CRÍTICA - MAMMA MIA! - O meu
conhecimento em relação ao grupo ABBA se reduz a
veneração – não tanto por minha parte – de músicas
como “Dancing Queen”, a versão latina de “Chiquititas”,
a “Mamma Mia” exibida no filme “Priscila – A Rainha
do Deserto” ou “Fernando” cujo refrão é cantado por
Toni Collete em “O Casamento de Muriel”. Obviamente
os acordes de “Gimme Gimme Gimme”, me remete a “Hung
Up”, de Madonna, na qual a cantora sampleou o começo
da música do grupo.
Não sei de onde conheço “The Winne Take it all”, das
cantadas no filme a minha preferida, que no filme
dirigido por Phyllida Lloyd tem uma bela
interpretação de Meryl Streep diante de seu amor da
juventude, tendo como fundo a beleza encantadora dos
mares gregos.
Meryl leva qualquer cinéfilo ao cinema, é a campeã
de indicações ao Oscar, ganhará com “Mamma Mia!” no
mínimo, uma indicação ao Globo de Ouro de melhor
atriz de comédia/e ou musical. Sua interpretação no
filme é deliciosa e o que vemos é uma Meryl Streep
rejuvenescida e vigorosa.
O núcleo de amigas formado pelas atrizes Christine
Baranski e Julie Walter ajudam a fomentar a empatia
causada pela personagem de Meryl. A canção “Dancing
Queen”, é a que melhor se encaixa no roteiro e sem
dúvida um dos melhores momentos. Se pensarmos que as
músicas e o roteiro foram “arranjados” para se
fundirem, eis ai um momento, que de tão descontraído
e agradável, ameniza o senso crítico de qualquer
formador de opinião mal humorado.
“Mamma Mia!” Não é um grande filme. Seu roteiro é
simples, Garota sem pai resolve convidar seus
possíveis progenitores para seu próprio casamento,
com o intuito de descobrir “sensitivamente” sua
porção paterna. Não dá certo. Todos são candidatos
em potencial. Cabe ao público escolher seu
preferido.
Fui acompanhado de um amigo que chorou do começo ao
fim do filme. Então confesso que quando vi a mulher
do meu lado também chorando pensei: daqui a pouco
estarei molhado.
Não, meu amigo não tem a idade dos cantores do Abba,
nasceu depois do estouro do grupo, mas é fã
incondicional. O filme de Phyllida é um programa
light, engraçado e funciona como uma introdução ao
universo musical do grupo sueco que declinou no meio
dos anos 80.
Ele me explicou que as músicas da fase decadente, e
da lavação de roupa suja entre os integrantes do
grupo, ficaram de fora. Ah tá, isso explicava o fato
de “Fernando” não ter entrado. O filme embala seu
público com as músicas dos tempos áureos do grupo.
Não há espaço para contradições e nem expor através
da música a história do grupo, mesmo que
metaforicamente.
Não parece bem amarrado como as músicas dos Beatles
em “Across the Universe” e nem tão criativo como as
canções pop em “Moulin Rouge” – para citar dois
exemplos de filmes que gosto muito. Como os dois
exemplos o “Mamma Mia!” e cantado em bom parte da
projeção.
Não espere um grande filme com roteiro elaborado e
diálogos inteligentes. O filme é para divertir e
como produto desta categoria funciona. Você vai se
remexer na cadeira e se não for fã – como as pessoas
que estavam ao meu lado – e se debulhar em lágrimas,
ao ver na tela suas música preferidas, mesmo assim
corre o risco de gostar. Afinal o filme foi feito
para agradar.
Ficha Técnica
Título Original: Mamma Mia!
Gênero: Musical
Duração: 108 min.
Ano: EUA/Alemanha/Inglaterra - 2008
Distribuidoras: Universal Pictures/UIP
Direção: Phyllida Lloyd
Roteiro: Catherine Johnson