Entrevista com o autor, poeta e jornalista Rodrigo Capella

O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale"  entrevista o autor, poeta e jornalista, Rodrigo Capella.
 (28/01/08)

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Rodrigo Capella - Foto Divulgação

Mini-biografia: Rodrigo Capella é escritor, poeta e jornalista. Autor de vários livros, entre eles " Transroca, o navio proibido", que vai ser adaptado para o cinema pelo diretor Ricardo Zimmer e "Poesia não vende", que traz depoimentos de Ivan Lins, Moacyr Scliar, Carlos Reichenbach, Sergio Ferro, Bárbara Paz e Frank Aguiar.

Capella é colunista de vários jornais brasileiros e suas obras são, constantemente, comentadas pelos principais veículos brasileiros, de Norte a Sul.

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Como foi o início da sua carreira como escritor?

Rodrigo Capella: Foi bem tranqüilo. Do nada, resolvi publicar o meu primeiro livro. Foi um período de loucura, meio doido mesmo. Imagina um jovem de 16 anos decidido a publicar o seu primeiro livro? Nem te conto o que os editores me falaram. Mas, não dei a mínima e continuei com a idéia fixa de publicar. Certa vez, li em um jornal de grande circulação de São Paulo que uma editora estava interessada em publicar livro de jovens autores. Enviei o material, e poucos dias depois o editor me ligou e disse: "sinal verde". Eu respondi: "como assim? ". Ele retrucou: "sinal verde para a publicação do teu livro. Ele vai sair em breve". É claro que eu adorei a notícia. Tive um lançamento bem bacana no Círculo Militar, vendemos mais de 60 livros. Para um escritor iniciante, isso é ótimo! A crítica gostou do livro "Enigmas e Passaportes" e fez boa análise, a repercussão foi melhor do que eu esperava e serviu de estímulo para eu publicar os próximos. Depois, lancei "Como mimar seu cão", um livro com cinqüenta dicas para os donos cuidarem melhor de seu animal de estimação. Na seqüência, vieram "Transroca, o navio proibido", que está sendo adaptado para o cinema pelo diretor gaúcho Ricardo Zimmer, "Poesia não vende" e "Rir ou chorar". Já estou em fase de pesquisa de mais outros dois livros, que saíram em breve.

Ademir Pascale: Você teve alguma influência de outros escritores?

Rodrigo Capella: Sempre li muito os escritores estrangeiros, tais como Agatha Christie e Conan Doyle. Tanto é que meu primeiro livro, chamado "Enigmas e Passaportes", é um romance policial, com detetive, pistas e muita ação. Dos escritores brasileiros, me agradam os romances de Moacyr Scliar, a poesia erótica de Hilda Hilst e a poesia obscura do Glauco Mattoso. Todos esses, tanto os nacionais quanto os estrangeiros, me influenciaram e influenciam. Quando eu escrevo, eu não penso "ah, tal escritor está me influenciando nesse parágrafo". Eu deixo a coisa rolar, a influencia vai e vem, o texto surge e no final você tem um texto com elementos da Agatha Christie e Conan Doyle, como foi o caso do meu primeiro livro "Enigmas e Passaportes". Escrever é tão bom quanto ter um orgasmo, é um momento único, de pura energia. Um momento frenético e gostoso!

Ademir Pascale: Quando o site www.rodrigocapella.com.br foi ao ar?

Rodrigo Capella: Surgiu há bastante tempo, sinceramente eu não sei a data. Aliás, tenho problemas com números, certa vez esqueci o número do telefone da minha casa. O site surgiu para eu ter uma maior interatividade com os leitores. E tem funcionado muito bem. Eles entram em contato para tirar dúvidas, para esclarecer certos elementos do livro e até mesmo para fazer sugestões, que são ótimas! Falar com o leitor é um momento mágico, eu escrevo para o leitor, não escrevo para agradar ao crítico. Sinceramente, eu não me importo com a crítica e sim com o leitor!

Ademir Pascale: Qual a sua opinião referente as antologias no Brasil? Você acredita que elas possam ajudar os novos escritores?

Rodrigo Capella: Claro, sem dúvida. Elas ajudam, mas não muito. Antologia não abre espaço para os futuros escritores, apenas deixam eles mais conhecidos no segmento literário. A antologia tem um prestígio, mas o melhor prestígio vem quando você publica um livro sozinho. Aí, a critica te aceita mais, o publico presta mais atenção em ti e você decola, vai em frente e conquista novo público. Antologia é bom para você fazer amizades, estreitar um relacionamento literário e aprofundar os conhecimentos.

Ademir Pascale: Como foi a receptividade do público com o lançamento da sua obra "Rir ou chorar"?

Rodrigo Capella: Foi, digamos assim, excelente! Melhor do que eu esperava. O público tem interesse sobre o cinema, sobre bastidores, sobre o que acontece para um filme ser levado para o cinema. Isso, certamente, atraiu o público. O livro vem vendendo muito bem. No lançamento, que ocorreu durante a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, "Rir ou chorar" foi um dos livros que mais vendeu. Não parei de dar autógrafos!

Ademir Pascale: É verdade que o seu livro "Transroca, o navio proibido" será adaptado para o cinema? Diga para nós como será esse processo.

Rodrigo Capella: O cineasta Ricardo Zimmer está adaptando o meu livro "Transroca, o navio proibido" para o cinema. O projeto está bem adiantado e o Ricardo já está, inclusive, escalando o elenco, que vai ter gente de peso. Por enquanto, eu não posso revelar os nomes. Mas, o Ricardo já conseguiu o navio, terminou o roteiro e está no pique para colocar "Transroca" no mar e na tela dos cinemas. "Transroca, o navio proibido" conta a história do detetive Kall, que a bordo de um navio, tem que descobrir quem matou um biólogo. Detalhe: o Kall estava em lua-de-mel e teve que interrompê-la para desvendar esse mistério. No livro, o Kall tem uma vida sexual ativa, ele transa, tem orgasmo, é bem diferente dos livros de suspense convencionais.

Ademir Pascale: Você tem uma obra intitulada "Poesia não vende". Por que o título?

Rodrigo Capella: Porque poesia não vende..rs.. Gelo vende, cigarro vende, camisinha vende, maconha vende, mas poesia não. O livro é um protesto poético, é um alerta: precisamos consumir mais poesia, poesia é sinônimo de alegria, de vitalidade, de harmonia. Por que então o povo não lê poesia? O livro fala sobre isso, fala também sobre a ligação da poesia com as outras artes (cinema, teatro, literatura, dança, pintura e música) e sugere que a poesia tem força, que pode ser consumida a qualquer momento.

Ademir Pascale: Você acha que as editoras brasileiras dão mais valor para o lançamento de obras de autores estrangeiros ou isso é coisa do passado? Como anda o mercado editorial brasileiro?

Rodrigo Capella: Sim, as editora brasileiras literalmente pagam pau para os escritores estrangeiros. O cara pode escrever qualquer bosta que elas publicam. É incrível. Agora, um escritor brasileiro bom, sofre pra caramba, tem que percorrer um caminho, muitas vezes, desumano para publicar um livro. É melhor você ser paraguaio do que ser brasileiro. Se eu nascesse no Paraguai, eu serei mais reconhecido. Essa continua sendo a atual realidade do mercado editorial brasileiro. Mas, as coisas precisam mudar. E muita gente tem se empenhado. Eu, por exemplo, venho participando de vários eventos literários e de arte, tais como o Art Night São Paulo, do qual eu sou o Coordenador Literário.

Ademir Pascale: Algumas perguntas rápidas:

Um autor: Moacyr Scliar (vivo) e Conan Doyle (morto)

Um livro: Triste fim de Policarpo Quaresma.

Um filme: Uma Mente Brilhante.

Uma viagem: espacial.

Um momento inesquecível: viagem que fiz para a Escócia, França e Inglaterra.

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*Você poderá adicionar essa entrevista em seu site, desde que insira os devidos créditos: Editor e Administrador do http://www.cranik.com : Ademir Pascale - ademir@cranik.com
Entrevistado: Rodrigo Capella.
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