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RESENHA CRÍTICA DO FILME "FOI APENAS UM SONHO"   
por Rodolfo Lima - Jornalista, ator e crítico de cinema -
e-mail: dicaspravaler@yahoo.com.br
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FOI APENAS UM SONHO  -  (Foto Divulgação)

CRÍTICA - FOI APENAS UM SONHO -  “Nada no mundo é pior do que ser comum”. A frase escrita pelo escritor gaúcho Caio Fernando Abreu (1948 – 1996) cairia como uma luva para April, a dona-de-casa desesperada interpretada por Kate Winslet. No melhor estilo “Desperate Houseiwes” o novo filme de Sam Mendes, narra a trajetória de um casal a beira do desgaste, quando percebe que seus sonhos estão sendo esmagados pelo cotidiano.
Cabe a mulher tentar reverter o jogo da infelicidade do casal, quando percebe que o dia-a-dia é mais nefasto do que parece. Atriz fracassada e mãe de dois filhos, April acredita que se mudar para Paris – terra onde o marido sempre imaginou poder viver melhor – seria como uma renovada na história individual de cada um. Ela poderia ir trabalhar – abandonando assim a vida domestica – e ele poderia se dedicar a descobrir do que gosta.
Sonho esse abalado, que quando o marido, interpretado por Leonardo DiCaprio ganha uma suposta projeção na carreira, que vem com um novo cargo no emprego. Local esse que o pai trabalhou por anos, há quem ele não gostaria de imitar.
Como a vida é uma repetição e por vezes nos vimos repetindo hábitos de nossos pais. Frank (DiCaprio) decidi que viver em “Revolution Road”- condomínio onde vivem - é o melhor a ser feito. Quando April revela a gravidez do terceiro filho, a ida até Paris se torna menos provável.
“Foi apenas um sonho” é antes de tudo um filme sobre a decadência do imaginário coletivo que crê que uma bela casa, filhos saudáveis e emprego estável sentencie uma vida feliz. Muito pelo contrário, a beleza americana é uma farsa, os casais são infelizes, mascaram a realidade, apenas se suportam e a felicidade que tanto almejam, reside na realização dos próprios desejos, mesmo que isso sacrifique os que o rodeiam.
É um filme feminino. April, lembra Julianne More em “As Horas”. O filme de Mendes não tem a densidade do filme de xxxxx, não tem a acidez do filme de Todd Solondz (Felicidade) e nem o humor corrosivo do primeiro filme de Mendes (Beleza Americana) a abordar a questão, mas proporciona ótimos momentos e desempenho interessantes dos atores, que já formaram par romântico em “Titanic”, quando Kate era uma reles desconhecida.
O silêncio é usado pelo diretor para evidenciar o ninho confuso que – às vezes – reside na alma humana. Esses os melhores momentos do filme, que potencializa o drama de April em enquadramentos sutis e pontuais.
O filme indicado a três Oscar – direção de arte, figurino e Ator coadjuvante – deixou de fora a indicação ao ótimo desempenho de Kate, que foi agraciada com dois Globo de Ouro de melhor atriz, um por “Foi Apenas um Sonho” e outro por “O Leitor”.
Não fosse o tom acusatório do filme, evidenciado pela personagem do “louco” (interpretado por Michael Shannon), o filho de um casal de amigos, o filme teria suas metáforas potencializadas e o final não teria sido tão óbvio.
“Foi apenas um sonho” é denso e triste, pois traz a tona personas que não conseguem (com) viver com a própria realidade, são infelizes no seu dia-a-dia e por mais que se esforcem não conseguem se enquadrar na rotina. São obrigados a se conformarem com sua realidade, que por vezes é sufocante e aniquiladora. Cruelmente real. 

Ficha Técnica
Título Original: Revolutionary Road
Gênero: Drama
Duração: 119 min.
Ano: EUA / Inglaterra / 2008
Distribuidoras: DreamWorks Distribution / Paramount Pictures / UIP
Direção: Sam Mendes
Roteiro: Justin Haythe, baseado em livro de Richard Yates


Trailer do filme FOI APENAS UM SONHO

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Crítico: Rodolfo Lima - Jornalista, ator e crítico de cinema - e-mail: dicaspravaler@yahoo.com.br

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