Ademir:
Olá, Mirian! Agradeço pela gentileza de aceitar a
entrevista. Primeiramente, gostaria de saber quantos
roteiros você já produziu e um breve resumo de cada
um.
Mirian Guanais:
Fiz alguns trabalhos para uma série televisiva:Cinque
vite, cinque destini. Escrevi seis episódios:
Ossessione, Amore, fede e libertà, La strada dei
ricordi, La chiamamo giustizia, Quando arriva
l'amore e Maledetto precocetto.
Acabei de concluir um roteiro para o cinema, que é a
minha grande paixão. Um drama, longa-metragem,
intitulado “Eu, Inimigo Meu”. Apesar de ser uma
estória bem brasileira, é também uma estória
universal, porque fala do ser humano, das limitações
que todos nós temos e que tantas vezes nos levam por
caminhos contrários às realizações dos nossos
desejos. É um “remar contra a maré”, que pode ser
muito rico, mas também doloroso e frustante. O filme
fala do conflito pelo qual passa um homem de trinta
e poucos anos, com uma forte personalidade e valores
morais rigidos, que viveu uma infância difícil e que
agora tem como objetivo educar os filhos pra vecerem
na vida e serem pessoas de bem. Mas o que ele não
sabia é que pra alcançar o seu objetivo ele tinha
que vencer o seu maior inimigo: ele mesmo.
Ademir:
No seu ponto de vista, o que é um bom roteiro?
Mirian Guanais:
É aquele que transporta, ilumina, emociona, diverte.
Ademir:
Residindo na Itália, você consegue observar mais
amplamente a criatividade dos roteiristas e
diretores italianos?
Mirian Guanais:
Morando aqui é mais fácil. Posso assistir à maioria
dos filmes italianos que saem nas salas do cinema.
Tem alguns diretores de quem sou fã de carterinha,
como Grabriele Salvatore e Gabrielle Muccino.
Ademir:
Você acredita que o filme "Cidade de Deus" foi o
pontapé inicial que a indústria cinematográfica
brasileira tanto precisava?
Mirian Guanais:
O renascimento do cinema nacional se deve ao filme O
quatrilho de Fabio Barreto que fez com que o público
voltasse a assistir a filmes brasileiros. Esse
público, infelizmente, só ia ao cinema para
contemplar o cinema americano. O que era uma pena,
já que temos grandes diretores que com maestria,
retratam a cultura e os problemas do nosso país. No
exterior, o pontapé inicial foi dado pelo filme
Central do Brasil. Creio que o filme Cidade de Deus
serviu para reafirmar nosso cinema fora do Brasil.
Ademir:
Que tipo de inspiração você usa para criar os seus
roteiros?
Mirian Guanais:
Observo o mundo ao meu redor, com o espírito livre
de preconceitos e censuras.
Ademir:
Você produz apenas longas-metragens ou também
curtas-metragens?
Mirian Guanais:
Creio que eu não seja capaz de produzir curtas.
Preciso de tempo para expressar idéias e emoções.
Ademir:
Algumas perguntas rápidas:
Um longa-metragem:
Cidade de Deus
um curta-metragem:
Assisto a curtas na programação de férias que passa
aqui na tv italiana e gosto muito, mas infelizmente
não me lembro de nenhum titulo. Me sinto até
embaraçada, mas às vezes sou traída pela memória.
um diretor:
É difícil dizer apenas um, mas vamos aos nossos.
Cacá Diegues e Fernando Meireles
uma atriz e um ator:
Drica Moraes e Matheus Nachtergaele
um crítico de cinema:
Gian Luigi Rondi
um roteirista:
Bráulio Mantovani
um momento inesquecível do cinema:
No filme E o Vento Levou, quando Scarlett O'Hara
pega um punhado de terra e promete que nunca mais
passará fome. Gosto também da ultima cena do filme
Deus é Brasileiro em que a atriz Paloma Duarte esta
deitada numa barquinha e vai girando, girando, dando
um efeito marcante e belo.
Ademir:
Como as produtoras ou interessados em conhecer o seu
trabalho, devem proceder?
Mirian Guanais:
Podem me contactar através do e-mail:
miguanais@yahoo.it
Ademir:
Mais uma vez, agradeço pela entrevista. Desejo-lhe
muita sorte.
Mirian Guanais:
Agradeço a você, Ademir, pela gentileza e
oportunidade de divulgar o meu trabalho.
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entrevista em seu site, desde que insira os devidos
créditos: Entrevistador e Administrador do
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Ademir Pascale Cardoso
Entrevistado: Mirian
Guanais.
E nos informar pelo e-mail:
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Entrevista com a Roteirista "Mirian Guanais".