CRÍTICA - MANDERLAY

Crítica Especial do Filme "MANDERLAY" 
por Marcelo Hailer - marcelo.hailer@gmail.com  
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MANDERLAY - (Foto Divulgação)

MANDERLAY

CRÍTICA: MANDERLAYS - Como já noticiado aqui no portal cranik, Lars Von Trier é um dos fundadores do “dogma 95”, um manifesto de profissionais do cinema que pregam certas metas a um estilo de se fazer cinema, entre eles o naturalismo, não aos créditos etc.
“Manderlay” é a segunda parte de uma trilogia, a primeira foi “Dogville”, e tinha como protagonista a atriz Nicole Kidman no papel de Grace. No inicio da trilogia, Grace é uma fugitiva abrigada pelos moradores de Dogville, o que no inicio parecia ser uma caridade, torna-se escravidão braçal e sexual.
Após ser resgatada pelo pai e seus capangas, a heroína segue rumo, no caminham deparam-se com o vilarejo Manderlay, onde é informada de que há trabalho escravo, inconformada com tal anacronismo, resolve libertar os escravos, e é aí que o filme e a história tomam contornos surpreendentes.
Pois, eis a primeira problemática: os escravos nunca haviam vivido de outra forma, após a suposta libertação se encontram deslocados, Grace então, resolve trazer o modo de vida no sistema democrático, apresenta a eles a eleição direta, divisão de trabalhos e capacidades, mas nunca se perguntara a que cultura os escravos de então estavam habituados. Da noite para o dia, resolve democratizá-los, qualquer semelhança com a política de Bush, não é mera coincidência.
É impressionante a capacidade e criatividade de Lars Von Trier, que também assina o roteiro, o padrão estético é o mesmo de “Dogville”, ausência de cenário e às vezes uma trilha sonora, de todos os dogmas propostos este, ainda, é o único não cumprido.
De forma sutil e cheia de signos, o roteiro discorre sobre o seguinte tema, que mundo foi oferecido aos escravos após a abolição? Tece a luta racial brancos X negros de forma contundente, além da questão racial, há também críticas as políticas atuais da Casa Branca, a idéia de se levar uma democracia – que se julga como tal – a um outro povo egresso de outras regras e costumes, e sobre toda essa problemática, o personagem Timothy profere seguinte sentença, “vocês nos fizeram”, no contexto do filme você irá entender. Resta saber, onde Grace vai parar no último capítulo desta trilogia, já anunciado por Lars Von Trier e que se chamará “Washington”.

Título Original: Manderlay
Gênero: Drama
Duração: 139 min.
Ano:
Dinamarca/Holanda/Inglaterra/Suécia/França/Alemanha - 2005
Distribuidora
: Califórnia Filmes
Direção e Roteiro: Lars von Trier


Cena do Filme MANDERLAY (Foto Divulgação)

Filme:

Ótimo: 
Bom:   
Regular:

Crítico: Marcelo Hailer - Jornalista - marcelo.hailer@gmail.com    

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