ENTREVISTA COM O ESCRITOR RAFAEL LIMA

O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale"  entrevista o escritor Rafael Lima.
 (16/04/10)

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 Rafael Lima - Foto Divulgação

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Agradeço pela entrevista. Para iniciarmos, gostaria de saber quais foram as suas principais influências e como foi o início de Rafael Lima para o meio literário?

Rafael Lima: Eu que agradeço. Bom, dentre tudo aquilo que me influenciou para escrever “Aura de Asíris – A Batalha de Kayabashi”, por mais incrível que pareça, não há um livro sequer. Na verdade, o que me alimentou para criar a saga foram materiais de outros meios. Títulos que marcaram, sobretudo, minha adolescência. Dentre eles, filmes como Guerra nas Estrelas, animês como Dragon Ball, Samurai X e Shinzo e jogos como Final Fantasy.

Depois que terminei o “Aura”, comecei a andar por um caminho inteiramente desconhecido. Afinal, nunca tinha escrito nada que pudesse ser publicado, como um conto ou noveleta. Estava com o texto bruto pronto e sem saber o que fazer. Então comecei a correr atrás de informações. Registrei meu livro junto ao EDA e postei a obra inteira em um blog. Em seguida, comecei a fazer uma propaganda maciça do livro (principalmente na internet) e busquei editoras para publicá-lo. Porém, o fiz bastante desinformado, já que o original não havia passado por leitores betas, tampouco copydesk ou revisão de um profissional. Depois de meses, como era esperado, tive que encarar uma publicação paga. E não me arrependo disso, diga-se de passagem.

Ademir Pascale: Como foi a ideia inicial até o final na construção do seu livro “Aura de Asíris - A Batalha de Kayabashi (Isis)”?

Rafael Lima: Me lembro quando “zerei” Final Fantasy VIII. Sabia que estava diante de uma obra-prima. Dentre todos os quesitos do jogo, o que mais me chamou a atenção foi o enredo em si. Muito bem construído, envolvente, repleto de personagens redondos e situações emocionantes. Mais ou menos nesse tempo – tinha dezessete anos –, Asíris começou a surgir na minha cabeça. Era um mundo futurista, com arranha-céus, naves e armas de fogo e, ao mesmo tempo, duelos com espadas, magia e muita fantasia. Uma utopia de alta tecnologia com o charme e humanidade das histórias medievais.

Achei então que seria uma boa ideia colocar no papel, já que não conhecia nada do tipo na literatura. Comecei. O enredo do livro foi tomando forma, coisa e tal, a salada contendo todas as referências mencionadas na resposta anterior se fez e coloquei o ponto final. Tendo como mola mestra, sem dúvida, a paixão que comecei a sentir pela história assim que comecei a escrevê-la. Sem isso, não teria saído do primeiro capítulo.

Ademir Pascale: Como os interessados poderão adquirir o seu livro?

Rafael Lima: Acessando www.auradeasiris.com/comprar.html. Aproveitem a promoção de R$ 29,00 incluindo envio, autógrafo e dedicatória!

Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta?

Rafael Lima: Sim. Já terminei o “Aura de Asíris – A Queda de Asíris”, a continuação do primeiro, e estou revisando-o. Porém, sei que a publicação dele dependerá exclusivamente das vendas do “A Batalha de Kayabashi”. Estou, portanto, com os pés no chão. Uma coisa de cada vez. Também já comecei a rascunhar um romance que terá como cenário um Rio de Janeiro pós-apocalíptico. Se chamará “Os Reis do Rio” e será, ou melhor, tentará ser, uma mistura de Capitães da Areia, Tropa de Elite e algumas “coisas” distópicas que existem por aí, como o jogo Fallout. O terceiro e último Aura creio que ficará para depois, apesar de já estar praticamente todo na caixola.

Ademir Pascale: No seu ponto de vista, como está o mercado editorial brasileiro? Está sendo mais fácil publicar?

Rafael Lima: Publicar sim, destacar-se não. Pelo contrário. Depois da internet, essa é a lógica. Tanto os sistemas de publicação sob demanda, como o da Biblioteca 24 x 7 ou lulu.com, quanto o esquema “pague e publique” de editoras físicas alteraram muito o cenário. A quantidade de títulos disponíveis para o brasileiro, e não só do gênero especulativo, aumentou em uma proporção bem diferente do número de leitores. Uma das consequências é que para sua obra ganhar público, se você a divulga quase que exclusivamente na internet – o que faz a maioria dos autores iniciantes hoje – você tem que matar não um leão, mas um dragão por dia. Justamente por causa da altíssima concorrência.

Acredito, por isso, que desenvolver e executar bem um plano de vendas para o seu livro é um fator crucial. Mesmo que você faça isso por conta própria. Não estou dizendo que a obra não precisa ser interessante. Mas, na minha opinião, se colocarmos na balança hoje qualidade do livro do gênero especulativo brasileiro e a propaganda feita em cima do mesmo livro, a segunda pesará mais. Até porque, tirando o caso dos best-sellers traduzidos, a verba de marketing para o títulos de horror, FC e fantasia vendidos aqui ainda é tímida. Sei que há mil razões para ela ser assim. Porém, sei também que não precisava ser tão pequena. Ainda mais porque o mercado está crescendo bem.

Como nenhum autor iniciante possui, obviamente, os recursos das grandes editoras para realizar campanhas publicitárias, ele tem que fazer o melhor que pode. Tem que ser insistente mesmo, cara-de-pau. Mandar e-mail, recado no Orkut, Twitter, etc. pedindo ajuda ou simplesmente divulgando a obra. Também acho importante tentar sair da internet. Panfletar em porta de escolas, deixar impressos em caixas de correio, vender de porta em porta, sei lá. Tanta coisa pode ser feita com pouco dinheiro. Eu comecei a fazer propaganda do “Aura” um ano antes dele ser publicado. Não sei se fiz o suficiente, mas sei que fiz, e ainda faço, o máximo que posso.

Ademir Pascale: Ao que se deve a grande vendagem de livros do gênero fantasia e suas vertentes no Brasil? Você acha que o leitor sofre alguma influência fora da literatura?

Rafael Lima: O que vejo no Brasil são dois grupos de leitores de literatura especulativa: o maior é composto por adolescentes e jovens influenciados pela grande mídia, que leem somente as traduções de best-sellers. O outro é formado por aqueles que conhecem também obras nacionais do gênero. Somente o fato deste primeiro grupo existir já é maravilhoso, já que há uns quinze anos ele não o fazia (começou com o lançamento de Harry Potter e O Senhor dos Anéis). O desafio agora é aproveitar e trazer pessoas do primeiro grupo para o segundo, uma vez que já embarcaram na literatura especulativa.

Você perguntou se o leitor brasileiro do gênero especulativo de hoje sofre alguma influência fora da literatura. Total e, bem, eu sou um exemplo disso, né? Quando comecei a escrever o “Aura” não curtia ler, e sim ver filmes de FC, desenhos animados e jogar. Somente depois e, posso dizer, por causa do “Aura”, comecei a me interessar pela literatura especulativa nacional e estrangeira. E depois que entrei na faculdade é que comecei a ter o hábito da leitura de uma forma geral.

Agora, analisando a coisa toda, como falei, o esquema livro, depois filme, jogo, quadrinhos, brinquedos, etc. começou com as obras do Tolkien e da Rowling. Foram marcos. Aqueles que não gostavam de ler, mas sim das outras formas de entretenimento, ficaram curiosos em seguir as páginas também. Isso foi sensacional. Os títulos fantásticos não só no Brasil, mas no mundo inteiro se popularizaram muito e deixaram de pertencer a um tipo de literatura outrora depreciado. Houve um hype atrás do outro, viraram o centro das atenções. E nós, autores brasileiros de FC, fantasia e horror temos que aproveitar o momento, pois um dia ele vai passar. Hoje, especificamente, autores sobre vampiros (talvez sobre mortos-vivos também). Amanhã, os de tecnofantasy, quem sabe?

Ademir Pascale: E o que você diz sobre a mídia, seja revistas, jornais, sites, rádios, etc? Elas abrem espaço para divulgar as obras dos escritores brasileiros?

Rafael Lima: Os pequenos veículos – incluindo blogs – sim. É só saber procurar, apresentar você e sua obra que você acha muitas almas caridosas dispostas a ajudar. E de graça. Com relação aos grandes veículos, naturalmente o acesso a eles é mais difícil. São empresas grandes, complexas, há muito dinheiro envolvido. Porém, nada que impeça um autor iniciante de bater na porta delas para pedir divulgação. É a questão da cara-de-pau que estava falando. O máximo que você vai ouvir é um “não, o Rick Riordan já vai estar na capa da Época dessa semana, sinto muito”.

Com relação à toda comunidade na internet envolvida com literatura nacional não tenho do que reclamar. Há mais de dois anos que muita gente tem me ajudado na divulgação do meu romance, ainda mais agora após o lançamento. Eu, sinceramente, achei que encontraria muito mais portas fechadas e, felizmente, estava errado. Por isso, agradeço a todos que já me ajudaram com o “Aura” de alguma forma.

Ademir Pascale: Como os nossos leitores poderão saber mais sobre Rafael Lima?

Rafael Lima: Acessando www.auradeasiris.com/autor.html ou me adicionando no MSN – rafaelglimalive@hotmail.com 

Perguntas Rápidas:

Um livro: A Guerra das Salamandras, de Karel Capek
Um(a) autor(a): Alan Moore
Um ator ou atriz: Fernanda Montenegro
Um filme: Matrix
Um dia especial: O último foi quando o Flamengo foi hexacampeão.
Um desejo: Que a primeira tiragem de “Aura de Asíris – A Batalha de Kayabashi” se esgote em um ano.

Ademir Pascale: Foi um prazer conversar contigo. Desejo-lhe muito sucesso em suas empreitadas literárias. Um forte abraço.

Rafael Lima: Sucesso para todos nós, autores nacionais de fantasia, FC e horror. Que um dia tenhamos nosso merecido lugar ao sol. Abraços.

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Aura de Asíris - Rafael Lima

 

© Cranik

*Você poderá adicionar essa entrevista em seu site, desde que insira os devidos créditos: Editor e Administrador do http://www.cranik.com : Ademir Pascale - ademir@cranik.com
Entrevistado:  Rafael Lima.
E nos informar pelo e-mail: ademir@cranik.com  

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