ENTREVISTA COM O ESCRITOR MARCELO BORGHI

O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale"  entrevista o escritor Marcelo Borghi.
 (16/04/10)

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 Marcelo Borghi - Foto Divulgação

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: É um prazer tê-lo conosco nesta entrevista. Para iniciarmos, gostaria de saber o que lhe impulsionou para o meio literário.

Marcelo Borghi: Primeiramente, gostaria de agradecer a oportunidade cedida. Bem, vejo no meio literário uma forma construtiva de interferir nas bases do ser humano, pois lidamos com a educação de uma maneira muito ampla. Resumindo, vejo uma forma de fazer “política social” já que interferimos na forma de pensar das pessoas, assim elas agiram diferente e provocaram uma mudança no mundo.

Ademir Pascale: A maioria dos escritores sofrem influências de outros escritores. E você?

Marcelo Borghi: A primeira interferência que tive como leitor, e futuramente como escritor foi Paulo Coelho, na forma como torna a narrativa simples a qualquer leitor, baseando a história por acontecimentos simples e fazendo deste algo extraordinário. Depois vieram outras influências como Tolkien, que eu “devorei” quase todo o seu mundo criado em torno do grandioso Senhor dos Anéis e J. K. Rowling. Entres dois juntos tiraram do simples um mundo amplo e extraordinário.

Ademir Pascale: Fale sobre a sua participação em antologias.

Marcelo Borghi: Bem, eu comecei a escrever através das antologias, se não teria a oportunidade rela de ingressar no mundo dos livros. A minha primeira antologia lançada chamava-se O livro negos dos vampiros, esta fora lançada em dezembro de 2007. A segunda chamava-se Os caminhos do medo, que foi lançada no dia dos pais de 2008, ambas antologias da Andross editora. A partir deste ponto tenho participado da e-zine Terrorzine, que já conta com 11 participações minhas em meses distintos, este que é um projeto que tive a oportunidade de acompanhar seu nascimento, crescimento e maturidade, através da competência de seu idealizador Ademir Pascale e Elenir Alves, somado a sua equipe.

Ademir Pascale: Na sua visão, como está o mercado atual brasileiro para os novos escritores que buscam publicar suas obras?

Marcelo Borghi: Ruim, por um lado, que as oportunidades estão muito restritas e encolhidas, raras, para o escritor iniciante, porém devemos lembrar de algo importante, que é a ótica das editoras brasileiras: Primeiro temos um número pouco expressivo de leitores contínuos no Brasil, há pouco estimulo por parte das escolas para leitura atual, forçando o aluno a ler textos de épocas e visões ultrapassadas, criando desestimulo a leitura. Infelizmente, este tem sido o papel das principais redes de ensino, principalmente públicas, do país. Assim o único fato real nas mãos das editoras é um mercado consumidor que tende a diminuir, então por que investir em novos talentos, se estes podem não oferecer lucros para instituição financeira, que é a editora capitalista. Porque é um risco considerável de tomar prejuízo em qualquer empreitada comercial para lançar qualquer um, mesmo com idéias e trabalhos excelentes. Assim, sua ótica se conclui a investir sobre escritor iniciantes, mas em ascensão, porque já existe um rosto, mesmo que meramente conhecido, nesta ou em outras áreas. Desta forma, investir não vira um “jogo de azar”. O mercado editorial deixa claro que não é instituição filantrópica ou de caridade, que eles visam sim em novos talentos, desde que estes não sejam tão novos assim!

Ademir Pascale: Na sua opinião, por que a saga Crepúsculo tem um sucesso tão avassalador no Brasil?

Marcelo Borghi: Dois dos principais fatores são: Primeiro, a linguagem atual, onde o público se encontra na história, ao invés de ler a história. E o segundo, é a ambientação simples, cotidiana aos jovens, numa ótica de “jovem pra jovem”. A história poderia até ser outra, tanto q vieram os lobisomens e não mudou o resultado, mas por ser nesta ótica casual ao jovem, criou o fenômeno Crepúsculo.

Ademir Pascale: Você acha que as obras de J. K. Rowling e Stephenie Meyer tiveram um papel importante no incentivo a leitura no Brasil? Caso sim, por que será que as escolas não incentivam ainda mais a leitura dos jovens com obras semelhantes de fantasia, horror e FC de autores contemporâneos brasileiros?

Marcelo Borghi: Sim, estas leituras são de óticas do “jovem para o jovem”, o jovem não se sente pressionado a ler, por que a historia escrita parece contada entre uma roda de jovens amigos. Simplesmente, porque os administradores das redes de ensino, como os outros profissionais, que atuam, como os professores: são em sua maioria velhos, não só por questão cronológica, mas em ótica. Sua ótica resume a leitura de época, conceitos e visão ultrapassadas, com uma linguagem tão ultrapassada. Eles não fazem a educação para o jovem, mas sim pra velhos e ultrapassados, que não segue o jovem e adulto, que são interativos, conectados, arrojados, dinâmicos e criativos. Tanto que a leitura jovem perde feio pra linguagem “jovens”, como os jogos, música e filmes. A escola está só trabalhando o leitor adulto, mas o jovem não entra adulto! Então não temos leitores, nem temos mercado infantil consolidado. Nossa ferida patriota não esta na estrutura física da educação, mas sim em sua linguagem ultrapassada como “fóssil”.
Ademir Pascale: Além de escritor, você exerce outras atividades e até chegou a ganhar um prêmio importante, o Prêmio Alcoa 2009. Poderia falar mais sobre isso?

Marcelo Borghi: Claro, venho de vários segmentos: Design, artes, empreendedor, eventos, publicidade, reciclagem e sustentabilidade. Tenho uma visão de conectividade entre as áreas, brinco em dizer: que na prática quase nada muda de área pra área, o que muda é o nome, mas é claro que existem outros fatores, como aprendizado e prática. Sou dinâmico, versátil e aberto as oportunidades, assim como o mundo é, ao invés de me concentrar no pode vir a cair do céu numa área especifica. O 8º Prêmio Alcoa de inovação em alumínio é um prêmio de caráter misturado a muitas áreas: cientifico, design, engenharia, comercial, preocupação sócio-ambiental. Eu fui ganhador deste prêmio - um dos maiores do mundo e que competido por todos os profissionais e estudantes brasileiros que tenham alguma ligação as áreas citadas – na categoria gestão de reciclagem, modalidade profissional, meu projeto chama-se: Reciclagem sustentável do blister de alumínio: Que transforma resíduos de fabricação e pós-consumo em quatro linhas de produtos (calçados, mobiliários, telhas e placas construtivas), servindo da mesma tecnologia que sela o alumínio no plástico (blister de alumínio) utilizada pelo fabricante. Esta técnica de fabricação é uma alternativa contra o sistema de reciclagem do material por banho ácido, que não é sustentável.

Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta?

Marcelo Borghi: Sim, sempre há. Acabo de realizar (como patrocinador financeiro) um evento no dia 31 de janeiro chamado forro classe A, foi só entretenimento, mas quem estiver curioso sobre como foi ou quanto serão as próximas, segue o link do site: www.forroclassea.com.br. Vale lembrar, que este não foi o único evento que me envolvi: no dia das crianças do ano passado, eu apoiei o evento filantrópico: a criança do futuro, que ofereceu entretenimento e brindes a mais de 10 mil crianças carentes do Grajaú. O evento contou com a divulgação antecipada em 4 anúncios feito ao caderno “ilustrada” do jornal Folha de São Paulo. O link do evento: www.acriancadofuturo.com.br. Quanto aos meus projetos como designer estou trabalhando em construção de objetos decorativos, arte e mobiliários a partir de resíduos, como forma de reaproveitamento de resíduos industrias como o Poliuretano. Estes estudos fazem parte da criação de uma linha de produtos que levam a minha assinatura como marca-design: M. J. Borghi. E, por último, meus projetos como escritor são alguns originais, que estou trabalhando paralelamente: Ilusões (ficção sobre as ilusões geradas a partir das fraquezas humanas); Abracadabra – a mente humana (livro sobre psicologias das técnicas usadas pelos espiões, mágicos, publicitários, manipuladores, entre outro com a proposta de gerar uma ilusão, manipular ou enganar); Por trás dos bastidores de Marcelo Moreno (dançarino noturno gogo, vai desde o club das mulheres, casas de swigers e o tempo q dançou fora do pais) – uma seqüência prevista de 3 livros; Conectividade (ficção que envolve histórias separadas fisicamente, mas ligada à internet); Saga futurísticas sobre a tecnologia auto suficiente dominando a raça humana - uma guerra que envolve a quebra das barreiras do tempo, da física, conexão a rede, realidade virtual entre outros assuntos e por último Sem título (os mitos e as verdades da história da religião montada a partir dos relatos e fatos documentados pela pesquisa de várias áreas acadêmica cruzadas desde a antropologia até necropsia entre outros temas).

Ademir Pascale: Como os interessados poderão saber mais sobre Marcelo Borghi?

Marcelo Borghi: Bem, no momento só disponho do meu e-mail: marcelo.borghi@gmail.com e o blog: www.marceloborghi.blogspot.com. mas em breve estarei colocando no ar o site: www.mjborghi.com.br (onde conterá tudo a respeito de minha trajetória).

Perguntas Rápidas:

Um livro: Harry Potter e as relíquias da morte
Um(a) autor(a): Tolkien
Um ator ou atriz: Matt Damon
Um filme: Qualquer um que me envolva, mas um exemplo: O Conde de Monte Cristo
Um dia especial: Qualquer um, pois sou eu que farei dele especial ou não.
Um desejo: Escalar o Everest

Ademir Pascale: Deseja encerrar a entrevista com algum comentário?

Marcelo Borghi: Sim, um pensamento: Se não estivermos de olhos abertos para o mundo, como entenderemos suas necessidades reais? Se não estivermos de boa fé e braços abertos, como encontraremos as oportunidades que podem transformar não só nossas vidas, mas levar o mundo a um patamar melhor? Alguns dariam o nome disto de dar a cara pra bater, eu prefiro dar o termo: Eu acordei pra o mundo, conheço seus problemas, e ao invés de sentar no sofá do martírio do por que isto é assim? Prefiro sujar a mão na massa!

 

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*Você poderá adicionar essa entrevista em seu site, desde que insira os devidos créditos: Editor e Administrador do http://www.cranik.com : Ademir Pascale - ademir@cranik.com
Entrevistado: Marcelo Borghi.
E nos informar pelo e-mail: ademir@cranik.com  

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