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RESENHA CRÍTICA DO FILME "EU, VOCÊ E TODOS NÓS" 
 por Shirlei Ximenes - Jornalista e Crítica de Cinema
e-mail: sximenes@gmail.com      
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FILME - EU, VOCÊ E TODOS NÓS
EU, VOCÊ E TODOS NÓS - (Foto Divulgação)

Sem medo de errar

CRÍTICA: EU, VOCÊ E TODOS NÓS - Miranda July imprime leveza em todos os aspectos de seu primeiro filme, mesmo naqueles mais melancólicos. Com domínio e expressividade, a diretora - também artista plástica e videomaker - faz de “Eu, Você e Todos Nós” um verdadeiro poema do cotidiano, cujo cerne é o ser humano em sua eterna busca por um interlocutor. Porém, o que está em jogo aqui não é apenas o encontro com o outro, mas todas as implicações decorrentes desse processo; em especial, a dificuldade inerente ao homem de criar e manter relacionamentos. Premiado em várias partes do mundo, o longa-metragem rendeu à cineasta a Câmera de Ouro no Festival de Cannes de 2005, além do reconhecimento anterior no Festival de Sundance - saldo nada negativo para uma estreante.

“Eu, Você e Todos Nós” poderia ser facilmente catalogado como mais uma produção do cinema independente norte-americano que usa (e abusa) de velhas fórmulas em sua narrativa, entre elas o cruzamento de várias histórias, o uso de metáforas visuais, falas inteligentes e o apelo às referências contemporâneas, como a comunicação via internet (somada à precoce educação digital). Entretanto, Miranda transpõe a barreira do óbvio e direciona sua câmera com interesse para cada fragmento de vida, fator que torna ilegítima qualquer tentativa de rotular o filme. Todos os personagens são retratados de maneira positiva, propositalmente sem apresentar muita densidade dramática; apenas esboços de pessoas simples que convivem com seus conflitos interiores. Uma escolha arriscada por sua superficialidade, mas que, no final das contas, dá certo no conjunto da obra.

O enredo possui um núcleo e várias ramificações. Christine Jesperson (a própria July) é uma artista multimídia que sonha com exposições no museu de arte contemporânea da cidade, mas sobrevive dirigindo um táxi para idosos. Quando acompanha seu cliente a uma sapataria, se apaixona por Richard (John Hawkes), vendedor da loja. Este também demonstra interesse pela doce Christine, porém hesita em atraí-la para a sua vida de pai recém-separado. Em outra ponta estão Peter (Miles Thompson), de 14 anos, e seu irmão Robby (Brandon Ratcliff), com apenas sete, ambos filhos de Richard. Enquanto o mais novo engata um relacionamento pela internet, sendo até convidado para um encontro com sua “parceira”, Peter serve como cobaia de duas adolescentes que desejam descobrir qual delas é capaz de oferecer, através do sexo oral, mais prazer a um homem - especificamente o solteirão que trabalha ao lado do protagonista na loja de sapatos.

Todo o lirismo pungente da cineasta marca presença em várias seqüências do filme, seja na caminhada do casal principal desde a loja de sapatos até a esquina ou na trajetória de um peixinho dourado pelos tetos dos carros. A precisão e a suavidade de Miranda July - talvez explicadas pelo seu trabalho nas artes plásticas - dissolvem as passagens mais pesadas em termos de visual e conteúdo. Richard, na iminência da separação, queima a própria mão na frente dos filhos. Num primeiro olhar, a cena pode parecer um tanto forçada, contudo, explica bem a posição do protagonista: ele é um homem literalmente “queimado”. Sai de uma relação, não consegue mergulhar tranqüilamente em outra e ainda vive na expectativa de estreitar a proximidade com os filhos. Os diálogos têm esse mesmo equilíbrio, vide os momentos entre as duas meninas e o vendedor amigo de Richard.

No que diz respeito à sexualidade e às relações familiares e sociais, a obra apresenta crianças e adolescentes praticamente com os mesmos dilemas dos adultos. Um exemplo interessante talvez seja o comportamento do pequeno Robby, cuja “maturidade” é responsável pela maioria das passagens cômicas do longa. Por fim, todos os riscos fazem sentido na montagem e o resultado final não é de forma alguma dissonante. A artista aceita a natureza humana em seu cinema e reconstrói muito bem a simplicidade do trivial. Desta forma, há demasiada franqueza nesse relato realista carregado de tons subjetivos.

Título Original: Me and You and Everyone We Know
Gênero: Drama
Duração: 91 min
Ano: 2005 (EUA)
Direção e Roteiro: Miranda July
Distribuição: IFC Films / Mais Filmes

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FILME EU, VOCÊ E TODOS NÓS
Cena do Filme EU, VOCÊ E TODOS NÓS (Foto Divulgação)

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Crítica: Shirlei Ximenes - Jornalista e Crítica de Cinema - sximenes@gmail.com     

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© Cranik - FILME - EU, VOCÊ E TODOS NÓS