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CRÍTICA - PLANETA TERROR: Grindhouse é um termo utilizado nos Estados Unidos para designar salas de cinemas onde, nos anos 60s e 70s, eram exibidas produções de baixo orçamento, os também chamados “filmes B”, notáveis por cenas de violência e sexo. Geralmente aconteciam sessões duplas ou triplas, para os quais o espectador pagava apenas o valor de um ingresso.

O diretor Quentin Tarantino (Pulp Fiction e Kill Bill), fã confesso desse tipo de cinema, era assíduo freqüentador de grindhouses. Nasceu daí a idéia de realizar um trabalho em conjunto com seu amigo, o também diretor Robert Rodriguez (Um Drink no Inferno e Sin City). Produziram então dois filmes (À Prova de Morte e Planeta Terror), conjuntamente batizados de Grindhouse, que estrearam em abril passado.

Embora tenham sido exibidos nos Estados Unidos em sessão dupla, separados por trailers fictícios, os filmes foram desmembrados e reeditados para o lançamento no resto do mundo, o que quebrou totalmente o impacto inicial do projeto. O filme de Rodriguez chega ao Brasil no próximo dia 9 de novembro, estreando em grande circuito. Já o dirigido por Tarantino deve chegar aos cinemas somente em março do ano que vem.

Os trabalhos de Rodriguez são exagerados no que diz respeito à violência, sangue e cenas absurdas, popularmente chamadas de “marmeladas”. Essas foram as marcas de O Mariachi, seu filme de estréia, produzido em 1993 com apenas sete mil dólares. E também as de Um Drink No Inferno, que começa como um policial e termina com milhares de vampiros atacando a tudo e a todos. Essas características se destacam também em Planeta Terror. Numa cidade interiorana do Texas, parte da população é infectada por um gás tóxico utilizado pelo exército dos Estados Unidos no Oriente Médio. O acidente faz com que seus corpos sejam cobertos por feridas pustulentas. Não são propriamente zumbis, já que não são desmortos, mas passam a carregar um olhar vago e a se alimentar de carne humana.

Cherry Darling (Rose McGowan, de Pânico) uma desiludida go-go-girl, tem parte de sua perna arrancada por um desses seres. Com a ajuda do ex-namorado El Wray (Freddy Rodriguez, da série televisiva A Sete Palmos), que lhe adapta uma metralhadora como prótese, Cherry liderará um grupo de sobreviventes contra a horda de lacerados. Sobre esse fato, a atriz teria se perguntado ao ler o roteiro do filme: “como é que alguém pode imaginar em criar um personagem com uma metralhadora no lugar da perna?”. Aceitou prontamente o papel.

O roteiro é fraco, até mesmo banal. Serve apenas como pretexto para que passeie na tela uma coleção de personagens bizarros como a Dra. Dakota Block (Marley Shelton, de Sin City), uma anestesista que traz em sua cinta-liga uma coleção de agulhas, utilizadas como arma. Ou JT (Jeff Fahey, de Silverado), o dono de uma espelunca que mesmo em meio à selvageria se preocupa o tempo todo em aperfeiçoar a receita de molho para seu churrasco, que ele chama de “o melhor do Texas”. Ou mesmo o Estuprador (Quentin Tarantino, em participação especial), que vai literalmente se decompondo quando tenta forçar o sexo com a anestesista.

O filme tem ainda a curiosa participação de Stacy Ferguson, também conhecida como Fergie, da banda Black Eyed Peas. Sua jornada é curta: quando seu carro quebra na estrada errada, é estraçalhada pelos zumbis. Enfim, tudo em Planeta Terror é exagerado e bizarro, e por isso mesmo divertido, embora a proposta seja a de um filme de terror. Vale a pena conferir, mas sem grandes pretensões.

Ficha Técnica
Planeta Terror (Planet Terror – EUA – 2007 – 97 min)
Direção e roteiro: Robert Rodriguez
Música: Graeme Revell e Carl Thiel
Estúdio: Estúdio Rodriguez International Pictures/Troublemaker Studios
Distribuição: Europa Filmes

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Cena do filme "Planeta Terror" - Foto Divulgação

Filme:

Ótimo: 
Bom:   
Regular:

Crítico: Luis Pires - Jornalista e Crítico de Cinema - e-mail: lpires@uol.com.br -blog: www.eliberoquestoposto.zip.net