RESENHA
CRÍTICA DO FILME "LITTLE MISS SUNSHINE DE
LOCARNO"
por Rui Martins - Crítico de Cinema -
martinsrp@hotmail.com
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PEQUENA MISS SUNSHINE
- (Foto Divulgação)
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Antes de ser sucesso no Brasil e chegar ao Oscar, o
filme Pequena Miss Sunshine foi exibido no
Festival suíço de Locarno, onde iniciou sua carreira
com os aplausos de uma Piazza Grande lotada, com
mais de 7 mil pessoas sentadas e projeção no telão
de 300 m2.
Aí vai para Cranik meu relato sobre o filme, depois
de ter visto o filme e conhecido seus diretores, o
casal crítico da sociedade americana, Valerie Faris
e Jonathan Dayton.
LITTLE MISS SUNSHINE DE LOCARNO
AO FESTIVAL DO RIO, EM NOVEMBRO
O primeiro longa-metragem do unido casal Jonathan
Dayton e Valerie Faris é uma comédia satírica sobre
a sociedade competitiva norte-americana, na qual o
pior estigma é o de se tornar um “perdedor”. Bem
acolhido na projeção para a crítica, o filme – fora
de competição – será projetado nesta noite no telão
da Piazza Grande.
Road-movie de três dias, com uma família em rota
para Los Angeles, Little Miss Sunshine mostra
um quadro familiar nada normal – o filho mais velho,
que se diz adepto de Nietzsche, faz voto de não
falar até seu esperado ingresso na Air Force
americana; o avô foi expulso do asilo por ter
cheirado cocaína; o pai, adepto das teorias do
sucesso pessoal bem ao gosto americano, vai à
falência apesar de dar conferências sobre “seja um
vencedor e não um perdedor”; e Olive, a filha mais
nova, que sonha vencer um concurso de beleza para
crianças, comum nos EUA. A eles, vem se juntar o
tio, intelectual gay especialista em Proust,
sobrevivente de uma tentativa de suicídio por ter
perdido o aluno pelo qual se apaixonara e o emprego
na universidade.
A comédia foi selecionada para o Festival do Rio,
onde o casal cineasta irá em novembro, e, sem
dúvida, o filme fará sucesso no Brasil, mais próximo
do clima de competições tão caro aos americanos,
mesmo se a família Hoover, vivendo endividada como a
maioria dos americanos, nada tem de vencedora, mas
reúne um grupo de perdedores.
O filme revela a menina Abigail Breslin, de doze
anos, e Paul Dano, que apesar de estar agora com
vinte anos, vive o papel de um adolescente. “Abigail
tinha seis anos quando pensamos nela para o papel de
Olive, e Paulo dezoito, conta Valerie Faris, mãe de
três filhos, “que ainda não chegaram à idade de
adolescentes” acentua. “No começo pensávamos que
Paul já seria velho demais para um adolescente de
quinze, mas ele foi ótimo no papel, junto com
Abigail, constituíam os dois atores perfeitos para o
filme”, acrescenta Valerie.
“Nosso filme, diz Jonathan Dayton, refere-se à
sociedade de competições, tão típicas nos EUA, na
qual a vida parece ser também um concurso. No filme,
queremos mostrar que a vida não é uma competição e
na qual não se aceitam perdedores. Nada a ver com a
idéia de uma sociedade dividida entre vencedores e
perdedores. Trata-se da história de uma família
classe média americana, com carro e casa, dos quais,
na verdade, não são proprietários”.
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Crítico:
Rui Martins, Jornalista,
ex-correspondente Europeu do Estadão e CBN, fazia
os festivais de Berlim e Locarno. Continua
cobrindo Locarno para alguns Jornais e Sites, e-mail:
martinsrp@hotmail.com
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