ENTREVISTA COM A ESCRITORA GABRIELA BRUSCHINI
O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale"  entrevista a escritora Gabriela Bruschini
 (26/07/13)

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Gabriela Bruschini - Foto Divulgação

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Como foi o início de Gabriela Bruschini no meio literário?

Gabriela Bruschini: Desde criança, tudo o que mais gostava era abrir o Word no computador e inventar histórias. Fui alfabetizada aos dois anos e meio e, desde então, minha vida passou a ser os clássicos que minha avó, Maria Helena, me emprestava e dos gibis que meus pais me compravam. Quando cresci, trilhei meus próprios livros de interesse e, simultaneamente, a vontade de escrever foi se desenvolvendo. Foi fundamental também ter entrado no curso de Letras em 2010.

Ademir Pascale
: Foi lançado recentemente pela Editora Scortecci o livro "Moldura Rubra". Fale pra gente como foi a construção desta obra.

Gabriela Bruschini: A princípio, não tinha intenção algum de transformar Moldura rubra em livro. Sentava e escrevia, mas como sempre acontecia não dava muita confiança. Era uma espécie de monólogo. De repente, a história tomou conta de mim e pediu por um desenrolar. Bastou um ímpeto pra não ver a hora de a madrugada chegar para escrever. Só pensava em Helena e Américo o tempo todo.

Ademir Pascale: Poderia destacar um trecho do "Moldura rubra" especialmente para os nossos leitores?

Gabriela Bruschini: Continuamos sendo o que somos, Américo e eu. Uma imensidão de palavras soltas, de filosofias que nunca poderiam se concretizar se resolvêssemos expandi-la para outra esfera a não ser a que edificamos. Somos vazios, cada um à sua maneira. Mesmo ele com o mundo cheio ao seu redor se encontra vazio. Precisa confiar que as palavras vazias que me entrega vão levá-lo a algum ponto.
E isso é o mais confuso. Com a morte dela, deveríamos estar mortos também. Contudo, aqui estamos: sentados, tomando um café. É quase impossível de compreender. No entanto, tenho esperança de que há tempo pra descobrir e sei que não vou parar de pensar nisso enquanto ele se encontrar presente. No porque de continuarmos vivos. No porque de nossas cadeiras serem azuis, da cor do nascimento, se não têm aparência de novas. No porque de Américo não conseguir aceitar a morte, algo tão natural. No porque dessa sensação de febre intermitente que estou sentindo, enquanto a morte nos funde mais uma vez, ser a mesma, exatamente a mesma de quando fizemos amor. Será o sexo um ensaio no qual, ao mesmo tempo em que quer adiar a morte, já que rouba por alguns minutos a impossibilidade de não ser senão uma simples extensão do corpo de outra pessoa, encena para ela um louvor, por saber que está chegando? O único instante de completude na vida, onde eu e ele somos nós dois e mais nada – sem identidade, apenas carne e coração?
E aquele saxofone.
Aquela coisa sensual e triste atrás de nós... Igual a nossa breve história de amor com algumas horas de duração.

Ademir Pascale: Como os leitores interessados deverão proceder para a adquirir a obra?

Gabriela Bruschini: Por ora, ele se encontra disponível em dois pontos em Maringá (no Café Literário e nas Livrarias Curitiba) e em Birigui na Livraria Moscou. Na Internet, existem vários sites: livraria Asabeça, livraria Cultura, livraria Curitiba, distribuidora Amigos do Livro... Tem uma página no Facebook também, “Moldura rubra”, para quem quiser mais informações.

Ademir Pascale: Atualmente você trabalha em novos projetos literários?

Gabriela Bruschini: Como costumo dizer, estou sempre escrevendo alguma coisa, mas deixo que a temática me importune até eu sentir segurança em destrinchá-la por inteiro.

Perguntas Rápidas:

Um livro: Ulysses. Pra mim, o maior mistério da humanidade é como uma só mente pôde criar tudo o que está dentro deste livro.
Um(a) autor(a): F. Scott Fitzgerald
Um ator ou atriz: James Dean
Um filme: Intocáveis, com a belíssima trilha sonora do Ludovico Einaudi.
Um dia especial: Quando pude olhar pra minha irmãzinha Giuliana pela primeira vez.

Ademir Pascale
: Deseja encerrar com mais algum comentário?

Gabriela Bruschini: O processo interpretativo é a base de toda relação existente, de pessoa para pessoa e, definitivamente, de pessoa para obra artística, dialeticamente falando. Gostaria que as pessoas se interessassem em ler mais porque estou sedenta para saber como cada um se envolve com a temática do que qualquer outra coisa. A mensagem que gostaria de passar para o mundo é a transmitida pela personagem Helena: o problema de tudo é a falta de paixão. Desejo às pessoas que elas se apaixonem intensamente, que os julgamentos sobre como viver a vida funcionem para elas como sussurros de um distante pesadelo e que qualquer tipo de talento ou modo de retribuir positivamente para a comunidade na qual vivem possa ser trabalhado e exposto.
 

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Moldura Rubra - Gabriela Bruschini

 

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Entrevistada: Gabriela Bruschini
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