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Entrevista com a pesquisadora Luciana Bochetti.
O Administrador do cranik "Ademir Pascale"  entrevista a pesquisadora de mistérios antigos, Luciana Bochetti (21/06/05)

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Ademir: Primeiramente, agradeço a atenção e gentileza. Gostaria que comentasse um pouco sobre você e por que criou o site “Mistérios Antigos” - www.misteriosantigos.com

Luciana: Nascida no Rio de Janeiro, em 17 de Junho de 1970, esposa e mãe, tenho uma família que considero sagrada. Iniciada no Druidismo, apaixonada pelo Celtismo, interessada em não só conhecer, mas também compreender as antigas civilizações, culturas e tradições que de certo modo influenciaram e desempenharam um papel importante para o processo “evolutivo” do ser humano.

O Site Mistérios Antigos foi criado com o intuito de transmitir o pouco conhecimento que temos; pois acredito que, o conhecimento, a informação difundida de uma maneira correta, remova o preconceito. Eliminando tais preconceitos, seremos mais pacíficos, finalmente unidos. Mas estamos caminhando a passos curtos e, sei que esse objetivo, o de Unificação no sentido de Paz entre todos os povos ainda é um sonho.

Ademir: A wicca, criada por Gerald Gardner, é uma descendente direta da antiga religião da Deusa. Esse nome “Wicca” foi criado em meados do ano de 1.950. A antiga religião da Deusa tinha um nome específico?

Luciana: Assim como a Deusa, a “Antiga Religião” tem seus aspectos multifacetados, dizer hoje que a “Antiga Religião” da Deusa tinha ou tem um nome específico é integralmente impossível, podemos até aproximarmo-nos de comparações, mas afirmar não; principalmente depois das ações destrutivas do Cristianismo, apagando ou monopolizando grande parte da história que encontrava pelo caminho. O essencial hoje é saber que a Antiga Religião está presente de alguma forma, na maioria das Grandes Religiões a nível mundial. Os princípios religiosos nunca morrem. Podem morrer as “formas” religiosas, mas os princípios valores eternos não morrem jamais.

Ademir: Existe ou já houve rumores de alguma paranormalidade na bruxaria?

Luciana: De acordo com Gardner, os feiticeiros da Grã-Bretanha reuniram-se na costa inglesa em 1940 e juntos produziram “a marca das chamas”  uma intensa concentração de energia, também conhecida como “Cone do Poder”, para supostamente enviar uma mensagem mental ao Fuhrer: “Você não pode vir. Você não pode cruzar o mar”. Não se pode afirmar se o encantamento produziu ou não o efeito desejado, mas, como Gardner (um Monstro do Ocultismo, no bom sentido) salientou prontamente, a história realmente registra o fato de Hitler ter reconsiderado seu plano de invadir a Inglaterra na última hora, voltando-se abruptamente para a Rússia. Gardner declara ainda que esse mesmo encantamento teria, aparentemente, causado o desmoronamento da Armada Espanhola em 1588, quando muitos feiticeiros conjuraram uma tempestade que tragou a maior frota marítima daquela época.

Ademir: Você acredita que possa existir vida fora do nosso planeta? Se sim, a alguma possibilidade da bruxaria ter vindo de alguma cultura extraterrestre?

Luciana: Sim, não estamos solitários no Universo. Eis aqui um artigo intrigante: Em 1997, após 21 anos de interrupção da exploração direta de Marte, os americanos pousaram a Mars Pathfinder no planeta. Reuniram algumas pedras, mas não encontraram nada de novo. No momento em que pensaram em desistir, Marte nos surpreendeu. O Presidente americano na época, Bill Clinton, anunciou que haviam sido encontrados sinais de vida em um Meteorito de origem Marciana, o ALH84001, localizado em Alan Hills, Antártida.

Para os exobiólogos americanos, o meteorito continha estruturas em seu interior que “poderiam ser remanescentes fósseis de uma antiga biologia marciana”. Teria sim havido vida em Marte há cerca de 3,6 bilhões de anos! Pesquisadores chegaram a diferentes resultados, ou seja, o caso continua inconcluso. Muito antes do ALH84001, Carl Sagan (1935-1996) considerado o maior divulgador da ciência que o mundo já conheceu, disse que “Se descobríssemos vida em Marte e verificássemos que é semelhante à da Terra, a proposição de que a vida foi transferida há muito tempo pelo espaço interplanetário teria de ser levada a sério!”  ou seja, esse cenário poderia nos levar a uma conclusão chocante: “a de que nós somos os marcianos, extraterrestres”.

Segundo pesquisadores, a evolução na terra poderia ter sido desencadeada pelo desembarque de rochas marcianas contendo os germes da vida. Voltando a nossa questão: A bruxaria pode ter vindo, mas também pode ter ido; e isso ainda é um antigo mistério.

Ademir: Você acredita na reencarnação?

Luciana: Sim. A reencarnação encontra-se em todas as Religiões e Filosofias dos povos antigos. É a base no processo evolutivo do ser humano. Faço das palavras escritas no Túmulo de Allan Kardec, as minhas palavras: “Naitre Movrir Renaitre Encore Et Progresser Sans Cesse Telle Est La Loi”, que significa “Nascer, Morrer, Renascer e Progredir sempre, esta é a Lei”.

Ademir: Para você, existe o inferno?

Luciana: Não. Nós criamos nosso próprio “inferno imaginário”. Existe e acredito sim na Lei da Ação e Reação; Vivemos envoltos com o que fomos no passado. Daquilo que fizemos, segue o que recolheremos, mas aqui, em vida.

Ademir: O que você acha da Telecinese e Clarividência na Bruxaria?

Luciana: De acordo com a parapsicologia, a Telecinese é a influência direta da mente sobre a matéria; e a Clarividência significa a percepção de uma informação sem uso dos sentidos e sem que haja outra pessoa envolvida. Ambas não são importantes na Bruxaria, na minha opinião. Ser uma verdadeira bruxa não significa que seja necessário ter dons parapsicológicos. Acredito que o dom de uma bruxa é o dom de qualquer ser humano, e não vejo forma de melhor representa-lo a não ser através da natureza, do respeito ao próximo. Não acredito que praticando a telecinese ou a clarividência, traria algo de positivo para o ser humano.

Ademir: Para você, o que significa o *“Caos”?

Luciana: A Desunião entre os Povos, gerando guerras, o Fanatismo, a ausência dos Direitos Humanos, o Nazismo foi um Caos, a Inquisição foi um Caos, o Abuso de Poder é o Caos.

Ademir: O que você diz sobre antigas figuras femininas encontradas, datando centenas de anos? Acha que as mesmas podem ter alguma ligação com a “Deusa”?

Luciana: Sim. As descobertas sobre antigas figuras femininas datam do Paleolítico cerca de 27.000 a.C. de acordo com a arqueologia e, foram comprovadas evidências da existência do culto a Grande Mãe, ou seja, uma Divindade Criadora feminina era adorada. Estátuas, pinturas nas cavernas e outras imagens representavam corpos femininos: mulheres adultas grávidas com quadris, coxas, nádegas e seios exagerados; uma representação de mães de muitos filhos; onde a figuração feminina era o centro do culto; simbolizando a perpetuação da vida, assim é a “Deusa” Criadora de todas as coisas.

Ademir: Gostaria que você comentasse um pouco sobre o Deus Cornífero. Por que esse nome “Cornífero”?

Luciana: O Deus Cornífero é representado por um homem com cabeça humana, chifres e pernas de cervo ou cabra, ou seja, um ser meio homem meio animal, os chifres desde o Período Paleolítico (aproximadamente 12 mil anos atrás) sempre foram sinais de algo Sagrado, por receberem poderes das estrelas, dos céus e do Sol; representando a Semente Absoluta da Criação.

O Deus Cernunnos (versão Celta e Galo-Romana), O Deus Herne, Pan, Osíris entre outros, enfim, são variações do Deus Cornífero. Ele simboliza a força masculina da Natureza, é a contraparte da Deusa, era invocado para abençoar o caçador com fartura...Era também considerado o Caçador e a própria Caça. Tido como um animal de sacrifício, era imolado para que o Clã (tribo formada por pessoas de origem comum na Escócia, na Irlanda e na Gália) sobrevivesse durante os sucessivos meses de inverno.

O Deus Cornífero é o espírito das florestas, dos campos, dos rios, das plantas, da vida e da alegria. Na visão deturpada do Cristianismo, o atributo do Deus Cernunnos (Cornífero) seria a presença do mal. Mas não é verdade. Ele representa a presença Divina como é vista em várias religiões.

Ademir: Você acredita que a Deusa possa ter uma aparência, ou ela não é um ser “uno”?

Luciana: Acredito que a Deusa seja como o Sopro do Universo e, ao mesmo tempo, um ser extremamente real. Ela está presente nos rios e mares; nas árvores, tanto no carvalho como na oliveira; nas montanhas, no trovão e nos raios. Sua presença é sentida em todas as coisas, em todos os lugares; ela seria “plural”, não o singular. Contudo, é essa Deusa de aspectos eternamente mutantes e multifacetados, a misteriosa divindade feminina que aos poucos se revela e que às vezes nem se deixa ver.

Ademir: Você acredita que uma pessoa possa ter o poder de mudar o nosso clima? Como criar uma tempestade?

Luciana: Creio que a mente humana seja capaz de muito mais, algo que a própria ciência está longe de alcançar, de descobrir. A vida agitada que levamos, nossos compromissos e obrigações, faz com que deixemos de lado e esqueçamos de nosso principal atributo de “Ser Pensante”. Em tempos antigos o comportamento era outro. Acreditava-se que a ligação com a natureza era o único caminho para uma vida harmônica e equilibrada. Existe uma frase bem interessante que diz assim: “Se quiserem conhecer a mente, não procure apenas psicólogos e filósofos: Certifiquem-se de também procurar um arqueólogo” (Steven Mithen – A Pré-História da Mente – Uma Busca das Origens da Arte, da Religião e da Ciência).

Ademir: Por que os praticantes da wicca sempre usam um nome mágico? Como criam esse nome?

Luciana: O nome mágico é uma representação da morte para a vida comum e o nascimento para a vida mágica. O praticante pode ter até três nomes mágicos de acordo com o seu tempo de estudo religioso e vida mágica. São eles:

O Nome da Arte: Escolhido no Rito de Dedicação.

O Nome Iniciático: É assumido pelo praticante (bruxo) após o Rito de Iniciação.

O Nome de Coven ou Círculo: É o nome escolhido pelo praticante (bruxo), para ser conhecido pelo grupo (comunidade) religioso do qual faz parte.

Encontramos inúmeras variações, no processo de escolha e quantidade de nomes mágicos de uma Tradição para outra; em algumas Tradições o nome é escolhido pelo Sacerdote na iniciação do neófito; em outras o nome é criado de acordo com a numerologia; ou seja, isso é uma particularidade de cada Tradição.

Ademir: Caso queiram entrar em contato com você para maiores informações, como devem proceder?

Luciana: Pelo Site: www.misteriosantigos.com  - Acessando o formulário (Sua opinião é Importante!). Leio e respondo a todas as mensagens diariamente. obrigada


*Caos: 1. Confusão geral dos elementos, antes da formação do mundo. 2. Total confusão ou desordem.
Fonte: Dicionário Prático Michaelis

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*Você poderá adicionar essa entrevista em seu site, desde que insira os devidos créditos: Entrevistador e Administrador do http://ww.cranik.com : Ademir Pascale Cardoso
Entrevistada: Luciana Bochetti.
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