ENTREVISTA COM O ESCRITOR OCTAVIO ARAGÃO
O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale"  entrevista o escritor Octavio Aragão.
 (21/04/12)

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Como foi o início de Octavio Aragão para o meio literário?

Octavio Aragão: Eu brincava de escrever desde moleque, mas fui publicado tarde, em 1998, na antologia Outras Copas, Outros Mundos, aos 38 anos.

Ademir Pascale: Você foi coordenador de arte de "O Globo", sub-editor de arte de "O Dia' e editor de arte da linha de revistas de informática da "Ediouro Publicações". Hoje você se dedica mais a publicação de livros e HQs ou exerce uma função intermediária?

Octavio Aragão: costumo dizer que sou designer e que, por acaso, exerço outras atividades. Neste momento, tornei-me acadêmico, professor adjunto da UFRJ, onde leciono as cadeiras de jornalismo gráfico. Essa é minha principal ocupação profissional nos dias que correm, mas já fiz de tudo um pouco, sempre ligado ao design gráfico.

Ademir Pascale: No ano 2000 você criou o projeto Intempol, um dos primeiros projetos multimédia de arte fantástica brasileira, citado em publicações internacionais. Poderia comentar mais sobre a idealização deste projeto?

Octavio Aragão: foi talvez a maior e melhor aventura na qual me meti. Adoro criações coletivas e Intempol foi uma oportunidade para reunir mentes criativas em torno de um cenário ficcional meu. Gosto muito do que fiz até hoje com as histórias da Intempol e creio que ainda há mais coisas a fazer nesse universo ficcional.

Ademir Pascale: Depois do romance "A mão que cria" (Editora Mercuryo, 2006), você pensa em publicar outro romance? Caso sim, qual?

Octavio Aragão: a continuação de A Mão Que Cria já passou da metade há tempos, mas outros compromissos atropelaram o desenvolvimento de A Mão Que Pune. Há agora uma tremenda vontade de expandir o conto Rainha das Estrelas, criado a partir de personagens e situações pensadas por meu amigo e velho parceiro Osmarco Valladão. Esse seria um romance mais “fácil” de ver a luz do dia.

Ademir Pascale: E como foi o planejamento da HQ "Para tudo se acabar na quarta-feira" (Draco, 2011)?

Octavio Aragão: foi um projeto ensandecido, no qual o Manoel Ricardo desenhava, mandava as páginas, eu dava palpites e, depois, íamos juntando tudo. Não foi convencional, pode ter certeza. não houve um roteiro passo-a-passo, mas foi uma interpretação gráfica dele sobre o meu texto em prosa. Algumas vezes fugia do que eu pretendia, mas acho até, nesses casos, que as interpretações dele melhoraram o material.

Ademir Pascale: Como os interessados deverão proceder para adquirir um exemplar da sua HQ?

Octavio Aragão: ela está a venda na Saraiva, na Travessa, na Blooks, na Comix... ou seja, nas proverbiais melhores casas do ramo. E ainda há o site da editora, claro. A Draco ficaria feliz de vender a todos os interessados.

Ademir Pascale: Quais dicas você daria aos jovens escritores?

Octavio Aragão: Leiam muito, mas fujam da zona de conforto. Poucas vezes aprendi tanto sobre o ofício da escrita como quando li Gustave Flaubert. Ler Stephen King o tempo todo é que nem almoçar e jantar macarronada todos os dias. É bom e vai lhe deixar inchado, mas não atende a todas as suas necessidades.

Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta?

Octavio Aragão: sempre. Duas HQs e pelo menos um dos romances deve sair. A reedição da antologia Intempol também está nos planos.

Perguntas Rápidas:

Um livro: O Homem Ilustrado, de Bradbury.
Um(a) autor(a): Poe
Um ator ou atriz: Pacino
Um filme: Casablanca
Um dia especial: são dois, 13/11 e 25/07, nascimento de meus filhos, Pedro e Guilherme

Ademir Pascale: Deseja encerrar com mais algum comentário?

Octavio Aragão: sinto falta de conversar sobre projetos com os colegas, como acontecia nos anos 90, mas não posso negar que estou passando por uma boa fase, produzindo sem parar. Prefiro assim.

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Para tudo se acabar na quarta-feira - Octavio Aragão (Editora Draco)