ENTREVISTA COM OS AUTORES DO LIVRO ESTRANHAS INVENÇÕES
O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale"  entrevista os autores do livro Estranhas Invenções.
 (11/04/12)

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Estranhas Invenções - Ademir Pascale (org.)

SINOPSE:

Estranhas Invenções é uma coletânea de contos de ficção científica que tem como característica a diversidade de estilos de autores experientes. Como componente principal tem-se as estranhas invenções que cada conto engloba, ora destacando a física, ora a astronomia, a biologia e as ciências modernas. Pelos romances científicos e invenções mirabolantes, Júlio Verne poderia ser o homenageado desta obra, mas Leonardo da Vinci foi o escolhido, pois, além de excelente pintor, era inventor, matemático, engenheiro, cientista, anatomista, arquiteto, escultor, poeta, músico e botânico. Gênio à frente do seu tempo. Curioso e inquieto. Precursor da aviação, chegou a desenhar o protótipo de um helicóptero, além de várias outras invenções. E isso foi há mais de 500 anos. Não poderíamos deixar de usar como inspiração este grande homem cujo QI foi estimado em 180, segundo estudo realizado em 1926.

Cada autor desta coletânea tornou-se um inventor, e hoje você conhecerá as invenções mais malucas, ora para beneficiar o homem, ora para destruir.

Este é o mundo de ESTRANHAS INVENÇÕES.

Organizador: Ademir Pascale
Prefácio: Daniel Borba
Coautores: Tibor Moricz, Ana Lúcia Merege, Miguel Carqueija, Daniel Borba, Maurício Montenegro, Marcelo Bighetti, Ademir Pascale, Alícia Azevedo, Cesar Alcázar e Jorge Luiz Calife.
Editora: Ornitorrinco
Número de páginas: 120
Lançamento: 28/04/12

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Como foi participar e ajudar a editar o livro “Estranhas Invenções” juntamente do editor Henrique?

Alicia Azevedo: Estou muito feliz com esse livro. A ideia dele foi crescendo dentro de mim conforme eu o via tomar forma. Fiquei muito satisfeita, não só com o meu conto como com toda a minha participação nessa obra. Os contos estão ótimos e a produção visual tá linda! É uma boa leitura de entretenimento e uma grande homenagem a um dos maiores inventores de nossa história. Estou feliz de ter feito parte disso! Afinal, não é sempre que boas ideias caem no nosso colo e esse foi um caso. Tudo que fiz foi dar uma pequena contribuição.

Ademir Pascale
: Esta é a segunda vez em que participo com você de um livro que faz homenagem a um grande artista. O primeiro livro foi o "Poe 200 Anos - Contos inspirados em Edgar Allan Poe", agora o "Estranhas Invenções", que foi inspirado no grande Leonardo da Vinci. Qual o diferencial desta obra e o que os leitores encontrarão no seu conto "O terceiro nível"?

Mauricio Montenegro: Tenho receio de responder sem criar um spoiler do conto. De toda forma, a ideia central está no questionamento do que é e o que não é real.
Apesar de haver uma máquina, a "Estranha Invenção" que procurei ressaltar é outra: é uma que nos faz viajar em outras realidades, em outras mentes, em outros mundos. Ela já foi mais relacionada ao papel e à tinta, hoje está relacionada aos meios eletrônicos. Independente de sua forma depende da mente humana para o resultado final.
O título é uma homenagem a Jack Finney autor de "Os Invasores de Corpos" que tem um conto escrito em 1940 com o mesmo nome. A máquina que é a "Estranha Invenção" é uma homenagem a Philip Kindred Dick, um de meus autores preferidos.

Ademir Pascale: No geral, o que você achou em ter participado do livro "Estranhas Invenções"?

Cesar Alcázar: A oportunidade de brincar de "cientista louco" e inventar minha própria máquina fantástica era imperdível. Portanto, confesso que foi um grande prazer participar desse projeto tão original e interessante.

Ademir Pascale: Sem muitos spoilers, o que o leitor encontrará em seu conto "Tempus Fugit"?

Tibor Moricz: Em Tempos Fugit o leitor encontrará homens em busca de respostas para as perguntas mais recorrentes da humanidade: quem somos, de onde viemos, para onde vamos. A procura dessas respostas, porém, envolve uma série de alarmantes estudos e experiências. Brincar de Deus pode ser muito perigoso.

Ademir Pascale: Você participa do livro com o conto "A ponte para o infinito", além de ter feito a revisão geral e o prefácio. Fale um pouco sobre o seu conto e suas expectativas para a publicação do Estranhas Invenções.

Daniel Borba: Quando recebi o convite para participar desse livro, fui informado de que o tema era livre, desde que envolvesse alguma invenção inusitada. De todas as incríveis possibilidades que a ficção científica nos apresenta, o que mais me apaixona é a viagem espacial. Logo de cara tive o desejo de escrever sobre esse tema. Quando, lá no futuro, o Homem conquistar as estrelas, eu acredito que isso só será possível se aprendermos a usar todas as dimensões do espaço-tempo. Os métodos convencionais, mesmo que a tecnologia avance muito, não devem ser capazes de nos levar até muito longe do Sistema Solar. "A Ponte para o Infinito" fala sobre a criação de uma máquina capaz de levar um homem, quase que instantaneamente, até estrelas bem distantes. O responsável por isso é um cientista comum, vivendo nos dias de hoje, um homem que poderia ser confundido com qualquer um de nós. Sua motivação é um amor antigo que ele que honrar. O conto tem um final bacana. Quando o escrevi, eu sabia (e ainda sei) o que estava acontecendo com o personagem principal. Mas me divirto muito quando percebo que muitos dos que já o leram, ficaram na dúvida sobre o que realmente aconteceu. Isso abriu uma possibilidade enorme de novas aventuras dentro dessa história. Ainda pretendo aproveitar essas possibilidades no futuro.

Eu gostei muito de ter escrito "A Ponte para o Infinito". Além da aventura em si, consegui incluir no conto algumas informações sobre física e astronomia, duas das minhas paixões. De um modo geral, o livro "Estranhas Invenções" reuniu histórias muito criativas, passadas em épocas e ambientes diversos. É um dos livros mais legais a que tive acesso recentemente, e por isso minha expectativa é a melhor possível. Fico muito feliz por ver esse livro sendo lançado e orgulhoso por fazer parte desse time. Tenho certeza de que os leitores vão curtir bastante cada uma das histórias.

Ademir Pascale: Quando você recebeu o convite para participar do livro "Estranhas Invenções", qual foi a sua ideia inicial para a construção do conto "A incrível máquina de Micawber"?

Ana Lúcia Merege: Charles Dickens é um autor de que gosto muito. O Conto de Natal era um de meus livros favoritos quando criança e, na adolescência, me diverti lendo as histórias bizarras do Sr. Pickwick e seus companheiros de clube.

Quando o convite para a antologia chegou eu estava acabando de reler esse livro no original e me deleitando com o vocabulário, a maneira como as pessoas se dirigiam umas às outras e como eram descritas pelo autor - isso já aparecia na tradução, mas no texto original é ainda mais marcante. Paralelamente estava revisitando outros livros de Dickens e lendo textos sobre o autor e sua obra. Estando imersa no universo dickensiano, foi mais ou menos natural imaginar um conto envolvendo seus personagens. Principalmente os "pickwickeanos", o que, como consequência natural, conduziria o conto a um tom leve, divertido e certamente meio farsesco.

A primeira proposta foi ficar dentro do livro do Pickwick, mas, assim que surgiu a ideia da máquina ser de leitura de sonhos, logo me peguei pensando em entrar nos do Scrooge de "Conto de Natal". Então, já que ia misturar as histórias, nada mais natural que o inventor maluco, porém bem-intencionado, fosse o Micawber de "David Copperfield". E quem prestar atenção vai ver uma menção também ao sempre esfomeado Oliver Twist. :)

Apesar das consequências inesperadas, as bases, digamos, científicas em que a máquina de leitura de sonhos foi construída obedecem a um aparelho que realmente existiu, utilizado por Mesmer e outros magnatizadores em suas sessões. Este, porém, não é um conto de ficção científica; para mim é uma fantasia humorística, que, principalmente, tem a finalidade de homenagear Charles Dickens em seu bicentenário. Espero que os leitores curtam e relevem as prováveis falhas.

Ademir Pascale: Fale mais sobre o seu conto e o seu diferente título "A Temporalamina", parte integrante da coletânea "Estranhas Invenções"

Miguel Carqueija: Caro Ademir, eu precisava de um bom nome para o remédio inventado pelo protagonista. Consultei o José dos Santos Fernandes, autor do livro "Do outro lado do tempo" que foi publicado pelo Gumercindo Rocha Dorea, já que ele é médico, e sugeriu-me este nome para a droga, dadas as suas características. O conto em si é irônico, tragicômico, baseado naquela premissa: "cuidado com o que você deseja, pois você pode conseguir".

Ademir Pascale: Você participa do livro com o conto "A Fuga", além de ser o capista e diagramador. O que o leitor encontrará no seu conto e como foi pesquisar a vida do grande inventor Leonardo da Vinci para compor a arte interna do livro?

Marcelo Bighetti
: Oi Ademir. Foi uma experiência muito gratificante trabalhar neste livro quase que em todas suas fases, e já tenho um carinho muito grande por esta obra. Quando fui convidado para escrever, pensei em me aventurar em algo novo no que concerne à narrativa, e assim me coloquei o desafio de escrever em primeira pessoa. A aventura do protagonista não se baseia em uma única invenção, mas em uma existência criativa. Vou revelar um segredo aqui: muitas das experiências da vida do herói da história, se baseiam em minha própria vida, mas deixo para cada leitor a curiosidade de saber quais são reais.
Desde menino sou fã de Leonardo da Vinci, e decidi logo de início que este livro não poderia seguir o padrão de ter apenas folhas brancas com o texto. A homenagem ao da Vinci deveria ir além de meramente citá-lo. Assim resolvi colocar imagens de alguns dos grandes projetos do gênio. Tive que separar uma grande quantidade de imagens e duramente ter que selecionar apenas algumas. Pude relembrar de algumas de suas invenções e vir a conhecer outras. Os leitores, além de poderem viajar com histórias excelentes, irão com certeza apreciar todo o trabalho de design do livro como uma obra de arte, graças ao incrível Leonardo da Vinci.

Ademir Pascale: O conto "Uma pequena questão de tempo" faz parte de um universo que você criou? Por favor, fale mais sobre ele e sobre a sua participação no livro "Estranhas Invenções":

Jorge Luiz Calife
: Esse conto foi escrito em 1987, quando eu trabalhava no Jornal do Brasil, na época um dos maiores jornais do Rio de Janeiro. Ele projeta para o futuro o ambiente de uma redação de jornal ou de noticiário de tv, e as duas personagens das repórteres foram baseados nas moças que trabalhavam no segundo caderno do JB e na revista Veja naquela época. Acabei escrevendo uns três ou quatro contos sobre essas jornalistas do futuro e as estranhas invenções que elas reportavam para o canal Delta, a emissora de tv holográfica do futuro, cuja sede fica no lago Maracaibo, na Venezuela e transmite para todos os seis mundos habitados do sistema solar. Esse continuou inédito e foi um prazer tirá-lo do fundo do baú, mais de vinte anos depois para uma antologia. E ver que ele não ficou desatualizado, duas décadas depois. 

VENDAS EM BREVE
 
Capa Aberta do livro "Estranhas Invenções" - Editora Ornitorrinco

 

© Cranik

*Você poderá adicionar essa entrevista em seu site, desde que insira os devidos créditos: Editor e Administrador do http://www.cranik.com : Ademir Pascale - ademir@cranik.com - www.twitter.com/ademirpascale
Entrevistados: Autores do livro Estranhas Invenções
E nos informar pelo e-mail: ademir@cranik.com  

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