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RESENHA CRÍTICA "TROPA DE ELITE"   
por Vinicius Vieira - vvinicius@hotmail.com 
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TROPA DE ELITE - (Foto Divulgação)

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Dadinho é o caralho!!! Meu nome é capitão Nascimento porra!!!

CRÍTICA - TROPA DE ELITE: Mesmo tendo o perigo de me tornar superficial, vou tratar “Tropa de Elite” de um jeito que poucos vem tratando: como cinema, pura e simplesmente. Para qualquer lugar que se olhe, há uma digressão sobre a inversão de moral do filme ter sido um sucesso nos camelôs do Brasil, ou a respeito de seu caráter violento e do retrato corrupto que esse mesmo faz da instituição da Policia Militar, mais recentemente até, colocando em pauta o fascismo de seus personagens e de uma suposta glorificação a isso. Mas, o que ninguém discute é que tudo isso só acontece graças às qualidades de “Tropa de Elite” como filme.
Depois de visto, é indiscutível que se está de frente com um drama policial da melhor qualidade, e que sem presença dessa violência, da corrupção e desse suposto fascismo, ele não teria o peso narrativo no qual se escora. Não glorifica a violência, pelo contrário deixa ela dar um nó no estômago do espectador, e o tal fascismo, uma besteira, sem ele o filme se tornaria mentiroso, mostraria uma policia boazinha e bonitinha, coisa que não existe, nem no Rio de Janeiro nem em qualquer outro local do mundo em que a violência e a criminalidade criaram uma guerra.
E por fim, ninguém glorifica nenhum desses pontos, e muito menos conjectura com isso, a não ser que alguém também ache que o Hitchcock achava legal alguém empalhar a própria mãe e que Copolla achasse bonito cabeças de cavalo como recados.
Criticar o filme por ser hollywoodiano demais, é melhor nem comentar, tal ignorância não pode nem ser levada em conta, cinema é cinema, aqui, em Hollywood, na Índia etc.
Depois do desabafo, agora ao filme em si.
Dirigido por José Padilha, estreando na ficção depois de seu arrebatador documentário “Ônibus 174”, não vem para mostrar o dia-a-dia do Bope (o batalhão de elite da PM do Rio de Janeiro) e sim para contar a história do capitão Nascimento (Wagner Moura), há uma década na força especial, mas que agora, diante do nascimento de seu primeiro filho, faz de tudo para procurar um sucessor na sua função. Na sua mira, aparecem Neto (Caio Junqueira) e Matias (andré Ramiro), recém chegados na policia.
“Tropa de Elite” é um retrato da policia militar carioca do mesmo jeito que “Cidade de Deus” na época foi tratado como realidade das favelas, indo mais longe ainda, do mesmo modo que “Platoon” é fiel a guerra do Vietnã. Os três contam histórias de personagens dentro de seus mundos, não retratam uma verdade, ao mesmo modo que se destacam por não esquecer dessas histórias diante da criação dessas realidades.
O roteiro, escrito pelo próprio diretor em parceria com Rodrigo Pimentel (também um dos autores do livro) e Bráulio Mantovani (“Cidade de Deus” e “O Ano em Quem Meus Pais Saíram de Férias”) adaptado do livro “Elite da Tropa” de 2006, é tão bem construído que confunde os mais despreparados. Toda trama envolvendo a sucessão do capitão do Bope se confunde com o pano de fundo, levando as pessoas até tentar enxergar o contrário, mas em nenhum momento, a critica social se faz mais presente que o drama pessoal do personagem.
Do mesmo jeito que todas as situações passadas pelos três personagens, como os pagamentos de propina, a própria ligação da policia com o tráfico, as demonstrações truculentas de superioridade etc., que aparentemente estão ali para mostrar o tal “retrato” são claras funções narrativas para demonstrar o quanto, principalmente os dois novatos, mudam com o passar do filme, diante daquilo tudo.
Até o primeiro momento em que os três personagens se cruzam, praticamente tudo que acontece no roteiro é para lapidar seus caracteres e criar essa situação de encontro, onde, enquanto Neto e Matias sobem a favela para arrumar uma confusão que fizeram anteriormente, tentando assim limpar suas consciências, o capitão Nascimento tem que interromper sua limpeza de consciência, na procura do corpo do vapor (soldado do tráfico) que ele indiretamente matou, para salvar os dois.
Todo o roteiro é tão bem encaixado, as situações se seguem tão naturalmente e os personagens são tão cativantes que é impossível não torcer para nenhum dos três, mesmo com claros desvios morais e personalidades violentas, pois sempre passam a impressão de estarem fazendo aquilo por convicções próprias, por uma verdade que acreditam, a formula de qualquer anti-herói.
Mas talvez, a maior sacada seja permear toda história com a narração onisciente do capitão do Bope, recheada de frases de efeito, que vão figurar nas conversas do país por um bom tempo. Essa narração ainda ajuda em muito em deixar o espectador à vontade com a ação, colocando todos dentro de um clima, facilitando a apresentação, tanto dos personagens como das muitas tramas paralelas que aos poucos se convergem.
Essas tramas paralelas só funcionam graças a uma montagem quase episódica de Daniel Rezendo, que junto da direção competente de Padilha vão separando a ação, indo de personagem em personagem, tudo muito bem pontuado. O acerto dessa vez acontece em razão de conseguir sempre estar explorando ao máximo a cena em questão, sem atropelar nada, coisa que ajuda na compreensão do todo, já que a câmera sempre balançando e colada na ação, ao melhor estilo Tony Scott, com uma edição a jato poderia criar uma sensação de desnorteamento narrativo.
Isso sem falar na excelente fotografia de Lula Carvalho, que cria um ambienta quente e úmido, sempre contando com a geografia labiríntica da favela, tornando-a quase mais um personagem.
E mesmo com essa estética, é impressionante ver como o elenco não se intimida com a proximidade da câmera. Caio Junqueira dá um banho de metamorfose, do começo de aspirante frágil e correto ao policial abrutalhado e psicótico de olhos vidrados. Ao seu lado, o estreante André Ramiro faz menos estardalhaço, mas por ganhar um personagem mais complexo, tem a chance de mostrar um trabalho tão bom quanto do companheiro.
Mas “Tropa de Elite” não funcionaria tão bem sem um bom capitão Nascimento, e Wagner Moura parece tão presente e real no papel que assusta. Em certos momentos você percebe o como ele quase se perde dentro do papel (no bom sentido), o como ele está enraizado no âmago daquilo que está fazendo, dos momentos de violência e brutalidade até o modo como ele se mostra frágil e inseguro diante de sua situação de encruzilhada.
Algo que sempre me incomodou em “Cidade de Deus” e em como o público geral recebeu o filme, foi em uma certa glamourização equivocada (por meio do público não da produção) dos personagens traficantes, que obviamente eram os mais interessantes do filme, agora, pelo menos “Tropa de Elite” abre espaço para um possível novo herói, não o Bope e seu “CAVERA!!!”, e sim o capitão Nascimento e seu “Policial tem família, tem medo de morrer... e ninguém quer morrer a toa”, ou se preferir um “Senta o dedo nessa porra”.

Título Original: Tropa de Elite
Gênero: Ação
Ano: Brasil - 2007
Distribuidora: Universal Pictures do Brasil
Direção: José Padilha
Roteiro: Rodrigo Pimentel, Bráulio Mantovani e José Padilha
Produção: José Padilha e Marcos Prado

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Cena do filme "TROPA DE ELITE" - Foto Divulgação

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Crítico: Vinicius Vieira - Jornalista - vvinicius@hotmail.com

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© Cranik - TROPA DE ELITE