UM GOLPE A ITALIANA
CRÍTICA - UM GOLPE A ITALIANA:
Sou um pouco implicada com os fragmentos de jornais
colocados na capa de DVD, daqueles que falam que
vale a pena assisti-lo. São palavras flutuantes ou
frases que não representam muita coisa. Mas, quando
fui alugar “Um golpe à italiana” (The Italian Job,
1969) li mais ou menos isso: “a melhor perseguição
de carros de todos os tempos” eu concordei e muito.
A maneira encontrada para os Mini-Coopers se
desvencilharem das ruas congestionadas de Turim é de
deixar qualquer um apaixonado pelas possibilidades
desse carro em miniatura, que andam por uma praça de
alimentação, dentro d´água ou por um cano.
E ainda, o assalto que foi direcionado a Charlie
Croker (Michael Caine) precisava ter uma
justificativa política para ser patrocinado, pois o
próprio valor financeiro, os 4 milhões de dólares
destinados à Fiat não representavam nada. Só quando
saí a notícia de que era um acordo de exportação
feito com a China, Mr. Bridger (Noel Coward) passou
a se interessar. Esse é um outro personagem que
revela o quanto é interessante o elenco formado por
“Um golpe á italiana”. Mr. Bridger é o primeiro
ministro inglês do mundo do crime, que
confortavelmente preso administra os golpes do mundo
exterior. Apesar de haver mais conforto nas celas
inglesas, tenho o exemplo de que no Brasil possamos
encontrar uma situação semelhante.
Croker certamente deixa James Bond com inveja, pois
ganha várias mulheres de presente de boas vindas de
sua namorada e, mesmo assim, se mostra um homem
cuidadoso com sua digníssima. Além da sua maneira
carismática de conquistar e liderar a equipe que
executará o golpe. Como quando vai contratar
Professor Simon Peach (Benny Hill), o entendedor de
informática, que tem o peculiar comportamento de não
resistir às gordinhas. Peach foi convencido apenas
pela promessa de que as italianas era bem grandes e,
como exemplo, realmente havia duas lhe esperando.
O maior roubo da Europa não foi algo problemático,
foi até uma razão para todos se divertirem como se
estivessem envolvidos em um joguinho.
Aproveitaram-se as comemorações do jogo da Copa
entre Inglaterra e Itália – em que ironicamente já
se sabia que os ingleses venceriam – e para
estabelecer o caos durante a escolta do carro forte.
“Um golpe à italiana” é um modo de se implicar com
os italianos, por isso também um filme completamente
nacionalista. O conjunto dos três Mini-Coopers
formam as cores da bandeira inglesa, além da cor do
ônibus e da kombi pintada que levava os torcedores
ingleses.
Da parte técnica posso ressaltar a engraçada crítica
feita por Quincy Jones, em que acompanhamos o refrão
da música “The Self-Preservation Society” como se
fizéssemos parte de seu coro e apoiássemos sua
idéia. Os Alpes nevados são paisagem para as
estradas curvilíneas de Turim. E da presença
ameaçadora da Máfia, com um efeito teatral em que
homens de preto surgem em meio às escarpas que
torneiam a estrada. Claro, que hoje em dia poderia
ter sido feito algo extraordinário, já que temos
efeitos especiais muito melhores para cenas de
perseguição. Porém, não é isso que acontece com a
refilmagem “Um golpe de Mestre” (The Italian Job,
2003), que nada mais é do que uma cópia padronizada
sem charme.
Título Original: The Italian Job
Gênero: Ação
Duração: 99 min.
Ano: Reino Unido, 1969
Distribuidora: Paramount
Direção: Peter Collinson
Roteiro: Troy Kennedy Martin
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Crítica: Keila Vieira
- Fotojornalista, colaboradora e crítica de cinema
- e-mail:
keila.vieira@ig.com.br - Blog: www.talhoseretalhos.blogspot.com
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