mundo cinematográfico,
enquanto que Hugh Grant é William Thacker, o dono de
uma livraria beirando a falência. As diferenças
sociais são nítidas, mas para o amor, o que é
impossível? O experiente diretor Roger Mitchell
(Quatro Casamentos e um Funeral) mostra uma certa
ligação com Hugh Grant, pois ambos se deram muito
bem nos dois filmes. Só achei o cachê de Julia
Roberts demais da conta, afinal, foram 15 milhões de
dólares para estrelar "Um Lugar Chamado Notting
Hill", um valor que poderia tirar muita gente da
miséria, apesar de ser uma excelente atriz, foram
muitas cifras para uma única pessoal, ou estou
errado?
Ficha Técnica
Título Original: Notting Hill
Gênero: Comédia
Duração: 122 min.
Ano: EUA - 1999
Distribuidoras: Universal Pictures / PolyGram Filmed
Entertainment / UIP
Direção: Roger Mitchell
Roteiro: Richard Curtis
Produção: Duncan Kenworthy
Música: Trevor Jones
Crítico:
Ademir Pascale é
ativista cultural, crítico de cinema, ativista
cultural, Editor e criador do portal Cranik
www.cranik.com ,
www.divulgalivros.org e do projeto de inclusão social
e cultural "Vá ao cinema!". Contatos para matérias
em Jornais, Sites ou Revistas, e-mail: ademir@cranik.com