HARRY POTTER E A ORDEM DA FÊNIX
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Divulgação)
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HARRY POTTER
HARRY POTTER E A ORDEM DA FÊNIX - É sempre
mais fácil escrever mal do que bem de um filme,
ainda mais diante de um declínio intelectual
evidente do grande cinema de Hollywood, por isso,
quando se dá de cara com um filme como “Harry Potter
e a Ordem da Fênix” você ainda luta contra a idéia
dele ter pouquíssimos defeitos, e no final das
contas ser um exemplo raro de um cinema que dá
certo, tecnicamente impecável e que te faz sair dele
completamente satisfeito com o que acabou de ver.
Para quem estava em algum tipo de criogenia, e saiu
dela só esses dias, Harry Potter é a adaptação de
uma série de sete livros escrita pela inglesa J.K.
Rowling, que se tornou o maior fenômeno literário
dos últimos 30 anos, mostrando a vida do personagem
título em sua passagem pela escola formatória de
bruxos em Hogwarts (com cada livro mostrando um ano
letivo dessa escola). Nessa saga, Potter ao mesmo
tempo tem que sobreviver a sua adolescência e ao
malévolo Lorde Valdmort, que já matou sua família
anos atrás e agora vai atrás dele.
A Ordem da Fênix é a quinta adaptação e
provavelmente o primeiro passo para o fim dessa
história, onde o bruxinho, tendo acabado de passar
por seu primeiro embate físico com o vilão, mais do
que nunca está sozinho nesse mundo, desacreditado
pela maioria que acha que a volta de Valdmort é
apenas uma sandice de sua parte, ao mesmo tempo em
que começa a colocar em cheque sua liderança e para
onde vão levá-lo seus próximos passos.
Para esse capitulo, que é certamente a história mais
adulta até agora, foi chamado o diretor inglês David
Yates, que tem uma vasta experiência na TV
britânica, sempre em projetos densos e políticos, e
aí começam os acertos da produção.
Do mesmo jeito que Alfonso Cuáron mostrou que a
série de filmes poderia ser levada mais a sério em
todos os sentidos, e que no final das contas o mundo
dos livros não era tão coloridinho e animado quanto
parecia, Yates agora vem para mostrar que aquele
menininho com óculos e cara de bobo, cresceu e esta
se tornando um homem, com um problema grande nas
mãos.
Sentado em um parque sozinho, acompanhado de dois
balanços ao vento, Potter discute com seu primo, e
depois de quase atacá-lo com magia, acabam indo se
abrigar de uma sinistra chuva embaixo de uma ponte
escura, onde são violentamente atacados por
dementores (uma espécie de espectro do anel), Potter
consegue vencer um deles e por pouco não acaba vendo
seu primo passar dessa para melhor.
É exatamente essa seqüência inicial que dita todo o
tom do filme, Yates mostra um Potter sozinho, que
nesse momento está entre dois mundos, renegado por
ambos, onde uma tempestade está se aproximando e ele
verá as pessoas próximas a ele se ferirem nesse
embate, tudo isso diante de uma câmera que parece
saber exatamente onde estar, quase documentando o
real, ao mesmo tempo repleta de estilo, vide a fuga
dos dementores ao seu final.
O diretor consegue ainda fazer isso o resto do filme
inteiro, com belas composições de cena, ao mesmo
tempo em que mostra um ótimo estilo de movimentação
de câmera quando a ação chama. Yates parece não se
preocupar em fazer um filme para os fãs do livro
(nem dos filmes anteriores), se contendo na maioria
dos 138 minutos a desenvolver os personagens e toda
a trama, claramente usando planos longos para dar
mais credibilidade a tudo aquilo.
Yates faz um filme quase político, onde o poder do
Ministério da Magia se mostra presente e muito mais
influente que nos outros filmes, pela primeira vez
entrando pelas portas de Hogwarts, na figura de
Dolores Umbridge, mas tudo isso para um final
apoteótico que já faz valer o ingresso do cinema.
Graças a um ótimo roteiro de Michael Goldenberg (que
escreveu “Contato” e “Peter Pan”), o diretor tem uma
ótima cama para fazer o filme, mesmo se mostrando um
pouco apressado em seu começo, bombardeando o
espectador com um grande numero de informações e
referencias claras para o futuro da série, nos dois
atos finais faz um ótimo trabalho, conciso e ágil,
não perdendo em nenhum momento o ritmo do filme.
Mas talvez o que mais resume as qualidades do filme
seja a presença de Imelda Staton no papel da
subsecretária do Ministério da Magia Dolores
Umbridge, que é indicada para um cargo em Hogwarts
para colocar a escola (e principalmente Potter) na
linha. Com uma combinação de uma ótima direção, um
roteiro hábil, uma estupenda direção de arte e, é
claro, uma grande atuação, criam o personagem mais
bem desenvolvido da série.
A cada momento que a personagem aparece, desde sua
primeira opinião no julgamento do bruxinho, você vai
criando uma pessoa maquiavélica, déspota e cruel
dentro de uma roupinha engomada rosa, cercada de
gatos.
Do mesmo jeito que o diretor e o roteirista, na
primeira aula dela demonstram claramente o que ela
pretende fazer com a escola, quando ela queima em
pleno vôo um meigo e suave passarinho de papel que
plana pelo recinto, o deixando em cinzas e no chão,
ainda deixando claro que com ela, a “magia” de tudo
acaba, o designer de produção (responsável pela
"cara" das coisas no filme) Stuart Craig, que já
vinha fazendo um ótimo trabalho nos outros filmes da
série (além de seus três Oscars®
no currículo), compõe visualmente a personagem, e
principalmente sua sala, de modo que toda aquela
maldade venha dentro de uma senhora que inspiraria
toda confiança do mundo, em um mundo rosa com uma
trilha sonora feita por meigos felinos.
"Harry Potter e a Ordem da Fênix" só tem um
problema, que só pula aos olhos graças aos orcs,
macacos gigantes, robôs e heróis de quadrinhos dos
últimos tempos nos cinemas, que regularam o uso de
CGI (imagens geradas por computador) tão no alto,
que o gigante e os centauros (esses claramente no
escuro de vergonha) ficam parecendo rabiscos de
pré-produção, e que só não influenciam no todo final
dos efeitos especiais graças a seqüência final, que
consegue usar na medida os efeitos que ela pede.
Nesses tempos de continuações, o quinto filme do
bruxinho mostra que o que temos pela frente,
provavelmente vai fechar com chave de ouro uma
franquia que começou fraca mais que foi tomando
forma, e se não encontrou seu ápice cinematográfico
está muito perto disso.
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Créditos: Warner Bros. Pictures - Foto Divulgação.