RESENHA CRÍTICA "MEU
NOME NÃO É JOHNNY"
por Vinicius Vieira -
vvinicius@hotmail.com
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MEU NOME NÃO É JOHNNY - (Foto Divulgação)
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CRÍTICA - MEU NOME NÃO É JOHNNY:
Brian de Palma não foi o
primeiro a fazer o público torcer pelo criminoso
inescrupuloso em “Scarface” (no mínimo foi precedido
pelo original de Howard Hughs), mas, com certeza foi
quem fez melhor, sem querer comparar nem um
fotograma, Mauro Lima e seu “Meu Nome Não é Johnny”
tinham a mesma missão, mas acabam tentando pegar o
caminho mais rápido não chegando nem perto de seu
destino.
O Johnny do título, na verdade, era João Guilherme
Estrella, rapaz de classe média do Rio de Janeiro
que, durante o fim dos anos 80s e começo dos 90s, se
apresentou como um dos maiores traficantes de
cocaína da cidade, sempre atuando junto da
“sociedade” carioca.
A facilidade de contar a história desse traficante
bon vivant, galanteador, charmoso e que tinha uma
resposta afiada e cínica para cada situação, talvez
tenha sido a principal arma contra o próprio filme,
desvirtuando um drama real em quase uma comédia
irritante, e essa necessidade de fazer graça
atrapalha seriamente no andamento narrativo do
filme.
Não são poucas as vezes que após uma risada você se
pega pensando no porque da existência daquela
seqüência dentro da história, elas vão se
acumulando, muitas vezes sem uma aparente ligação. O
hilário tour do traficante com os dois
investigadores é sensacional, mas não tem um porque
de se mostrar tão longo. É óbvio que não é uma
seqüência que poderia ser jogada fora, mas caberia
ao roteiro (escrito por Lima) encaixar isso tudo na
trama, o mesmo acontecendo quando o personagem se
encontra encarcerado, onde nenhuma situação
acrescenta nada a história.
Se João Estrella não é Tony Montana, muito menos
Mauro Lima é Brian de Palma, mas talvez isso não o
impedisse de tentar criar um personagem mais
trágico, menos parecendo dar risada do mundo que o
cerca, parecendo não ter noção do que estava
fazendo, assim, quase esquecendo de dar uma ênfase
maior em seu vício, deixando um pouco mais impressão
de alguém dominado pelo entorpecente e não o
contrário.
Talvez a proximidade do personagem com a câmera
tente até passar essa impressão de que João vivia em
um mundo só dele, onde o resto a sua volta na
maioria das vezes se apresenta desfocado, mas a
ausência do outro lado da moeda, um ou outro plano
mais aberto, centraliza um pouco demais a ação em um
mundo pervertido e ensandecido, não deixando espaço
para a realidade crua e difícil.
Mas o grande ás na manga de Mauro Lima se apresenta
na pele de um do mais celebrados astros do cinema
atual, Selton Mello, que cria uma João Estrella
complexo, divertido e ao mesmo tempo parecendo não
entender por que as pessoas dão risada das coisas
que ele fala.
Mello acaba sendo a única razão garantida para se ir
conferir “Meu Nome Não é Johnny”, de resto, é um
filme que pode parecer muito parado e engraçadinho
para quem espera um “Scarface”, se é que alguém
entra na sala esperando por isso.
Ficha Técnica
Título Original: Meu Nome Não é Johnny
Gênero: Drama
Ano: Brasil - 2008
Distribuidora: Sony Pictures Entertainment/Downtown
Filmes
Direção: Mauro Lima
Roteiro: Mariza Leão e Mauro Lima, baseado em livro
de Guilherme Fiúza
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Crítico: Vinicius
Vieira - Jornalista -
vvinicius@hotmail.com
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