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"RESSACA, SCORSESE E BABEL" 
por Marcelo Hailer - marcelo.hailer@gmail.com  
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MARTIN SCORSESE - (Foto Divulgação)

RESSACA, SCORSESE E BABEL

RESSACA, SCORSESE E BABEL - Ressaca! Sim, pois, a festa do Oscar e seus respectivos premiados foram um porre e um show de obviedades, e a reflexão deste artigo se foca nos principais concorrentes em filme e diretor: Martin Scorsese por “Os infiltrados” X Alejandro Gonzáles Inarritu por “Babel”.
Sem sombra de dúvidas a produção multinacional “Babel” é superior ao filme “Os infiltrados” em todos os aspectos: direção, roteiro e atuações, neste ultimo quesito então a premiação ficou aquém da realidade. Premiar a atriz Jennifer Hudson pela sua atuação coadjuvante no filme “Dream Girls” em detrimento do trabalho feito pela atriz mexicana Adriana Barraza, a babá no filme “Babel”, ficará na história como um erro, assim como a personagem e a sua interpretação sufocante no deserto (se eu contar o que se passa, o filme perde a graça) ficarão na história do cinema. Palmas para Adriana, esta grande atriz!
É claro que Martin Scorsese é um grande diretor, já concedeu aos cinéfilos filmes como “Taxi Driver”, “Os bons companheiros” e “Cassino”. Se com os dois últimos não foi premiado como diretor e também com melhor filme do ano, não seria com “Os infiltrados”, mas foi. Prêmio de consolação e corporativista. “Os infiltrados” é um bom filme e não passa disso. Tudo bem que, a academia do Oscar buscasse apagar injustiça com o diretor, agora dizer e premiar “Os infiltrados” como melhor filme do ano e fazer de “Babel” o derrotado, e este sim, o melhor filme do ano, serviu apenas para criar mais descrédito perante o Oscar.
“Babel” é um filme denso e naturalista. O roteiro de Guillermo Arriaga é primoroso, além de fazer conexões magistrais, foi escrito em quatro idiomas: castelhano, marroquino, japonês e inglês. A direção e fotografia também são obras de mestre. Alejandro Gonzáles concede imagens dos respectivos países que é um verdadeiro trabalho cinematográfico/ geográfico. A forma como trabalha a geografia dos países é chocante. Da densidade de concreto japonesa ao deserto do Marrocos, cenas raras ao cinema. A babel globalizada está ali: a mídia alarmista, imigração, povos estigmatizados, a surdes no mundo da comunicação.
Enfim, no final das contas “Babel” levou apenas o prêmio de trilha sonora, composta por Gustavo Santaolalla, que já havia sido premiado no Oscar de 2006 pelo filme “O segredo de brockeback mountain”. Enfim, daqui uns cinco ou dez anos, Alejandro Gonzáles será lembrado pela obra prima e já clássica “Babel”, enquanto Scorsese continuará a ser lembrado por “Taxi driver” e “Os bons companheiros” e o Oscar também continuará a ser o prêmio da indústria para a indústria.
 

Crítico: Marcelo Hailer - Jornalista - marcelo.hailer@gmail.com

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As opiniões aqui citadas são de inteira responsabilidade de seus autores (críticos).   

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