RESENHA CRÍTICA DO FILME "O ULTIMATO BOURNE"
por Vinicius Vieira -
vvinicius@hotmail.com
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O ULTIMATO BOURNE - (Foto Divulgação)
CRÍTICA - O ULTIMATO BOURNE:
Existe uma grande
diferença entre “Ultimato Bourne” e todas outras
seqüências que vem povoando os cinemas, e não é a
ausência do número no título. Junto da “Identidade”
e da “Supremacia”, o terceiro filme não compõe uma
série, e sim um grande filme, com seu começo, meio e
fim.
Depois de acordar sem lembrar de seu passado, e logo
descobrir que era uma máquina de matar perfeita
programada pelo governo dos Estados Unidos para
jogar toda sujeira para debaixo do tapete, Bourne (Matt
Damon) tenta levar uma vida normal escondido do
mundo, mas é acordado quando vê seu amor ser morto
em seu lugar e agora tem como único objetivo acabar
com a raça de todos aqueles que o colocaram nessa
situação.
Se na “Identidade” ele procurava seu passado, na
“Supremacia” ele tentava viver seu presente, e agora
em “Ultimato” quer resolver tudo para pode viver um
futuro, e talvez seja exatamente isso que faz o
personagem dos Livros de Robert Ludlum dar tão certo
no cinema, Jason Bourne não quer salvar o planeta de
algum vilão, muito menos resolver o problema do
governo, Bourne quer se encaixar nesse mundo, se
sentir livre, descobrir quem é ele próprio, e o
público, de certo modo se solidariza com isso tudo.
Muito mais que com um agente a serviço de vossa
majestade, ou outro que tem as mensagens se auto
destruindo, Bourne é humano.
“Ultimato Bourne” não é uma seqüência exata do
segundo filme, mas sim de sua penúltima cena, onde o
herói se dirige de volta para a cidade de Moscou, a
última cena só é usada lá para o final, quando
Bourne já está em Nova York e tem uma conversinha
com a diretora da CIA Pamela Landy (Joan Allen),
isso pode até passar despercebido, mas prova
definitivamente como o roteiro de Tony Gilroy, Scott
Z. Burns e George Nolf, é cuidadoso e perspicaz,
colocando praticamente todo filme dentro de seu
anterior.
O trio de roteiristas ainda consegue escrever uma
história limpa, sem enrolação, sem uma trama
exagerada que poderia cansar o público, e muito
menos precisam impor qualquer tipo de discurso
anti-climático para explicar nada, é só prestar
atenção em como tudo vai sendo contado aos poucos de
cena em cena, por meio de imagens e ações, e
principalmente, não atrapalham nenhuma cena mais
agitada com fatos importantes, ou os personagens
estão conversando ou estão lutando por suas vidas.
E essa luta pela vida, graças mais uma vez a
maravilhosa direção de Paul Greengrass, é um
capítulo a parte. Novamente, o diretor com seu
estilo de documentário te coloca dentro da ação e em
conjunto com a montagem de Christian Rouse
(repetindo a parceria de “Supremacia Bourne” e “Vôo
United 93”) a cada seqüência elevam a adrenalina do
espectador a níveis altíssimos.
Será difícil alguém, nos próximos anos, superar a
ação em Tangiers onde Bourne e sua parceira Nicky
Parsons (Julia Stiles) passam de perseguidores a
perseguidos, tanto em termos técnicos como
narrativos. Enquanto no início dela o roteiro brinca
com a percepção tanto do público quanto dos
personagens, vira tudo totalmente quando, de uma
hora para outra, se percebe que de gatos, os dois se
transformam em ratos. Nicky precisa fugir do
executor da CIA, Bourne precisa salvar ela e fugir
da polícia, passando das ruas lotadas da cidade,
para os tetos das casas, e depois para dentro das
próprias, sem nem um segundo para respirar, ao
final, todos no cinema estão tão cansados e tensos
quantos os personagens, pulando junto com ele de um
prédio para outro e de janela em janela.
Greengrass e Rouse praticamente se superam, com tudo
se passando em três lugares ao mesmo tempo (na CIA,
o executor atrás de Nick e Bourne atrás dos dois),
sem perder o ritmo em nenhum momento, claramente só
funcionando graças ao ótimo trabalho em conjunto
desses dois com o diretor de fotografia Oliver Wood.
Os três ainda finalizam tudo isso com uma luta entre
Bourne e o executor de tirar todo fôlego que poderia
restar. Em menos de dois minutos, você é agraciado
com um embate visceral, cru e violento, com uma
edição insana, que parece contar com todos ângulos
de câmera possíveis em um pequeno quarto e um
banheiro. Quem vê a cena, a terá na mente por um bom
tempo.
E talvez, o grande coringa do filme seja a visão do
diretor, que consegue intercalar perfeitamente a
mais adrenalizante cena, para depois acalmar tudo e
desenvolver a história, sem ser chato, nem usar uma
formulinha, a cada momento, você se surpreende com o
próximo, nada é quadrado, tudo com sua assinatura e
sua cara, com ângulos fechados e mexidos, que ao
mesmo tempo que incomodam, dão um ar de realidade,
como se o espectador estivesse espiando o que está
acontecendo, com uma impressão de ausência de
direção.
“Ultimato Bourne” não é bom, é ótimo, não é o
terceiro filme da série, é o melhor dos três e, não
é mais uma produção de ação em 2007, é a melhor do
ano.
FICHA TÉCNICA:
Título Original: The Bourne Ultimatum
Gênero: Ação
Duração: 111 min.
Ano: (EUA) - 2007
Distribuidora: Universal Pictures / UIP
Direção: Paul Greengrass
Roteiro: Tony Gilroy, Scott Z. Burns e George
Nolfi, baseado em estória de Tony Gilroy e em livro
de Robert Ludlum
Site Oficial:
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FILME:
Ótimo:
Bom:
Regular:
Crítico: Vinicius
Vieira - Jornalista -
vvinicius@hotmail.com
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