CRÍTICA: O filme é uma dose do “velho safado” quando este ainda
iniciava os primeiros poemas para sua futura editora - Baseado no
romance de Charles Bukowski, Factotum conta a trajetória de Henry Chinaski (Matt
Dillon), um bêbado desajustado e sentimental que vive de subempregos. Escrevendo
três ou quatro contos por semana, ele tenta suportar o sofrimento e convencer o
editor da Black Sparrow Press que tem talento literário.
Mas, enquanto o reconhecimento não chega Chinaski se revela um beberrão,
apostador de cavalos e amante de mulheres desprestigiadas. Uma delas é Jan (Lili
Taylor) que se relaciona com o ainda jovem poeta em uma união de altos e baixos.
Ambos dormem e acordam embriagados, dividem a cama e a mesma privada para
vomitarem a ressaca.
O filme mostra a dificuldade que Chinaski possui para vencer sozinho nas ruas.
Quartos de hotéis baratos, bares, solidão, desemprego e desesperança são alguns
dos ingredientes do drama. Entretanto, apesar das dificuldades ele não se
entrega, continua a escrever, mantendo uma pose de homem “durão”.
Durante o longa, Henry também conhece Laura (Marisa Tomei) outra mulher
decadente. Ela o apresenta para um grupo de amigos que se diverte à custa de um
velho gigolô. A cena revela o contraste entre a fartura e a necessidade dos
indivíduos. Mas Chinaski, apesar de pobre, permanece indiferente e esbanja
“classe”, principalmente diante do velho e dos demais arruinados.
O diretor norueguês do Factotum, Bent Hamer procura ser fiel ao livro. Assim
como o romance, os personagens se destroem de forma intermitente e são tão
depressivos quanto cômicos. Os sonhos perdidos, a falta de amor e oportunidade –
que influenciaram as obras de Bukowski – é responsável por tal degradação.
Além disso, Hamer destaca a narração lacônica de Henry no decorrer das cenas,
trazendo um perfil poético e cativante. Logo há uma facilidade de o espectador
sofrer, divertir e se apegar aos personagens que fazem suas escolhas de vida –
aparentemente as piores.
Nada, entretanto, chama mais a atenção como os empregos medíocres, a vontade
voraz pela bebida e as relações conturbadas de Chinaski. Perceptivelmente, o
filme foi produzido sem grandes recursos, em contrapartida não deixa de
surpreender o público com boas gargalhadas e uma depurada sensação de angústia.
Título Original: Factotum
Gênero: Drama
Duração: 93 min.
Ano: EUA/Noruega - 2005
Distribuidora: Picturehouse Entertainment LLC/California Filmes
Direção: Bent Hamer
Roteiro: Jim Stark e Bent Hamer
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Cena do filme FACTOTUM - SEM DESTINO (Foto
Divulgação)
Filme:



Ótimo: 



Bom:



Regular:

Crítico:
Allan Bratfisch - Jornalista e Crítico de
Cinema -
allanbrat@ig.com.br
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