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RESENHA CRÍTICA DO FILME "ELIZABETH - A ERA DE OURO"   
por Rodolfo Lima - Jornalista, ator e crítico de cinema -
e-mail: dicaspravaler@yahoo.com.br
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ELIZABETH - A ERA DE OURO  -  (Foto Divulgação)

 

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CRÍTICA - ELIZABETH - A ERA DE OURO -  Existem filmes que não põem ser explicados e/ou descritos, merecem e tem que ser visto. Elizabeth – A Era do Ouro (2007) entra nesta categoria. Confesso que não esperava muito do filme, já que minha memória me trai e não me lembro do primeiro filme sobre a rainha, feito em 1998, intitulado apenas Elizabeth.
Dirigido por Shekar Khapur, a nova versão ressalta as questões pessoais de uma rainha virgem em volta com suas obrigações e desejos. Está lá toda a questão histórica pertinente a época que a rainha governou a Inglaterra, seus inimigos e as armadilhas realizadas para derrubar sua ideologia protestante, frente a uma Espanha católica com sede de domínio.
O filme é grandioso, elegante, delicado e sutil. A começar pelas cores vivas que há no figurino (Oscar de Melhor Figurino de 2008), contrastando com a frieza dos palácios e a opacidade das roupas dos homens. A roupa de Elizabeth acaba se tornando um contraponto para seus sentimentos e desejos. As tomadas do alto do castelo tornam viva e intensa a figura da rainha diante de tanta impessoalidade.
A rainha que nunca ri, aprende a relaxar os músculos da face quando se depara com um aventureiro, atraente, audacioso e sagaz. Elizabeth indiretamente acaba projetando nele as possibilidades de uma relação que até então não cogitava com ninguém. Porém ela é a rainha e não pode se dar ao luxo de ser livre e tomar as escolhas que bem entender. A cena do banho onde elogia o fato de sua empregada ser livre mostra o quanto seu desejo de liberdade é intenso.
Tão intenso que não aceita ser comandada e nem reprimida por um Deus e seus possíveis súditos. No seu mundo não há a palavra perdão. Mas ela teria perdoado a traição de Mary Stuart se as convenções não existissem. A cena que Mary Stuart é decapitada é de uma beleza impar. Raro de se ver no cinema. Uma cena onde devoção, morte e religião estão aliadas com a beleza. O figurino também dialoga com a cena, pois quando Mary Stuart retira seu manto para ser morta, sua roupa é de um vermelho pulsante.
Elizabeth é retratada como uma semi-deus para que a fé em suas convicções seja evidenciada e na luta interna que travou para vencer os que a rodeavam. Em meio a tanta ambição, machismo e traições. Foi traída pelos seus sentimentos, mas soube contornar a situação. Quando pega o bebê do ser amado em seu colo, seu semblante é agraciado com uma cor, que a torna mais humana, frágil.
Como disse no primeiro parágrafo Elizabeth é uma experiência única. Teatral, intenso, introspectivo e sublime. A rainha que nunca é beijada, que tem seus parcos cabelos cobertos com perucas extravagantes, que é complacente com seu próximo e divertida quando é permitido, ficará na sua memória.
Deveria ter revisto o primeiro “Elizabeth” (1998) para poder escrever melhor minhas argumentações a cerca deste novo filme. Mas embora ambos sejam semelhantes em seus conflitos, dirigido pelo mesmo diretor e protagonizado pela mesma atriz, a nova versão consegue a façanha de ser simbólica e subjetiva e tornar a rainha uma mulher inesquecível. Lembraria de tanta sutileza e feminilidade? Provavelmente sim. Um filme como esse a gente não esquece. Imperdível.

Ficha Técnica
Título Original: Elizabeth: The Golden Age
Gênero: Drama
Duração: 114 min.
Ano: Inglaterra/França - 2007
Distribuidoras: Universal Pictures / UIP
Direção: Shekar Khapur
Roteiro: William Nicholson e Michael Hirst

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Trailer do filme "Elizabeth - A Era de Ouro" - Divulgação

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Crítico: Rodolfo Lima - Jornalista, ator e crítico de cinema - e-mail: dicaspravaler@yahoo.com.br

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© Cranik - ELIZABETH - A ERA DE OURO (FILME ELIZABETH - A ERA DE OURO)