RESENHA
CRÍTICA "OS OLHOS DE LAURA MARS"
por Frodo Oliveira -
frodooliveira@hotmail.com
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OS OLHOS DE LAURA MARS - FOTO DIVULGAÇÃO
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CRÍTICA: OS OLHOS DE LAURA MARS é um filme do
diretor Irvin Kershner (mais conhecido no Brasil por
filmes como GUERRA NAS ESTRELAS II - O IMPÉRIO
CONTRA-ATACA, 007 – NUNCA MAIS OUTRA VEZ e ROBOCOP
II), com Faye Dunaway no melhor da sua forma e um
Tommy Lee Jones em início de carreira, alem de
contar com a presença sempre talentosa do ator Raul
Júlia no elenco.
Produzido em 1978 e baseado num roteiro do diretor
John Carpenter, o filme foi um dos grandes sucessos
daquele ano, graças, principalmente ao apelo
chamativo da atriz Faye Dunaway, que nos quatro anos
anteriores protagonizara sucessos como INFERNO NA
TORRE e CHINATOWN (1974), TRÊS DIAS DO CONDOR
(1975), culminando com o filme que lhe daria o Oscar
de melhor atriz, REDE DE INTRIGAS (1976).
Em OS OLHOS DE LAURA MARS, Dunaway interpreta Laura
Mars, uma excêntrica fotógrafa de moda de Nova York,
famosa pela criatividade e pelos escândalos. Ela fez
sua carreira baseada em fotos que misturam
sensualidade e violência, idéia, aliás, bas-tante
vanguardista para a época. Sua carreira vai de vento
em popa, até que ela começa a ter visões dos
assassinatos de seus próprios colegas de trabalho.
Para piorar, eles come-çam a morrer, de fato,
deixando a fotógrafa desesperada por ver os
assassinatos e não conseguir impedi-los. Sem outra
saída, ela procura o investigador John Nelville
(Tommy Lee Jones), na tentativa de conseguir
desvendar o mistério daquelas visões e,
conseqüentemente, impedir que seus amigos continuem
sendo assassinados, mas acaba descobrindo que também
faz parte da lista do assassino. A reviravolta final
é bem inte-ressante, deixando o espectador no escuro
até os momentos finais da película.
Evidentemente, por mais qualidades que possa
apresentar, e em que pese a visão futuris-ta do
mundo da moda que vemos nos dias atuais, em plena
década de 70, OS OLHOS DE LAURA MARS é um filme
datado, pois não consegue fugir do estereótipo
setentis-ta dos figurinos à La EMBALOS DE SÁBADO A
NOITE. Roupas e cenários démodé, figuras
emblemáticas de uma época que não volta mais, numa
Nova York pré era terro-rista, um tanto inocente e
muito distante da que conhecemos nos dias atuais.
Chega a ser curioso perceber a passagem do tempo
através das lentes do diretor Irvin Kershner, que
visivelmente, se esforça para parecer moderno, mas
que, sob o olhar atento de um es-pectador do século
XXI, consegue parecer apenas engraçado. Mesmo assim,
tem seus bons momentos, como a clássica cena em que
Laura fotografa suas modelos lutando de lingeries e
casacos de pele em meio a carros batidos e em
chamas, baseada no trabalho do fotógrafo alemão
Helmut Newton. Aliás, Newton é o verdadeiro autor
das fotografi-as que enfeitam a parede do estúdio de
Laura Mars que aparecem no início do filme.
O papel de Laura Mars seria entregue, a princípio, a
Barbra Streisand, mas ela recusou, alegando ser
excêntrico demais. Deve ter se arrependido depois,
pois o filme, que cus-tou a bagatela de sete milhões
de dólares, arrecadou vinte milhões somente nas
bilhete-rias americanas, tornando-se um dos campeões
em arrecadação de 1978. Mas, para não ficar
totalmente de fora da produção, deu o seu jeitinho
de cantar a música-tema, PRI-SIONER, que se
transformou num hit instantâneo em fins dos anos
setenta.
FICHA TÉCNICA
Direção: Irvin Kershner;
Elenco: Faye Dunaway, Tommy Lee Jones, Brad Dourif,
Raul Júlia, Lisa Taylor.
Origem/Ano de produção: EUA/1978;
Duração: 103 min.
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Filme:
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Crítico: Frodo
Oliveira
– Acadêmico de letras e crítico de cinema -
e-mail:
frodooliveira@hotmail.com - Blog:
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