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RESENHA CRÍTICA "SHORTBUS"   
por Junior de Barros - Jornalista - e-mail: junior_barros@yahoo.com.br 
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SHORTBUS - FOTO DIVULGAÇÃO

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AS VONTADES SEM BARREIRAS

Vidas engarrafadas que se desenrolam e entrelaçam nos caminhos de uma boate onde todos os desejos e vontades podem ser realizados.
Bloqueios, reflexos de vidas destruídas, conceitos desarmados, observações, admirações e uma trilha sonora impecável, esse são os conceitos que fazem do filme Shortbus um filme da mostra Mix Brasil de 2006 uma excelente recomendação para todas as pessoas, sendo elas do meio GLBT ou não. O filme aborda vários conceitos abstratos, sentimentos e sensações frustrantes em diversos momentos o filme fala por si só, sem a necessidade de dialogo.
A boate Shortbus é o palco de encontro de casais e solteiros que buscam se divertir em Nova York, lá eles encontram das mais exóticas as mais bizarras figuras, desde o anfitrião da boate que lembra muito a figura do cantor Boy George até os excêntricos casais de lésbicas que se mantém isoladas discutindo feminilidades e conceitos da sexualidade feminina em papos de auto-ajuda em divas de almofadas.
O filme gira em torno de algumas figuras exóticas que em diversos momentos, compartilham a mesma cena mesmo sem nunca ter se conhecido, o diretor John Cameron Mitchell, trabalha muito bem esse enredo que gosto de chamar, Teia de Aranha, onde a vida de vários personagens se cruza sem um motivo aparente, construindo assim um enredo diversificado e enigmático ao mesmo tempo.
Jamie é um ex garoto de programa que parou de se prostituir e trabalha como salva vida de piscina dentro de uma academia atípica, já seu namorado James é ex-estrela mirim de Hollywood que tenta viver sempre das lembranças de seu passado, ganhando assim um reconhecimento prévio das pessoas a sua volta, apesar do relacionamento estar embarcando a cinco anos em um ritmo agradável, Jamie tem sérios problemas com ele mesmo, vivendo mudo para todos e incluso em seu próprio mundo social, fugindo dessa forma de demonstrações de afeto e carinho que teoricamente não lhe agradam, por ele se achar indigno e desmerecedor de tal por ser sido garoto de programa por opção própria. Dessa forma, eles decidem buscar ajuda exterior e encontram Sofia, uma terapeuta sexual (terapeuta de casais), que apesar de ter um belo marido e uma vida sexual invejável, nunca conseguiu ter uma orgasmo sozinha ou acompanhada pelo marido. A apresentação da vida sexual de Sofia acompanhada pelo marido é excelente, logo nos 10 minutos iniciais do filme, podemos ver o casal, em cenas explicitas de posições do kama-sutra que muitas pessoas gostariam de algum poder fazer. Mesmo tendo uma vida sexual invejável, Sofia é uma mulher falsa consigo mesma, frustrada e começa a buscar os seus desejos e suas vontades, quando encara as possibilidades que existem além de seu simples casamento, sem contar que seu marido adora ser sodomizado, mais não compartilha dessa fantasia com sua esposa.
Como podemos ver, Shortbus é um filme diferente, traz muitas cenas de sexo explicito, sim! Porém passa longe da vulgaridade, tudo no filme traz um conteúdo e uma idéia de aceitação dos desejos, vontades sem medo ou prévios preconceitos, a trilha sonora, como já falei e volto a repetir é divina, ela abraça o filme, deixando os momentos muito mais intensos, nos transportando para dentro da boate naquele momento, fazendo com que deixemos de ser espectador para ser participante.

Ficha Técnica
Gênero: Drama
Duração: 101 min.
Ano: EUA - 2006
Distribuidorasção: ThinkFilm/Mais Filmes
Direção e roteiro: John Cameron Mitchell
Produção: Howard Gertler, John Cameron Mitchell e Tim Perell 

Filme:

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Crítico: Junior de Barros - Jornalista - e-mail: junior_barros@yahoo.com.br

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