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ATENÇÃO: PONTOS DO DESENVOLVIMENTO DO FILME SÃO REVELADOS
Travis (Robert DeNiro): "A
solidão me perseguiu em todos os lugares... em
bares, em carros, calçadas, lojas... em tudo. Não há
como fugir, sou o solitário do Senhor."
Logo no início do filme, quando Travis se oferece
para a vaga de motorista de táxi, ele tenta dizer
algo engraçado, mas o atendente apenas o estranha.
Essa estranheza e esse tom de incomunicabilidade vão
dominar o restante do filme, seja nas situações mais
prosaicas - por exemplo quando Travis vai comprar
refrigerante no cinema, ou em cenas centrais da
história com as personagens Betsy (Cybill Shepherd)
e Iris (Jodie Foster). Há pequenos momentos de
empatia, por exemplo: Betsy sendo convencida por
Travis a sair com ele, mas eles são seguidos de
situações esdrúxulas e diálogos de categoria
kafkiana, os quais não levam a lugar algum e, não
estabelecem nenhuma comunicação positiva.
Não só Travis não consegue se relacionar com o mundo
dos outros, como também os demais personagens não
parecem ter nada de significativo a dizer para ele.
Numa cena importante, sentindo-se confuso, Travis
pede conselhos a um colega da empresa de táxi
conhecido como Wizard (Peter Boyle). O próprio
apelido viria da sua sabedoria superior, Wizard é
atencioso e de fato tentar orientar Travis, mas suas
palavras são superficiais e inócuas. Depois dessa
tentativa falha de entender o que está acontecendo,
os problemas de Travis só farão aumentar. Com Travis,
Iris tem ao menos um lapso de percepção: "não sei
quem é mais esquisito aqui, eu ou você".
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MINIATURAS COLECIONÁVEIS
TAXI DRIVER - (Foto
Divulgação)
Paul Schrader, roteirista do filme, disse que
encontrou na profissão de motorista de táxi um modo
perfeito para representar a solidão típica dos
centros urbanos, aquela que se dá com uma enorme
quantidade de pessoas ao entorno. Entre tantos
méritos de Taxi Driver está uma representação
inesquecível da melancolia dos passeios noturnos
numa grande cidade.
Travis expressa várias vezes sua repulsa em relação
aos "animais da noite", como prostitutas, cafetões
e
bandidos. Por outro lado, ele é atraído e obcecado
por eles, trabalha intensamente nos turnos da noite
e cobre regiões perigosas que seus colegas evitam. O
filme muda de tom justamente quando Travis deixa de
apenas assistir a cidade do seu carro e resolve
interferir. Suas tensões internas e divagações
vão passar a ter conseqüências práticas.
TAXI DRIVER - (Foto
Divulgação)
Algumas pessoas que não gostam de Taxi Driver, tal
como lemos no Internet Movie Data Base, apontam a
dificuldade de compreender as ações de Travis e a
falta de informações sobre a origem do personagem.
Sabemos que ele foi fuzileiro naval, que tem pouca
formação, porém quase nada sobre o seu passado.
Retomando alguns outros filmes dos anos 70, como
Apocalypse Now, podem ser encontrados igualmente
personagens que estão quase sempre em cena, mas
ainda mantêm um forte grau de imprevisibilidade e
mistério. Atualmente esse tipo de construção é muito
incomum e as conexões de causa-efeito tendem a ser
didaticamente estabelecidas e reiteradas, o que
freqüentemente força a simplificações dramáticas
excessivas.
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MINIATURAS COLECIONÁVEIS
TAXI DRIVER - (Foto
Divulgação)
Certamente há um arco dramático em Taxi Driver, mas
não temos, por exemplo, um flash back mostrando um
episódio traumático, o qual explicaria claramente
tudo o que está acontecendo. Como espectadores,
partilhamos com os outros personagens a dificuldade
de compreensão sobre Travis. Há uma
incomunicabilidade estrutural no filme. Com o apoio
disso, as ações do personagem guardam todo o seu
impacto.
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TAXI DRIVER - (Foto
Divulgação)
* Matéria Publicada originalmente no site
Ângulo
Cinema . Fotos ®
Columbia Pictures (Foto Divulgação).
Crítico: Marco Polli -
marcopolli@gmail.com
- Site
Ângulo Cinema
(Convidado Especial do Portal Cranik)
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