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RESENHA CRÍTICA DO FILME "SANGUE NEGRO"   
por Rodolfo Lima - Jornalista, ator e crítico de cinema -
e-mail: dicaspravaler@yahoo.com.br
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SANGUE NEGRO  -  (Foto Divulgação)

 

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CRÍTICA - SANGUE NEGRO - E não é que Daniel Day-Lewis levou o Oscar? Concorrendo ao lado de atores como George Clooney, Johnny Depp e Tommy Lee Jones, Day-Lewis se tornou imbatível na sua representação do “homem-monstro”: Daniel Plainview. Indicado anteriormente por “Em Nome do Pai”(93) e “Gangues de Nova York” (03), o ator colocou a nova estatueta ao lado da que ganhou por “Meu Pé Esquerdo”(90).
Sangue negro não é um filme fácil. Além dos seus 158 minutos, o protagonista não ajuda. É antipático, grosso e ambicioso. Cruel em muitos momentos o personagem de Day-Lewis é o típico homem que ambiciona o sucesso a qualquer custo. O filme tem longas seqüências e um tema que nem sempre resulta num filme atraente, a politicagem do mundo capitalista.
Numa árida região no inicio do século XX, ainda não explorada pela ganância do homem, Plainview se faz presente e nos mostra que o mundo foi feito a base de muita exploração e dinheiro. Sua interpretação é teatral, seus gestos são grandiosos como num grande teatro. E se o ator levou o Oscar é por um motivo: é impossível separar ator e personagem. Diferente de Marion Cottilard que se transformou em Edith Piaf – e merecidamente levou o Oscar de melhor atriz.
É necessário ressaltar que as melhores cenas do personagem se fazem no duelo com o pastor interpretado por Paul Dano. Ao vermos as personificações do capitalismo selvagem duelando com a religião que cega os homens, saboreamos o que de melhor o filme pode oferecer.
O Pastor e o Empreendedor são figuras de um mesmo sistema macabro que tem como intuito ludibriar a população com suas falsas promessas de auxilio e progresso. Só faltou à figura do político para transformar o filme de Paul Thomas Anderson, mas antagônico.
“Deus não salva os idiotas”. A frase dita pelo jovem pastor ficou martelando na minha cabeça no final do filme. Extensas duas horas e quarenta depois. Se Deus não salva os idiotas, por que os deixa soltos entre nós? Porque deixa que eles enganem cada vez mais um número maior de pessoas com seus discursos moralistas, reducionistas, preconceituosos e alienantes? O que é pior para eles? Serem enganados ou viverem solitariamente?
Sangue Negro nos põe a mercê do convívio na sala do cinema, destes indivíduos que evitamos na rua, na vizinhança, na escola. Este tipo de pessoa que além de não nos acrescentar, ainda nos tira o pouco que temos.
Paul Thomas Anderson não levou os famigerados prêmios de direção e filme do ano. “Sangue Negro” não é tão violento como “Onde os Fracos Não Têm Vez”, mas não deixou de revelar as mazelas que corroem o ser humano por dentro e os torna violento e destrutivo.

Ficha Técnica
Título Original: There Will Be Blood
Gênero: Drama
Duração: 158 min.
Ano: EUA - 2007
Distribuidoras: Paramount Pictures/Miramax Films/Buena Vista International
Direção: Paul Thomas Anderson
Roteiro: Paul Thomas Anderson, baseado em livro de Upton Sinclair

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Trailer do filme "Sangue Negro" - Divulgação

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Crítico: Rodolfo Lima - Jornalista, ator e crítico de cinema - e-mail: dicaspravaler@yahoo.com.br

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© Cranik - SANGUE NEGRO (FILME SANGUE NEGRO)