CRÍTICA:
INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL -
Indiana Jones demorou vários anos para retornar ao
cinema porque, entre outros fatores, o produtor
George Lucas, o protagonista Harrison Ford e o
diretor Steven Spierlberg não conseguiam chegar a um
consenso. O que cá entre nós é totalmente
compreensivo tamanho a importância do personagem no
mundo cinematográfico.
Nos três Indiana Jones de 1981, 1984 e 1989, os
MacGuffins (termo inventado por Alfred Hitchcock
para denominar todos aqueles objetos que movem uma
trama adiante - são os tesouros: respectivamente, a
Arca da Aliança, as pedras Sankara e o Cálice
Sagrado. Para o quarto filme, Lucas queria colocar
ETs no meio; Ford e Spielberg, nem tanto. Eles
chegaram a um consenso que é o tal crânio
translúcido de Indiana Jones e o Reino da Caveira de
Cristal. Da para imaginar o tempo que se levou para
chegar a um denominador comum na cabeça dos três
gênios?
Ver que Reino da Caveira de Cristal tem um
compromisso não só com a mitologia de Indiana Jones
- a sonoplastia dos socos continua a mesma! - mas
também com a própria história do cinema é um alívio.
Apesar do filme não ser perfeito, está bem perto de
tal ideal. Harrison Ford dá conta do recado. O vigor
não é o mesmo, mas ele continua correndo
resfolegante com os braços meio abertos. Seu par
romântico tem boa química com Jones e seu novo
parceiro de aventuras, também faz bonito na tela.
Uma estrela especial para a atuação de Cate
Blanchett, charmosa e impagável como vilã.
Ao excelente timing de comédia de Ford adiciona-se o
domínio que Spielberg tem da ação. Está aí uma coisa
que dá gosto de ver e que não envelhece com o tempo:
o talento para saber onde colocar as câmeras numa
seqüência de luta, talento para cortar ou deixar o
plano correr mais um pouco para criar o efeito
desejado. Spielberg está bem como sempre nas
coreografias das perseguições, e as cenas da moto no
campus da universidade, com gente entrando por uma
janela e saindo por outra, são coisa de quem conhece
comédia física porque assistiu a muito cinema mudo,
e sabe o que faz.
Indiana Jones, um dos grandes símbolos do cinema, é
feito com humor, aventura, romance e muita emoção.
E, o quarto episódio da série mostra que falta muito
para o personagem ficar cansativo ou enjoativo.
Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal é mais
um capítulo de uma saga que ainda irá longe. Jones
vive. Viva Jones.
Sinopse - 1957. Indiana Jones (Harrison Ford) e seu
ajudante Mac (Ray Winstone) escapam por pouco de um
encontro com agentes soviéticos, em um campo de
pouso remoto. Agora Indiana está de volta à sua casa
na Universidade Marshall, mas seu amigo e reitor da
escola, Dean Stanforth (Jim Broadbent), explica que
suas ações recentes o tornaram alvo de suspeita e
que o governo está pressionando para que o demita.
Ao deixar a cidade Indiana conhece o rebelde jovem
Mutt Williams (Shia LaBeouf), que tem uma proposta:
caso o ajude em uma missão Indiana pode deparar-se
com a caveira de cristal de Akator. Agentes
soviéticos também estão em busca do artefato, entre
eles a fria e bela Irina Spalko (Cate Blanchett),
cujo esquadrão de elite está cruzando o globo atrás
da Caveira de Cristal.
Título Original: Indiana Jones And The Kingdom Of
The Crystal Skull
Gênero: Aventura
Duração: 115 min.
Ano: EUA - 2008
Distribuidora: Paramount Pictures
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Philip Kaufman, David Koepp