ENTREVISTA COM O ESCRITOR DOUGLAS MCT.

O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale"  entrevista o escritor Douglas MCT.
 (11/05/09)

REVISÃO DE TEXTOS - ANÁLISE TEXTUAL - DICAS E LEITURA CRÍTICA


 
Douglas MCT - Foto Divulgação

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Como foi o início e as principais influências de Douglas MCT para o meio literário e artístico?

Douglas MCT: Escrever e criar histórias, desde os 7, 8 anos. Novinho. Fazia meus próprios gibizinhos com bichos falantes, à lá Disney, mas com muita influência de Turma da Mônica, que junto de Asterix, foram minhas primeiras leituras. Aos 11 ou 12, comecei a escrever um romance detetivesco (com muita ingenuidade embutida) e aos 16 ganhei o Mapa Cultural Paulista, na categoria Contos. Dois anos depois, ganhei novamente. Em 2005, recebi uma Menção Honrosa neste concurso. Em minha cidade natal (Socorro/SP), também ajudei a montar um Clube Literário. De qualquer forma, iniciei pra valer na literatura, mesmo, foi com Contos. E porque não dizer, os tão famosos hoje Mini-Contos – que na época para mim nem tinham rótulos (eu os chamava apenas de ‘frases’).
Só depois, muitos anos há frente, é que resolvi embarcar em romances. Foi em 2001, se não me engano, que escrevi o primeiro, envolvendo o mistério sobre a morte de uma garota e o envolvimento desta com a protagonista. Apelidei-o de “O Livro Vermelho” (por isso ‘apelido’, não era o título oficial) e depois engavetei. Em seguida, escrevi um outro romance que envolvia um rapaz em busca de respostas, num mundo ‘vazio’, após um acidente nuclear – outro que foi engavetado. Ambos não pertenciam ao gênero Fantasia, eram mais “pé no chão”, enveredando mais para o lado do suspense psicológico.
Só depois, mais dois ou três anos, é que por certos medos pessoais (e a imaginação fictícia em ‘cima’ deles), resolvi escrever um romance fantástico, mas, como tudo que redijo, com elementos do suspense e terror, presentes. Foi aí que nasceu Necrópolis. E mais adiante, ‘esqueletando’ toda a trama, tornou-se uma hexalogia.
Os dois livros de suspense psicológico, citados acima, serão retomados futuramente. Gosto muito de seus plots, mas creio que preciso de maior maturidade literária para escrevê-los. Tudo ao seu tempo. Logo eles retornam.

Ademir Pascale: Como foi trabalhar para o grande Maurício de Sousa e quais eram as suas reais funções?

Douglas MCT: Meu tio Paulo, que trabalha numa revista de turismo em São Paulo, era colega de uma fantástica pessoa do RH da MSP (que não tem relação alguma com a área artística do estúdio, mas enfim). Então, em 2003, isso meio que serviu de ‘ponte’ para eu ingressar lá. Ainda morava no interior, fiz testes para desenhista e roteirista, enviando materiais. Depois de algum tempo, pediram que eu escolhesse em qual me focar, pra me dedicar. Como que, para ser desenhista era fisicamente impossível na época (já que tinha de se morar na capital para isso) e roteiros me davam possibilidades quase infinitas de viajar em cima das criações do Mauricio, escolhi a segunda opção, sem hesitar muito. Aí, em seguida, foi uma sucessão de testes. Até que, em agosto de 2005, o próprio Mauricio selecionou dois roteiros meus para publicação (somente ele avalia os roteiro na MSP, e mais ninguém). Vim para São Paulo em outubro daquele ano e passei uma semana hospedado por aqui, conhecendo todo o estúdio, os demais roteiristas e fenomenal equipe de arte que o compõe. A boa coincidência disso tudo, é que foi justo na semana dos 70 anos do Mauricio – e participei do churrasco de aniversário dele, o conheci neste dia (era uma quinta, 30 de outubro, não me esqueço jamais) e passamos horas conversando juntos, enquanto comíamos espetinhos. Ele é uma pessoa excelente, humilde e um grande homem (não falo da altura, pois aí é justo o contrário, haha!).
Enfim, depois participei de reuniões com roteiristas e vinha ocasionalmente para São Paulo, passava alguns dias. Muitos roteiros meus foram publicados desde então – o último que saiu, inclusive, foi na famosa Cebolinha nº 28 (de abril/2009 – “a fuga pelos infinitos gibis”), com uma história de miolo.
E como roteiristas, escrevemos para todos os personagens e escalões mauricianos, bolamos idéias para algumas capas e tirinhas. Os roteiros são feitos em rafes, num diagrama fornecido pela MSP. Assim como a maioria, fui roteirista freelancer. Depois que vim para São Paulo tive menos participação, por pura falta de tempo, mesmo. Mas estou voltando, aos poucos...
É um trabalho fantástico, de fato, da qual muito me orgulho, e que me abriu várias portas no mercado!

Ademir Pascale: Poderia falar sobre o seu novo projeto Hansel&Gretel (NewPOP)?

Douglas MCT: Antes de ser roteirista da Turma da Mônica, eu já tinha desenvolvido outros roteiros para quadrinhos, de comics a cartoon, até um projeto de mangá que criei ainda em 2000. E sempre fui leitor de todos os gêneros de HQ´s, mangás – inclusive. Li muito, conheço e amo esta linguagem. Em janeiro deste ano, rascunhei algumas idéias que já vinham se alimentando na minha cachola há alguns meses. Na mesma ocasião, entrou trabalhar comigo o fantástico Ulisses Perez (que ganhou como melhor desenhista de mangá do Brasil, em 2003, e não é a toa, seu traço chega a equiparar-se ao de grandes mangakas do mercado!). Fiz o convite para ele se toparia participar do projeto comigo e, juntos, começamos a desenvolvê-lo.
Assim que obtivemos um material de apresentação bom o suficiente, enviamos para algumas editoras... Até que, recentemente, o editor Junior Fonseca da NewPOP Editora, abraçou o projeto, assinamos contrato e agora estamos trabalhando na divulgação, enquanto o Ulisses se mat... Err, ops... Desenha as mais de 450 páginas!
Hansel & Gretel conta a história de dois irmãos gêmeos albinos, com um passado trágico, de onde saíram mutilados vítimas de atos canibais, em busca do pai na industrial metrópole de Echtra.
Em suas desventuras, eles se deparam com uma garotinha acusada por um homicídio culposo; a apresentadora de um Circo de Horrores; uma dançarina de cabaré mal-humorada; um Mercenário arqueiro e um felino humanóide disposto a protegê-los a qualquer custo!
Esta série remete a famosos contos universais, e que mescla elementos Góticos e Fantásticos ao Steampunk. A criação e roteiros são meus, e os desenhos do Ulisses, que vem fazendo um trabalho primoroso.
Eu gostaria de ressaltar aqui, que H&G (abreviação do título do mangá) não é mais uma releitura (sim, existem muitas por aí) de “João e Maria”, “Chapéuzinho Vermelho” ou “Alice no País das Maravilhas”. Eles apenas tem personagens que partem de princípios semelhantes, que apenas remetem aos originais, mas que nada tem a ver com eles. É uma história nova, original, com um conceito plenamente diferente, uma nova abordagem, com elementos trabalhados por outros caminhos, que levam a outras possibilidades. É mangá nacional, mas com linguagem universal. Também elaborado para exportação. Quem sabe, não é? Fique na torcida! ^^
Hansel&Gretel serão em 3 volumes, e o primeiro lançado durante o mega-evento FestComix, em outubro de 2009. Os demais, em novembro e dezembro, respectivamente. Se tudo der certo, outros virão nos anos seguintes! Basta a aposta do público neste nosso material, se mostrar favorável. Esperamos realmente que seja! Por isso, peço votos de confiança de todos neste material.
Cada volume terá 164 páginas (150 só de quadrinhos!), no formato 12,7 x 18,9 cm, papel prisa-brite (miolo em P&B) e capa cartonada em cores.
Esperamos ter algumas novidades já para outro mega-evento: Anime Friends, que vai rolar durante uma semana de julho. Mas o blog e a comunidade estão sempre trazendo novidades, também. Tem de ficar de olho!

Ademir Pascale: É verdade que você está com o romance “NECRÓPOLIS - A Travessia da Fronteira das Almas” no prelo por uma editora de São Paulo? Poderia comentar sobre a obra?

Douglas MCT: Sim. Um editor já avaliou e agora falta o outro. Está caminhando bem, num processo funcional. Creio o primeiro volume (de 6) seja lançado no segundo semestre. Finalmente, depois de 4 anos, a obra verá a luz do dia.
Necrópolis conta a história de uma jovem, Verne Vipero, que vê seu irmão mais novo morrer de forma trágica. Era seu único vinculo familiar, seu amor eterno. Não conformado com o ocorrido, vê-se numa situação inusitada, quando um estranho homem de nome Elói oferece-lhe uma chance de recuperar a alma de Victor (o irmão). Sim, recuperar a alma e ressuscitá-lo! Cético, o protagonista passa por várias coisas que acabam quebrando a suspensão de crença. Então ele parte para Necrópolis, que é o mundo dos mortos, habitado por criaturas fantásticas.
Lá, é auxiliado por estranhos aliados: como um ladrão velocista, chamado Simas Tales; uma Mercenária deslumbrante, Karolina Kirsanoff; e um prisioneiro que veio dos céus, Ícaro Zíngaro, acusado de um suposto e terrível crime. Além de outros personagens ‘exóticos’, como o bizarro Martius Oly, o curandeiro Absyrto, o enfermo Marino Will e o excêntrico Conde Asnovam, um vampiro um pouco diferente do que a literatura vem mostrando hoje em dia.
Neste primeiro livro, Verne tem poucas horas para conseguir encontrar a Travessia da Fronteira das Almas, que é onde o niyan (espírito) de Victor faz seu último percurso antes de cai no Abismo, e assim inexistir.
Realmente, essa hexalogia, é a que considero a obra da minha vida! Tem muito amor e um carinho todo especial por ela. Tem muito de mim como pessoa, experiências de vida e conceitos existenciais incluídos na trama, assim como, também, elementos midialógicos de tudo que gosto, em literatura, cinema, quadrinhos, animação, seriados, games...
Espero poder anunciar o lançamento de Necrópolis em breve, neste site, inclusive!

Ademir Pascale: Poderia comentar sobre os concursos e projetos literários do qual já participou ou participa?

Douglas MCT: Como disse acima, participei por três anos do Mapa Cultural Paulista, que foi um projeto do Covas para o Governo de SP na área de Cultura, que creio existir até hoje. Em 2008, tive um conto (“O Misterioso Caso do Unicórnio Azul”) publicado na antologia fantástica da Andross editora: Anno Domini – Manuscritos Medievais. Com uma trama de Fantasia-noir, da qual tive pleno prazer em criar, e publicar ao lado de grandes autores (alguns veteranos, outros iniciantes), inclusive você, Ademir!
Mas, atualmente, não estou participando de concurso algum.

Ademir Pascale: Qual é a sua visão do mercado editorial brasileiro, destacando o fantástico?

Douglas MCT: O mercado brasileiro, nesta área editorial (tanto em literatura, quanto quadrinhos), ainda é um mercado-bebê. Mas que vem crescendo potencialmente nos últimos anos. Editoras estão investindo mais no produto nacional (vide a NewPOP, como também a Cia. das Letras, Tarja Editorial, Multifoco, só para citar as que mais vem fazendo ultimamente). Temos excelentes editores no meio, só o que falta, de fato, é profissionalismo por parte dos autores. Falta visão de mercado, paciência e aceitação de críticas – mas, acima de tudo e mais importante, falta humildade. Quando nossos autores tiverem isso, vão crescer, ter o reconhecimento merecido. Qualidade é relativa, não dá para julgar deste ponto. Tem muita coisa sendo feita, mais do que já foi antes. Os números provam isso. Por isso essa tal “qualidade” chega a ser questionável (a molecada precisa de maturidade antes de querer uma publicação oficial, mas não compreendem isso inicialmente, e acabam ‘lotando’ as caixas postais das editoras de material ainda ‘verde’, mas não exatamente isento de qualidade, só que necessário de vários ajustes). Com isso, as editoras tomam mais cuidado com suas avaliações, freiam muito material, publicam uma parcela da “panelinha” (que é o garantido), enquanto que as outras (mais inteligentes comercial e artisticamente falando) investem em novos projetos, que de pontos de vista comerciais, é vendável e promissor.
O que o mercado precisa não é de alguém interno de uma editora para indicar a outra (e é assim que funciona em grande parte), mas sim de portas sendo abertas. Para isso, basta que um projeto se inicie, dê certo e então essa primeira porta se abre. Espero, sinceramente, que depois do meu mangá publicado, muitos outros autores nacionais vejam a luz do dia. Tem coisa boa demais sendo feita nas sombras (e o dobro de ruim também). O mesmo vale para literatura, mas nesse caso me preocupo menos, porque vejo que as portas JÁ estão abertas. Basta o autor entrar... Mas que venha acompanhado de profissionalismo, maturidade artística e muita, muita humildade neste meio.

Ademir Pascale: Quais são as suas dicas para os autores iniciantes que desejam publicar suas obras?

Douglas MCT: Aconselho tanto aos quadrinhistas quanto aos escritores iniciantes, que sempre treinem. Isso é essencial. Tem de ler muito. Aí, ler mais um pouco, ler, ler, depois ler mais um tanto, e continuar lendo. E isso não é uma resposta-padrão. Se é tanto aconselhada, é porque simplesmente funciona! E quem quer escrever, tem de ler, mas, acima de tudo, tem de gostar de ler. Ler por ler, não serve (nossa, quantos “ler” aí, hein! Haha!). A leitura tem de ser prazerosa. E ler de tudo, desde Fantasia a FC, Terror, Romance chulé, as vampiromanias, os magos Best-seller, os clássicos chatos, os diferentões do mercado, enfim, tudo. E não ficar só na literatura, mas também enveredar para a mídia em geral: Filmes, Séries, RPG, Teatro, Música, Ilustrações, Animações, Quadrinhos, tudo isso, de uma forma ou de outra, inspira e muito. Pelo menos para mim, sempre!
E lógico, escrever. E muito. Começar com contos, que são mais curtinhos, objetivos, com começo, meio e fim bem definidos. Trabalhar nestes textos após uma auto-crítica e também crítica de terceiros. Procure por beta-readers, aqueles que já estão acostumados com isso (mãe, melhor amigo e namorada não serve), existem aos montes por aí. Muitos deles, inclusive, são profissionais do meio. Editores, escritores e tradutores. E a maioria sempre com boa vontade para fazer uma leitura-crítica. Eu mesmo, reescrevi Necrópolis inteirinho após uma leitura-crítica da obra. Até hoje acho isso um salto magnífico, da qual só tenho a agradecer a pessoa!
Existem várias comunidades no Orkut com beta-readers disponíveis.
Finalizando: nunca desistir. No Brasil, algumas coisas andam mais divagar, mesmo. Ainda mais quando se trata de Cultura e Arte, infelizmente. Mesmo assim, se for persistente (e teimoso também, como é meu caso, hehe), você consegue. Isso não é só palavra de incentivo, mas de alguém que já trilhou este caminho e só agora, aos 26, tem conseguido realizar seus sonhos primordiais!
Leia, escreva, produza. Fale menos, faça mais. Você chega lá. É sério!

Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta?

Douglas MCT: Sim. Em agosto terei um conto publicado na antologia vampiresca Território V – Vampiros em Guerra, da Terracota editora, organizada pelo excelente Kizzy Ysatis, que foi criterioso na seleção dos contos para o livro, levando meses para selecioná-los (eu tive o orgulho de ser o primeiro, de 10 selecionados). O lançamento vai ocorrer na livraria Martins Fontes (Paulista – Brigadeiro) numa quinta-feira de agosto, 13, Dia do Vampiro no país. O meu conto “Torniquete”, segundo as próprias palavras de Kizzy: “A trama de Torniquete aperta a alma, como o próprio nome diz; e leva o leitor a se comover com a angústia de um garoto que vaga pela clausura do orfanato, e descobre uma visitante de olhos felinos e fome infinita, pronta a lhe apresentar uma nova perspectiva de ser. A trama é intimista e dramática, mas a ação da disputa consegue ser aplicada de forma bastante competente. Acima de tudo, é um conto belo.”.
Além disto, no momento, estou revisando um conto steampunk para uma editora, que espera lançar esta obra ainda no primeiro semestre. Vamos aguardar.
Também estou desenvolvendo um conto um pouco... “diferente”. Espero poder escrevê-lo em breve. Além disso, ainda tem a noveleta do projeto Algória que preciso retomar. É um projeto lindo, fabuloso, mas ainda em andamento. É esperar pra ver!

Ademir Pascale: Onde os interessados poderão saber mais sobre Douglas MCT?

Douglas MCT: No meu site: www.douglasmct.com, onde tem roteiros meu escritos para o mercado, inclusive – de animação e curta metragens, além d outras informações. Há o blog de Necrópolis: necropolis-vf.blogspot.com, com um vasto número de posts a respeito; e também do mangá Hansel&Gretel: hanselgretelmanga.blogspot.com, que tem sido um estrondoso sucesso recente! As comunidades, tanto do livro quanto do mangá, tem seus links nos respectivos blogs – participe!
E para quem quiser me seguir no twitter: twitter.com/douglasmct, estou sempre soltando virais de minhas obras, e informações interessantes!

Perguntas Rápidas:

Um livro: Trilogia Fronteiras do Universo (de Philip Pullman)
Um(a) autor(a): Leonel Caldela (da Trilogia Tormenta)
Um ator ou atriz: Selton Mello (ator); Ivana Baquero (atriz, ‘O Labirinto do Fauno’)
Um filme: O Grande Truque
Um dia especial: Quando conheci Mauricio de Sousa.
Um desejo: Acertar na vida pessoal, como venho acertando na carreira profissional.

Ademir Pascale: Desejo-lhe muito sucesso. Um grande abraço.

Douglas MCT: Obrigado pela oportunidade desta entrevista, Ademir! E sucesso para nós!
Abraços!

CLIQUE SOBRE A IMAGEM PARA VISITAR O BLOG

 Hansel&Gretel - Douglas MCT
 

 

© Cranik

*Você poderá adicionar essa entrevista em seu site, desde que insira os devidos créditos: Editor e Administrador do http://www.cranik.com : Ademir Pascale - ademir@cranik.com
Entrevistado: Douglas MCT
E nos informar pelo e-mail: ademir@cranik.com  

Indique esta entrevista para um amigo! Clique Aqui      

 


© Cranik - 2003/2009