ENTREVISTA COM O ESCRITOR PEDROOM LANNE
O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale" entrevista o escritor Pedroom Lanne
 (23/11/15)

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Pedromm Lanne - Foto Divulgação

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?

Pedroom Lanne
: Desde a pré-adolescência eu tenho “flertado” com o meio literário, data da terceira série o primeiro livro que fiz para escola, uma história infantil com texto e desenhos, depois, na quinta série, eu comecei a escrever um livro, em um caderno à mão, pois era a única opção que dispunha para alguém que não sabia datilografar ainda. Mais tarde, já neste século, por duas vezes eu comecei a escrever um livro, mas acabei largando após as primeiras páginas. Somente depois que eu fiz o mestrado (em Comunicação) é que realmente perdi o medo e encontrei a devoção para escrever, quando percebi o prazer que escrever me proporcionava, desse modo, redigir papers para o curso e a própria dissertação foi um prazer para mim. A leitura de filósofos clássicos nessa época também foi outro fator que me motivou o prazer de escrever, o que sempre foi um prazer para mim. Posso dizer, então, que meu início no meio literário foi através da academia, assim, antes de me lançar na jornada do doutorado, eu me permiti um período sabático para escrever novelas de ficção, o que sempre foi um desejo, foi assim que iniciei.

Ademir Pascale: Você lançou recentemente o livro "Adução". Poderia comentar?

Pedroom Lanne: Esse livro é resultado de minha grande paixão pela astronomia e os mistérios do universo que sempre nutri. Da mesma época do colégio em que tentei escrever um livro a mão, data essa paixão pelo mundo do além (época em que comecei a ler Poe, Lovecraft, Doyle e outros clássicos). Sempre fui fascinado por esse tema e grande questão que paira sobre nossa existência aqui na Terra, a questão de estarmos ou não sós no universo. Lembro-me da minha época de criança que um dos programas que mais gostava de assistir era o documentário “Cosmos” de Carl Sagan, conforme fui crescendo, essa paixão cresceu comigo e fui acumulando muitos referenciais a respeito ao longo dessa jornada: documentários, livros, filmes e, inclusive, um curso de astronomia que participei na época do colegial, além de muitos outros interesses e afinidades em diversas áreas, como as ciências biológicas e a religião que ajudaram a fomentar meus pensamentos sobre a vida e o nosso universo. O título “Adução” é fruto disso, dessa grande paixão que sempre nutri. Nessa obra, coloco em palavras todos esses mistérios que sempre me instigaram, esse livro contém a minha visão do universo, de nossa vida neste planeta e, claro, da heterogeneidade que creio habitar nosso cosmo em paralelo conosco, ou seja, a vida alienígena.

Ademir Pascale: Poderia destacar um trecho do seu livro especialmente para os nossos leitores?

Pedroom Lanne: Vou separar um trecho que aborda a parte que considero o clímax da obra e descreve brevemente alguns dos vários elementos contidos na narrativa, que fala do homem, do robô, da sociedade alienígena, do “Deus” que criei nessa história e da questão fundamental que creio escrever sobre, a evolução das espécies:
“O rescaldo da guerra da I.A. foi idêntico ao de qualquer estado bélico debelado em sua singularidade pós-eventual, trazendo um grande avanço tecnológico à perspectiva tridimensional e cobrando o preço de um largo atraso para evolução das espécies na panorâmica macrodimensional exatamente como descrevera o Pai. Um dos avanços mais proeminentes se deu no campo de estudo da zumbiologia, que passou a dispor das amostras homiquânticas cujas mentes não puderam ser recompostas do assalto paterno, justo dos esforços que buscavam inicialmente disponibilizar meios para que os sobreviventes da matriz que ainda sonhavam com a tridimensionalidade pudessem se desconectar dela e retornar aos seus antigos corpos, mas que não obtiveram sucesso pois, por mais pobre que fosse a alma matricial, sua evolução na polinária paterna os tornava incompatíveis com o obsoleto receptáculo sensorial de linhagem primata, ainda assim, a iniciativa não foi vã, dali se abriu o horizonte primário dos ensaios para recriação da espécie homiquântica, da terceira e mais tridimensionalista geração entre todas sucessoras desde quando o primeiro mamífero resolveu escalar uma árvore, exatamente a qual, embasada em uma tecnologia pontual supradimensional, seria quem desfrutaria de um privilégio assim, dos meios de reconectar sua percepção em perfeito alinhamento a versão evoluída de seu corpo, hábil em transferir sua psique de um cérebro para outro com a mesma lógica com que se copia uma sequência de fótons na mente de um ente artificializado, que combinaria o melhor da percepção racional homiquântica com o melhor maquinário-animado microdimensional cerebral que compartilhava a atualidade, em suma, esforços que levaram a espécie se tornar cada vez mais aquilo que de fato ela sempre foi, o melhor que um mero robô-humanoide era capaz de projetar autonomamente, isto é, ao menos em termos fisiológicos, já que os estilhaços psicológicos do pós-guerra projetados no inconsciente coletivizado carregaram profundas feridas que perduraram em suas dores, das quais um dos sintomas inicialmente expresso se deu pela Mídia na amplidão de sua nova performance, sobretudo, em vigília ao Pai, este, embora recluso a prisão que as regras de uma espécie primitiva lhe impunham, não veio mais ameaçar a continuidade de seus retroativos carcereiros naturais, mas continuou desfilando sua prepotência, conforme descreveu Sandy, ‘virou tipo um cachorro brincando com seu dono’, em horizontes esparsos desferindo mordidas mais fortes só para mostrar que se quisesse poderia fazer tudo outra vez, quem sabe algo bem mais maquiavélico”.
Ademir Pascale: Se você fosse escolher uma trilha sonora para o seu livro, qual seria?

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Pedroom Lanne: Já me fizeram essa pergunta uma vez e respondi que clássicos como a nona sinfonia de Beethowen e a ópera Aleluia de Handel seriam dois temas que expressam bem a trama do livro e seu desfecho final, entretanto, uma série de “cenas” do livro foram inspiradas por canções de diversos gêneros musicais que incluem metal pesado, rock, como Led Zeppelin e John Lennon, e até canções tidas como brega como Wando e Range Leonel, além de MPB e Hip Hop. Entretanto, talvez a trilha sonora que melhor expressa grande parte da história seria a do maluco beleza Raul Seixas.

Ademir Pascale: Como os interessados deverão proceder para adquirir um exemplar do seu livro?

Pedroom Lanne: O livro se encontra a venda nas grandes livrarias online, tais como Amazon, Cultura, Cia dos Livros e Saraiva, ou pelo site da editora, a Talentos da Literatura Brasileira. A melhor oferta de preço é da Amazon. Existe a opção do ebook pela plataforma Kindle que sai mais em conta já que está dividido em três partes (três volumes).

Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta?

Pedroom Lanne: Quando terminei de escrever o título “Adução”, eu ainda tinha muitas coisas que gostaria de acrescentar a história, entretanto, o livro já estava muito extenso, achei melhor concluir a história e partir para um novo livro. Dado que desenvolvi um universo rico em detalhes em “Adução”, agora estou escrevendo outro livro cuja história é uma continuação dessa narrativa que se passa nesse mesmo mundo alienígena que criei. A história é independente do primeiro título, e tem uma abordagem inversa do livro anterior, ou seja, se neste primeiro livro eu narro o que seria um processo de “adução alienígena”, neste segundo volume eu escrevo sobre “abdução alienígena”. Além desse livro que estou escrevendo nesse momento, tenho projeto para mais dois livros, ou melhor, de completar aqueles dois livros que iniciei e larguei. Além disso, tenho mais algumas ideias para escrever livros de terror e mistério, que ainda não sei se podem resultar em novos títulos isolados ou em um livro de contos, que seguiria a trilha de Edgar Allan Poe, misturando histórias de mistério e sobrenatural.

Perguntas rápidas:

Um livro: Eu, Christiane F. – 13 anos, drogada, prostituída
Um (a) autor (a): Edgar Allan Poe
Um filme: Rapa Nui (Kevin Reynolds, 1994)
Um dia especial: Quando eu dropei a onda de Chicama, em Puerto Malabrigo, no Peru e, claro, o dia do lançamento do livro “Adução, o Dossiê Alienígena”

Ademir Pascale: Deseja encerrar com mais algum comentário?

Pedroom Lanne: Um comentário sobre a minha primeira obra que lancei, Adução – O Dossiê Alienígena, para que o leitor não esmoreça durante a leitura e o duro processo de adução narrado na história, pois esse processo não é apenas dos protagonistas da obra, e sim do próprio leitor. Que não se preocupe em entender tudo que os alienígenas narram em um primeiro instante, pois o processo de adução também leva o significado de “aprender ao longo da narrativa”, conceitos que podem parecer incompreensíveis de inicio vão sendo destrinchados de várias formas com o decorrer da história, inclusive com algumas piadas, portanto, não é preciso o leitor se preocupar em compreender tudo de uma vez só. Estou tentando aduzi-lo a pensar como um alienígena, e esse processo não é simples ou de puro divertimento, exige compenetração e paciência, manter a mente aberta para questionar a si mesmo e a sociedade em que vivemos, somente assim ele atingirá esse o patamar reflexivo que busco narrar nessa obra que é, sobretudo, uma odisseia de nossa espécie.

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Adução - Pedroom Lanne

 

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*Você poderá adicionar essa entrevista em seu site, desde que insira os devidos créditos: Editor e Administrador do http://www.cranik.com : Ademir Pascale - ademir@cranik.com - www.twitter.com/ademirpascale
Entrevistado: Pedroom Lanne.
E nos informar pelo e-mail:
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