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SESC SANTOS - 3 MOMENTOS DO CINEMA JAPONÊS (07 a 09 de março)
 
(Pauta Postada em 02/03/2006)

SESC SANTOS - 3 MOMENTOS DO CINEMA JAPONÊS (07 a 09 de março)

TRÊS MOMENTOS DO CINEMA JAPONÊS

Um ótimo programa para quem aprecia cinema japonês. Nos dias 7, 8 e 9 de março, às 20 horas, acontece no Sesc Santos a Mostra "3 Momentos do Cinema Japonês ", com co-realização da Fundação Japão e apoio do Consulado Geral do Japão em São Paulo e Rio de Janeiro .

Três longas-metragens serão apresentados, sendo um filme mudo e dois sonoros: “A Feiticeira das Águas”, de Kenji Mizoguchi, de 1933, "Os Anos Dourados do Cinema", de Yoji Yamada, produzido em 1986 e “Depois da Chuva”, de Takashi Koizumi, de 1999. As exibições acontecerão nas dependências do Sesc Santos, com entrada gratuita.

Esta mostra conta com uma apresentação bastante especial, pois a sessão do dia 7 de março, será narrada por uma Benshi, e acompanhada por duas instrumentistas (percussão e shamisen). Na mesma oportunidade Jo Takahashi - Diretor de Projetos em Arte e Cultura da Fundação Japão São Paulo comentará os filmes que representam três importantes momentos do cinema japonês.

Benshi, em japonês, é a denominação profissional dos narradores para filmes mudos. Os narradores, acompanhados de músicos, convertem-se em verdadeiros protagonistas do filme exibido. Diferente das dublagens de filmes, em que os atores se ocupam de personagens individuais e falam por turnos, no Benshi cada artista pode interpretar várias vozes.

A película com narração Benshi é "A Feiticeira das Águas” (Taki no Shiraito), de 1933, dirigido por Kenji Mizoguchi, com exibição dia 7 de março às 20 h, e será apresentada em português pela bailarina, coreógrafa e diretora de dança Ângela Nagai, com acompanhamento das musicistas Valéria Zeidan (percussão) e Tamie Kitahara (shamisen).

Os benshi também eram conhecidos como Katsuben - abreviação de Katsudoo Shashin Benshi (Katsudoo Shashin significa "imagens em ação"). Eram tão populares entre os anos 20 e 30, que a chegada do cinema sonoro no Japão ocorreu quase dez anos depois do resto do mundo. O público obrigava a substituir o som original dos filmes estrangeiros pelos narradores, cuja importância, na época, era maior que a dos próprios atores.

Ângela Nagai formou-se pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde atualmente é mestranda. Foi bolsista da The Japan Foundation e da Fundação Vitae. Em ambas, estagiou no International Noh Institute, em Kyoto com Udaka Michishige, onde desenvolveu suas pesquisas de dança do Teatro Nô. Em sua vertente autoral, criou trabalhos onde transporta o universo do Teatro Nô para uma fusão contemporânea, incorporando elementos arquetípicos da umbanda.

Valéria Zeidan é percussionista com bacharelado em Música pelo Instituto de Artes da UNESP. Desempenha atividade musical diversificada, participando de orquestras e grupos camerísticos, espetáculos teatrais, shows de música popular e grupos de música étnica. Leciona no Centro de Estudos Musicais Tom Jobim, e é percussionista do grupo Mawaca desde 1998.

Tamie Kitahara estuda koto desde a infância e shamisen há 25 anos, tocando peças do repertório erudito e do folclore japonês. Estudou shamisen no Brasil e aperfeiçoou-se no Japão, na escola Ikuta Ryu Seiha. O koto é uma espécie de cítara japonesa, de 13 cordas. O shamisen é um instrumento semelhante ao banjo, com três cordas, tocadas com um plectro (bachi). Sua melodia é indispensável ao acompanhamento de peças de teatro kabuki, nô e bunraku.

3 Momentos do Cinema Japonês

Programação

Dia 07/03 – Terça

20 h – antes da exibição do filme, Jo Takahashi, Diretor de Projetos em Arte e Cultura da Fundação Japão, comenta brevemente a importância dos filmes da Mostra.

A Feiticeira das Águas
(Taki no Shiraito, Japão, 1933, p&b, 96 min., silencioso, entretítulos em inglês)
Direção: Kenji Mizoguchi
O filme será narrado e musicado ao vivo
Elenco: Takako Irie, Tokihiko Okada, Ichiro Sugai, Hirotoshi Murata, Bontaro Miyake, Joe Ohara, Etsuzo Oki, Kumeko Urabe

Este filme é considerado uma obra prima da fase silenciosa do cinema de Mizoguchi. É o retrato de uma mulher que permanece totalmente dedicada a um só homem num momento de mudança de valores.

O diretor – Kenji Mizoguchi
Nasceu em Tokyo. Filho de um carpinteiro, teve uma infância difícil. Viu a irmã Suzu ser vendida como gueixa, episódio que teria grande influência em sua obra, marcada pela reflexão sobre a condição da mulher na sociedade japonesa. Em 1920 tentou a carreira de ator nos estúdios Nikkatsu, mas logo passou à assistência de direção. Dirigiu o primeiro filme em 1923, mas foi depois da Segunda Guerra que realizou filmes mais engajados social e politicamente, sobretudo com a atriz Kinuyo Tanaka. Sob a direção de Mizoguchi, ela se tornou a encarnação da “nova mulher japonesa”, idealista e determinada. O filme “Oharu-a vida de uma cortesã” (1952) foi premiado em Veneza e abriu definitivamente as portas do Ocidente para o cinema japonês, e foi seguido pelas obras mais célebres do diretor como “Contos da lua vaga depois da chuva” (1953) e a “Nova saga do clã Taira” (1955). Reconhecido internacionalmente pela genialidade e coerência, o mais exigente dos cineastas japoneses foi homenageado em 1980 no Festival de Veneza.

Dia 08/03 – Quarta

20 h - Os Anos Dourados do Cinema
(Kinema no Tenchi, Japão, 1986, cor, 117 min., legendas em português)
Direção: Yoji Yamada
Elenco: Narimi Arimori, Kiyoshi Atsumi, Kiichi Nakai, Chieko Baisho, Koshiro Matsumoto, Keiko Matsuzaka, Kei Suma, Ittoku Kishibe, Chishu Ryu, Ken Tanaka, Gin Maeda.

O filme se passa no princípio da década de 30, um período de transição quando os filmes mudos estavam sendo substituídos pelos filmes falados. Nessa fase, há diretores que se satisfizeram em realizar comédias e filmes comuns, enquanto outros se empenharam em realizações mais criativas, mais elaboradas.

O diretor - Yoji Yamada
Consagrado como diretor da mais longa série de cinema já realizada,
“É triste Ser Homem” (48 episódios em 26 anos). Seus filmes abordam temas como família, educação, terra natal, solidariedade e honestidade, servindo como recurso e “antídoto contra a expansão tecnológica e o processo desmedido de urbanização que afetam o cotidiano das pessoas, sobretudo as mais simples”. Seus personagens humildes confrontam-se com o progresso, mas não conseguem acomodar-se a ele. Através dessa temática social, Yamada conquistou vários prêmios no Japão.
Natural de Osaka, o cineasta passou a infância na China, onde anos depois, com seu pai, trabalhou na Companhia Ferroviária da Manchúria. Com o fim da Segunda Guerra, voltou ao Japão. Depois de ter-se formado em Direito, ingressou na Shochiku, na mesma turma de Nagisa Oshima, embora não tenha participado da chamada “nouvelle vague” japonesa.

Dia 09/03 – Quinta

20 h - Depois da Chuva
(Ame Agaru, Japão, 1999, cor, 92 min., legendas em português)
Direção: Takashi Koizumi
Roteiro: Akira Kurosawa

Elenco: Akira Terao, Yoshiko Miyazaki, Shiro Mifune, Mieko Harada, Fumi Dan, Hisashi Igawa, Hidetaka Yoshioka, Tatsuya Nakadai
Baseado no último roteiro escrito por Akira Kurosawa e dirigido por um de seus discípulos, “Depois da chuva” é a história do ronin (um samurai sem mestre) Misawa, que não consegue encontrar um emprego. Gênio na arte para ensinar espadachins, algo lhe impede de ficar com os trabalhos. Ao lado de sua mulher Tayo, ele perambula em busca de emprego. Numa de suas viagens o casal é surpreendido por uma enchente que os obriga a ficar confinados numa pequena hospedaria ao lado de hóspedes esfomeados. Decidido a alimentar aquelas pessoas ele sai e volta com muita comida e bebida. Sua mulher logo percebe que ele lutou por dinheiro, mais uma vez. No dia seguinte é convidado pelo lorde do feudo local para ser o mestre de seus lutadores.

O diretor - Takashi Koizumi
Estudou fotografia e cinema em Tokyo. Em 1970 integrou a equipe Yonki-no-kai (o Grupo dos Quatro Cavalheiros), composto pelos diretores Akira Kurosawa, Keisuke Kinoshita, Kon Ichikawa e Masaki Kobayashi, tornando-se discípulo de Kurosawa. Assim começa a trabalhar como seu diretor assistente no documentário para TV Uma no uta (The Poem of Horses).
Em 1973, viajou com Kurosawa para a então União Soviética em busca de locações para “Derzu Uzala”, filme em que foi assistente de direção. Em 1978, ajudou a preparar o roteiro de “Kagemusha”, filme em que também foi assistente de direção. Seguiu auxiliando Kurosawa a dirigir “Ran”, “Sonhos”, “Rapsódia em Agosto”, “Madadayo”.
”Depois da chuva” marca sua estréia na direção de longas. E em 2002 dirigiu outro longa, Amida-do dayori (“Letter from the Mountain”), filme que retrata o abandono da vida urbana para buscar a tranquilidade e a harmonia junto à natureza de um vilarejo interiorano.

Serviço
3 Momentos do Cinema Japonês
Data: 7, 8 e 9 de março, 20 h
Local: Sesc Santos
Endereço: Rua Conselheiro Ribas 136, Santos
Tel: (13) 3227-5959

Fonte - comunique-se.com.br


 

INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA:

Erika Yamauti – (11) 3207-9513 - erika@grupoaska.com.br 
Sergio Kitayama – (11) 3141-0110 / sergio@fjsp.org.br 

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