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RESENHA CRÍTICA DO FILME "EU SOU A LENDA"   
por Vinicius Vieira - vvinicius@hotmail.com 
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EU SOU A LENDA - (Foto Divulgação)

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CRÍTICA - EU SOU A LENDA: Hollywood tem poucas certezas, uma delas é que: “Com grande campanhas de marketing, vem grandes bilheterias”, infelizmente, não importando a qualidade do mesmo. “Eu Sou a Lenda” é quase um exemplo vivo disso.
Quase, por que o novo filme dirigido por Francis Lawrence seria um ótimo exemplo de uma propaganda de um produto de qualidade, se não fosse a boa e velha necessidade de satisfazer essa grande bilheteria , com uma história que começa bem, mas aos poucos se transforma em um filme comum, que não surpreende nem o mais desavisado.
Durante muito mais que a metade do filme, o que se vê na tela é o solitário (a não ser por sua companheira canina Sam, que por muitas vezes rouba a cena) Robert Neville (Will Smith), antes Tenente-Coronel, hoje, em 2012, ultimo ser vivo da Terra depois de uma epidemia que assolou a vida no planeta e transformou os poucos sobreviventes em criaturas noturnas com uma certa predileção à sangue.
E é em uma Nova York vazia, tomada pela vida selvagem que Neville tem que sobreviver enquanto o sol se apresenta sobre sua cabeça, ao mesmo tempo que tenta desesperadamente achar uma cura para a epidemia.
O tempo todo que Will Smith reina absoluto na tela, “Eu Sou a Lenda” é uma experiência única, Lawrence, o fotografo Andrew lesnie (Trilogia Senhor dos Anéis) e a designer de produção Naomi Slohan (Beleza Americana) criam um clima de solidão assustador. Ver a enormidade de Manhattan tomada por um caos silencioso é de arrepiar, e no centro, quase mínimo perante esse mundo, o personagem de Smith tentando não enlouquecer com essa visão aterradora de solidão é sensacional.
Desde o visual rebuscado e cheio de estilo que Lawrence impõe nas cenas, coisa que ele já tinha mostrado ser capaz em “Constantine”, até o menor dos detalhes na casa de Neville, durante todo esse tempo, faz com que quem está do lado de cá da tela sinta toda angustia.
Mesmo com esse clima arrastado, o acerto se dá em criar uma ação que se apresenta sem muito esforço, como o suspense do sol indo embora, obrigando Neville a dar lugar aos seus “companheiros” sanguinários, ou até os encontros esporádicos entre as duas partes, fazendo com que em nenhum momento o filme fique enfadonho.
E exatamente durante essa hora de calmaria que você não se pergunta onde esse filme vai parar que você percebe que tudo estava sendo arrumado para o momento: “tudo bem você que gosta de cinema está se divertindo, agora vamos ganhar dinheiro com quem quer um pouquinho de ação”.
E nesse, momento entra em cena a estrela do roteirista Akiva Goldsman. Para quem não sabe, esse célebre senhor vem ganhando fama em Hollywood por seus roteiros com resultados milionários, mas não se engane, esse ganhador do Oscar® com “Uma Mente Brilhante”, criou o bat-cartão de crédito, e acabou com a franquia em “Batman Forever” e “Batman e Robin”, fez uma geração inteira se contorcer na cadeira do cinema com a horripilante adaptação de “Perdidos no Espaço”, além de, recentemente nos brindar com a enrolação que se tornou “O Código Da Vinci”.
Goldsman, em parceria com Mark Protosevich (o gênio por trás do roteiro da refilmagem de “O Destino do Poseidon”), fazem um trabalho até coerente e inspirado, tanto na hora de posicionar o espectador dentro do contexto, não se perdendo no porque de tudo aquilo, como transitam na ação e no suspense habilmente, mas a aparente obrigação de acelerar o filme em seu terceiro ato, joga no lixo todo esforço anterior, infelizmente, fazendo parte disso, a personagem totalmente desnecessária interpretada pela brasileira Alice Braga, que, sem sombra de dúvida não prejudica o filme com uma atuação correta, mas pontua a destruição narrativa do que estava bom.
O que poderia ser um filme de ficção apocalíptico, centrado no interior do personagem, e nos modos como tenta sobreviver sozinho em um mundo que ele praticamente não vê um futuro se transforma em um corre-corre sem função, jogando um pouco de luz demais nas criaturas feitas em um CGI pouco inspirado (e até preguiçoso, que não cabe mais em um cinema que recentemente colocou o King Kong em sua magnitude no topo da mesma Nova York).
A verdade é que, quem vê o filme em seu começo não espera o final corretinho (sem entrar em qualquer mérito), que com certeza vai decepcionar boa parte das pessoas que estava compartilhando da solidão do mundo com Will Smith, mas mesmo assim não mancha totalmente essa ficção que ganha em originalidade.

*eu não li o livro, e não sei se ele distancia totalmente em sua trama, mas, tentei me focar somente como filme, portanto, me desculpem àqueles que pontuaram suas opiniões na obra como adaptação aos quais eu possa estar errado e pondo a culpa no roteirista, nesse caso mil desculpas ao Sr. Akiva Goldsman.

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Cena do filme "Eu sou a lenda" - Foto Divulgação

Ficha Técnica
Título Original: I Am Legend
Gênero: Ficção Científica
Tempo de Duração:
Ano: EUA - 2007
Distribuidora: Warner Bros. Pictures
Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Mark Protosevich e Akiva Goldsman, baseado no livro de Richard Matheson

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Trailer do filme "EU SOU A LENDA"

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Crítico: Vinicius Vieira - Jornalista - vvinicius@hotmail.com

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© Cranik - EU SOU A LENDA - (FILME EU SOU A LENDA)