ENTREVISTA COM O ESCRITOR ROBER A. PINHEIRO

O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale"  entrevista o escritor Rober A. Pinheiro.
 (09/10/08)

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Rober A. Pinheiro - Foto Divulgação

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Primeiramente, agradeço por aceitar a entrevista. Para iniciarmos, gostaria de saber como foi o início de Rober A. Pinheiro na literatura.

Rober A. Pinheiro: Olá Ademir. Eu é que agradeço pela oportunidade. Meu início na literatura deu-se meio que por acaso. Logo que me mudei para São Paulo, por volta dos meus 11 anos, tive de começar a trabalhar para ajudar minha mãe nas despesas de casa. Isso, somado às atividades escolares e as tarefas de casa, não me dava lá muito tempo ou oportunidades para fazer outras coisas. Então, comecei a direcionar meu pouco tempo livre (umas poucas horas entre a chegada do trabalho e o sono repentino) para a leitura. Comecei como quase todo jovem, pelas Hq’s, e logo depois ensaiei minhas primeiras leituras em páginas sem desenho e sem balão. O primeiro livro que li chamava-se Fernão Capelo Gaivota e contava a história de superação de uma simpática gaivota em meio ao escárnio e a descrença de seus pares. Logo depois, passei para Salinger e Swift e, aos poucos, me foi surgindo idéias acerca de todas aquelas personagens, e mais: como eu poderia fazer para que a idéia de superação de uma simples gaivota pudesse encontrar eco na vida conturbada de um jovem nova-iorquino ou na intrigas e escaramuças de um povo minúsculo numa terra distante? Assim, comecei a escrever pequenos contos e histórias e a criar novas personagens nos espaços vazios das agendas de escola, heróis e guerreiros que tinham de enfrentar desafios e tentar superá-los. Muito tempo depois, através de um amigo, juntei estas idéias dispersas e passei a criar algo mais consistente, que culminaria com o universo de Lordes de Thargor.

Ademir Pascale: Uma pergunta bem genérica; quais são suas principais influências literárias?

Rober A. Pinheiro: Grandes autores me influenciaram, não apenas ao logo da criação do universo de LdT, mas também ao longo da minha vida. Seria injusto nomear apenas um entre tantos e, dentre as fontes em que, com toda a certeza, eu saciei minha sede estão Jonathan Swift (na verdade, a prosa satírica d’As Viagens de Gulliver foi o meu primeiro contato com esse “imaginário criativo” que mais tarde, investido de um cunho mais voltado pra mística e pra religião, me ajudaria a dar formas às raças de Thargor), Garcia Márquez, e seu insuperável dom de unir de forma magistral o cotidiano trivial da vida aos momentos mágicos que muitas vezes nos passam despercebidos, Marion Zimmer Bradley, Saramago e João Ubaldo Ribeiro, apenas para citar alguns.

Ademir Pascale: Referente ao mercado literário brasileiro, está sendo fácil publicar uma obra?

Rober A. Pinheiro: Nem um pouco. Ainda há pouca visibilidade para a literatura fantástica nacional e, principalmente para autores iniciantes, as dificuldades são muitas. Primeiro, porque é necessário vencer as barreiras pra se chegar as editoras e depois rezar para que seu original seja, ao menos, visto. Há um vácuo muito grande entre autor e editora e como não temos tradição neste tipo de literatura (ou pelo menos não tanta quanto seria necessário ou gostaríamos), as editoras tradicionais acabam optando por não se arriscar a publicar novos autores, o que torna esse vácuo uma barreira a mais, muitas vezes difícil de ser transposta. Há outras tantas editoras dispostas a publicar livros, mas a um preço tão alto que se torna praticamente inviável. Felizmente, há ótimos nomes surgindo, não apenas de autores mas de editoras voltadas para este segmento, nomes como a Não Editora e a Tarja, o que dá novo ânimo para os novos escritores e abre um pouco mais os olhos do mercado para este filão. Também há ótimas iniciativas de revistas e zines voltados para a divulgação da FC, Fantasia e Terror. Tudo isso, a meu ver, contribui para que a literatura fantástica nacional ganhe cada vez mais adeptos e este caminho se torne menos tortuoso.

Ademir Pascale: Como foi a idéia inicial para a criação da obra “Lordes de Thargor – O Vale de Eldor”?

Rober A. Pinheiro: A idéia de escrever o livro surgiu graças à (mais) um feliz acaso. Desde os 15, 16 anos, eu costumava rabiscar nas minhas agendas escolares alguns contos e histórias. Estes rabiscos nada mais eram que pequenos textos que narravam as peripécias de guerreiros poderosos e deuses fantásticos, reminiscências da minha pseudo-adolescência. Tempos depois, mostrei alguns destes contos a um amigo e ele me sugeriu que os reunisse numa história maior. Achei a idéia bem interessante e, a partir daí, comecei a juntar as várias pecinhas que tinha construído ao longo dos anos e estruturei um universo mais coeso, com princípio, meio e fim. E, no final, toda a base desse novo mundo, desde sua criação primordial até as raças que o habitaram, saltou diante dos meus olhos.
O fio condutor do romance surgiu bem depois, da observação do universo que eu estava criando. Por várias vezes, pequenas intrigas e escaramuças surgiam na minha cabeça à medida que eu criava as muitas histórias dos povos e as interligava para dar vida à história geral e, em todas elas sempre pairava uma idéia comum: a busca pelo poder e pela dominação através dele. Muitas guerras aconteceram ao longo da história desse mundo por causa dessa busca incessante pelo poder e a maior delas, aquela que carregará toda a bagagem de medo e ódio das guerras antigas, será contada nos livros desta série.

Ademir Pascale: Onde os leitores poderão encontrar a obra "Lordes de Thargor – O Vale de Eldor”?

Rober A. Pinheiro: A editora com a qual trabalho é pequena e trabalha exclusivamente com o sistema on demand. Estou correndo atrás de livrarias e casas de cultura pra tentar ampliar o leque de opções para quem quiser adquirir o livro. Mas, por hora, LdT pode ser adquirido através do site da Editora BV 24X7 (na área de “Lit. juvenil”, no site www.biblioteca24x7.com.br) ou pelo Blog THARGOR (www.lordesdethargor.com). Pelo blog o livro sai com um super desconto (35% do preço de capa), além de autografado e devidamente dedicado.

Ademir Pascale: Fale um pouco sobre o site www.lordesdethargor.com; quando foi ao ar, sobre suas atualizações, etc.

Rober A. Pinheiro: O blog entrou em atividade em Maio de 2007 e é um projeto dedicado inteiramente ao universo literário de LdT. Antes de iniciar a escrita do livro propriamente dita, pesquisei bastante sobre diversos aspectos que gostaria de apresentar nos livros (as várias mitologias e suas influências (ou a inversão delas), a temática religiosa, a questão das escolhas nas decisões dos homens e suas conseqüências, a diferença de pontos de vista entre as raças místicas e humanas, etc) e, a partir daí, desenvolvi a base histórico-político-social desse universo. E, depois disso, tomei gosto pela coisa e passei a desenvolver outros aspectos, como a geografia, a conceituação das raças mágicas, suas culturas, idiomas, etc. O blog é o resultado disso e hoje conta com um amplo leque de informações acerca desse universo. Lá, são detalhados todos os aspectos do reino de Thargor, desde as histórias da criação às raças e culturas nele presentes, e também de Argor, a nossa Terra (local onde se passam as histórias de Lordes de Thargor, o Vale de Eldor). Atualmente, estou elaborando um glossário com informações sobre personagens, origens dos nomes e pronúncia e, para breve, pretendo criar uma área de contos. Aparte disso, estou desenvolvendo um site exclusivo para a divulgação do livro e espero colocá-lo no ar muito em breve.

Ademir Pascale: É verdade que a literatura fantástica está em alta? Se sim, por quê?

Rober A. Pinheiro: Creio que os recentes sucessos, tanto na literatura em si quanto em outros meios de divulgação em massa, como o cinema, colocaram a literatura fantástica em evidência. O boom capitaneado por Harry Potter e o Senhor dos Anéis trouxe a reboque outros nomes de peso e deu novo fôlego a este segmento. Aliás, novo fôlego não, nova evidência. Nomes antes conhecidos de poucos e restritos a pequenos nichos hoje são largamente discutidos em mesinhas de bar. Acho muito bacana essa abertura, ver que cada vez mais mais pessoas descobrem que a literatura de fantasia não se resume apenas a Tolkien. Contudo, ainda estamos a léguas de distância do ideal. Ainda falta muito incentivo para a literatura nacional de Fantasia e FC, bem como para os novos escritores.

Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta?

Rober A. Pinheiro: Sim, tenho alguns projetos em pauta. Nos próximos meses, quero me dedicar à divulgação de Lordes de Thargor, mas, nos intervalos, vou continuar escrevendo o segundo livro da série. Também estou com algumas idéias para uma área de contos que pretendo criar no blog, um outro viés de histórias de fantasia, não necessariamente sobre Thargor.

Perguntas rápidas:

Um livro: Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Márquez.
Um(a) autor(a): João Ubaldo Ribeiro.
Um ator ou atriz: Fernanda Montenegro.
Um filme: O Fabuloso Destino de Amelie Poulain.
Um dia especial: O de hoje, quando posso fazer algo especial.
Um desejo: Viver de literatura, da minha literatura.

Ademir Pascale: Desejo-lhe muito sucesso. Um forte abraço.

Rober A. Pinheiro: Ademir, mais uma vez, muito obrigado pela oportunidade e pela força. É muito importante, principalmente para escritores iniciantes como eu, esta classe de incentivo. Grande abraço.

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Lordes de Thargor - O Vale de Eldor - Roberlandio A. Pinheiro
   

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*Você poderá adicionar essa entrevista em seu site, desde que insira os devidos créditos: Editor e Administrador do http://www.cranik.com : Ademir Pascale - ademir@cranik.com
Entrevistado: Rober. A. Pinheiro.
E nos informar pelo e-mail: ademir@cranik.com  

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