CRÍTICA - ROBIN HOOD:
Robin Hood (EUA, 2010) escrito
por Brian Hegeland a partir de uma história dele em
parceria com Ethan Reiff e Cyrus Voris, dirigido por
Ridley Scott, com Russel Crowe, Cate Blanchet, Max
Von Sydow, Willian Hurt, Oscar Isaac, Danny Huston,
Mark Addy, Kevin Durand e Scott Grimes.
Ridley Scott
já foi um dos cineastas mais celebrados de
Hollywood, hoje, parece preso em um lugar meio sem
vida, cercado por produções milionárias que quase
sempre afundam em suas próprias cifras, e seu “Robin Hood” é exatamente isso: um resultado pobre de
duzentos milhões de dólares.
Pobre tanto por uma direção sem
emoção de Scott, que se resume a apontar suas lentes
para a ação, quanto por uma história desinteressante
e lenta que pouco acrescenta a lenda que precede o
personagem. Bem verdade Scott não falha em criar um
mundo, em parceria com uma direção de arte
sensacional, mas esquece de contar uma história
contagiante.
Nela, o herói, agora vivido por
Russel Crowe, que não consegue ter o charme do
personagem, criando um Robin austero demais e sem
emoção, tem que salvar toda Inglaterra de uma
suposta invasão francesa antes mesmo de se embrenhar
nas florestas de Sharwood. Um Robin Hood “begins”
demais para todos aqueles que entram no cinema a
procura daquele personagem que já ganhou o
consciente coletivo.
E ao mesmo tempo que um roteiro
extremamente bem escrito costura e abraça toda a
trama com propriedade, fazendo com que a história
flua perfeitamente, mesmo cheia de nuances, detalhes
e personagens, escorrega ao se preocupar demais em
explicar a lenda e trazê-la para o mundo real,
contextualizando demais tudo a sua volta. Você dá de
cara com uma briga pelo trono britânico, que,
indiretamente, provoca a troca de um sobrenome (o Loxley), que leva a uma traição, a uma invasão e a
uma cobrança exorbitante de impostos. Uma impressão
de que a história está ali, esperando para ser
contada, mas sempre impedida por um distanciamento
da lenda em si.
Por um relance de filme, Scott
mostra o que seria seu Robin Hood, quando o herói e
seus companheiros (leia-se os famoso frei Tuck, João
Pequeno e Will Scarlet) roubam dos ricos para
devolverem aos pobres na calada da noite, mas
somente uma fatia de um bolo muito maior que não
parece dar a mínima diante da mítica da história. E
não espere a presença vilanesca do mais que famoso
Xerife de Nottinham, já que esse se resume a exatas
quatro aparições mais que apagadas e sem
importância. Sai um dos vilões mais icônicos da
cultura ocidental entra um tal de Godfrey, sádico
traidor vivido por Mark Strong, que vem se
especializando a cada dia mais em vilões.
Mas são justamente esses
personagens que mais prejudicam o próprio Crowe, já
que perto deles seu Robin Hood tem muito menos
espaço para ser explorado. Sem aquela personalidade
“arqueira-galanteadora-ousada” o que sobre é alguém
pouco dinâmico, meio amargurado até, enquanto todo
resto pode se esbaldar em seus estereótipos. Em
certo momento Robin conquista um exercito inteiro
com um arroubo de palavras, muito mais como um líder
sindical do que como aquele anti-herói por
excelência.
“Robin Hood” não nega ser um
filme de aventura, com um monte de sequências de
batalhas com espadas, cavalos e nuvens de flechas,
sempre com uma trilha époica ecoando pela sala de
cinema, mas parece perder o sentido ao não beber na
própria lenda, coisa que o filme de 1991, estrelado
por Kevin Costner, faz inegavelmente melhor, assim
como em todos outros sentidos (já que não vai tão
mais longe dessa mesma história, mas escolhe melhor
o tom que dá a toda trama). O que Ridley Scott faz é
criar saudade da disputa com João Pequeno sobre o
rio, do concurso de tiro ao alvo e até daquele Robin
Hood cafajeste vestido de verde, e ainda que acabe
seu filme com um “assim começa a lenda” e uma flecha
em um cartaz de procura-se, com tudo isso, o diretor
só consegue mesmo é deixar a Floresta de Sherwood um
pouco mais triste.
Titulo original: Robin Hood
Lançamento: 2010 - Reino Unido/EUA
Direção: Ridley Scott
Atores: Russell Crowe , Cate Blanchett , Max Von
Sydow , Mark Strong , William Hurt
Gênero:
Aventura
Duração: 148 min.
FILME:


Ótimo: 



Bom:



Regular:

Crítico: Vinicius
Carlos Vieira - Jornalista -
vvinicius@hotmail.com
Blog: www.blogcinemaqui.blogspot.com
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