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RESENHA CRÍTICA DO FILME "O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON"   
por Rodolfo Lima - Jornalista, ator e crítico de cinema -
e-mail: dicaspravaler@yahoo.com.br
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O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON  -  (Foto Divulgação)

CRÍTICA - O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON:  Mark Twain teria sido o responsável pela frase que inspirou o autor F. Scott Fitzgerald a escrever um conto de 30 páginas em 1992, que originou o filme dirigido por David Fincher e protagonizado por Brad Pitt.
Segundo Twain o homem seria muito mais feliz se nascesse aos 80 anos e fosse se tornando jovem com a passar dos anos. O que seria o desejo de todos, amadurecer a mente e rejuvenescer o corpo. Não por acaso, muitas pessoas na velhice se tornam como crianças dependentes e frágeis e nesses extremos de uma vida, a fralda se faz presente.
Benjamin (Brad Pitt) é abandonado pelos pais. Pois nasceu com todas as características de um ancião moribundo. Sua mãe adotiva trabalha num asilo, onde a morte ronda diariamente seus hospedes, se tornando uma grande metáfora para os significados da morte e da vida.
Com aparência de 80, mas idade de criança, Benjamin vai descobrindo o mundo ao seu redor enquanto o corpo se mostra uma barreira intransponível para os anseios do jovem que “mora” dentro da carcaça velha. O que soaria banal para qualquer mortal ganha pelas lentes de Button, brilho e nostalgia. Já que as coisas mais corriqueiras da vida são saudadas pelo protagonista como momentos únicos e especiais.
Simbólico retrato sobre a juventude/jovialidade que algumas pessoas carregam dentro de si. Simplesmente alguns seres, não envelhecem nunca.
São 2horas e 45 minutos de pura fantasia recheada de mensagens subliminares, que faz com que o expectador vá se conectando com seus fantasmas interiores e revendo posturas, tanto as infantis, quanto as retrógradas.
O ápice do filme é a relação de amor entre Benjamin e Daisy (Cate Blanchett). Ambos adultos, porém ele cada vez mais jovial e ela cada vez mais amadurecida, o que lhe dá o direito de algumas rugas. A imagem de Daisy cuidando de Button até o fim dos dias é uma bela imagem de um amor que teve o tempo como vilão e nem por isso deixou de existir e nem se fortificar.
Nem parece que Fincher foi o diretor de “O Clube da Luta”. Em “Benjamim Button” sua câmera é suave e poética, tornando delicado – e por vezes açucarado – o olhar do protagonista para o mundo.
Uma vida, bem vivida e nunca dada como perdida antes do inevitável fim é a grande mensagem do filme. Ou como diria Button: “se sua vida não foi perfeita, ok. Ninguém consegue ser perfeito o tempo todo” ou “se você desejou algo em que fracassou, ok, recomece, não tenha medo”.
A escolha de por a filha de Daisy narrando a história para a mãe moribunda é um recurso batido, que no filme de Fincher só ganha brilho quando o furacão Katrina se aproxima do hospital, e como bem sabemos varreu toda uma cidade.
Não precisamos de um furacão para nos destruir – graças a Deus – para que percebamos o qual se faz necessário rever posições, conceitos e hábitos para que a vida vá se tornando com o tempo menos pesada, mais proveitosa e menos queixosa.
Segurar alguém na cadeira por quase três horas não é fácil e o curioso caso de Benjamin Button é um belo exemplo de que é possível, filmes longos serem encantadores e fugirem do óbvio.
Pitt e Blanchett (ela me leva ao cinema, sempre) causam empatia – são belos e bons atores – a reconstrução de época, a direção de arte e a fotografia são ótimas e a maquiagem um primor, envelhecendo e rejuvenescendo o casal de enamorados que não resistiu as intempéries do tempo.
Button levou o Oscar de maquiagem, efeitos especiais e direção de arte. Confiram. Vale a pena.

Ficha Técnica
Título Original: The Curious Case of Benjamin Button
Gênero: Drama
Duração: 166 min.
Ano: 2008
Distribuidora: Warner Bros
Direção: David Fincher
Roteiro: Eric Roth e Robin Swicord, baseado em estória de F. Scott Fitzgerald

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Crítico: Rodolfo Lima - Jornalista, ator e crítico de cinema - e-mail: dicaspravaler@yahoo.com.br

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© Cranik - FILME: O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON