RESENHA CRÍTICA DO FILME "DÁLIA NEGRA"
por Vinicius Vieira -
vvinicius@hotmail.com
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DÁLIA NEGRA
- (Foto Divulgação)
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CRÍTICA: DÁLIA NEGRA - Se seu amigo saiu do
cinema reclamando de “Dália Negra”, ou até se você
leu alguma crítica falando mal do mesmo, não leve em
conta essas opiniões e vá agora para o cinema ver a
mais nova obra de Brian de Palma, eu garanto, você
não vai se decepcionar e vai concordar comigo quando
sair do cinema achando que viu um dos filmes mais
completos do ano.
“Dália Negra” é um exemplo de um filme onde todas
partes se completam, um ótimo roteiro, uma direção
de arte de cair o queixo, uma fotografia
esplendorosa, atuações fortes e uma direção que
desde já é um dos melhores trabalhos do cineasta.
Adaptado do livro de James Ellroy, o mesmo de “Los
Angeles Cidade Proibida”, o filme conta a história
dos policiais Dwight “Bucky” Bieichert (Josh
Hartnett) e Leland “Lee” Blanchard (Aaron Eckhart)
na Los Angeles do final dos anos 40, onde depois de
uma luta de boxe “armada” para angariar fundos, se
tornam parceiros e entram em uma espiral emocional
quando ficam à frente da investigação do assassinato
da aspirante à atriz Elizabeth Short, apelidada
pelos jornais da época pelo nome que dá título ao
filme.
Na verdade o assassinato em si serve apenas de pano
de fundo para a verdadeira história do filme, que
mostra o sargento “Lee” e sua mulher (Scarlet
Johansson) tentando fugir de um misterioso passado,
enquanto isso “Bucky” tentando não cair em tentação
pela mulher do parceiro ainda dá de encontro com a
fatal Madeleine Linscott (Hillary Swank) que está
enfiada até o pescoço em toda trama do filme.
Escrito por Josh Friedman, o roteiro é hábil em
manter toda essa trama encaixada sem em nenhum
momento a torná-la repetitiva, nada de personagens
explicando nada, piscou perdeu, e o melhor, consegue
criar personagens que em todos momentos andam na
corda bamba entre o bem e o mal, ao melhor estilo
noir, nada é o que parece e o mocinho tem que passar
por todo tipo de provação para sobreviver, não só
fisicamente, mas muito mais psicologicamente, até o
fim do filme.
Mas os grandes nomes do filme com certeza são: Dante
Ferreti, Vilmos Zsigmond e Brian de Palma, são esses
três que colocam você diretamente dentro de um filme
noir ao melhor estilo.
Dante Ferreti, o designer de produção, que entre
outros fez ótimos trabalhos em “Cassino” e “O
Aviador”, consegue captar perfeitamente todo clima,
tanto da época quanto dos filme dela, tudo parece o
mais natural possível, sem forçar nada, isso
contando que a maioria da filmagem foi feita na
Bulgária, obrigando a criação de todo clima de Los
Angeles de 1947.
E tudo em cena ganha mais vida com a fotografia do
mestre Vilmos Zsigmond, que mais uma vez dá um show
(“Contatos Imediatos de Terceiro grau” é outro de
uma série imensa de acertos), optando por um estilo
quase contrário ao noir e suas sombras com vida, ele
cria uma atmosfera meio como um foto amarelada,
velha, gasta e ao mesmo tempo faz tudo brilhar,
principalmente a atriz Scarlet Johanson, que ganha
tratamento de estrela de filme da época, com uma
iluminação que parece a perseguir, tornando-a mais
linda ainda, tudo isso sem o impedir de fazer
sombras brotarem da tela e deixar o mistério tomar
conta de alguns momentos chaves do filme.
E o que falar de Brian de Palma, para quem é fã,
como eu, fica difícil comentar, o cineasta continua
assinando cada tomada de seus filmes, a qualquer
hora do filme você consegue enxergar que aquilo é um
filme dele, quem conhece seus filmes vai reconhecer
várias seqüências e enquadramentos, aquela divisão
do foco nos dois planos, a corrida em slow-motion,
nesse caso em uma escadaria também, o assassino
saindo das sombras, tudo puramente de Palma
A impressão é que ele tenta criar o noir como ele
seria hoje, não contemporâneo, mas bebendo na fonte
dos mestres do gênero para mostrar o que eles fariam
em filme atual, sempre se preocupando em criar um
clima de mistério que vai se acumulando, até você
não agüentar mais e pedir pelo amor de deus para
mostrar um desfecho, deixando sempre aquela
impressão de que o personagem não está contando tudo
que sabe, com certeza um filme para se ver e rever
diversas vezes.
Agora, se mesmo depois de todo lobby que eu fiz,
você ainda quiser ir pelo pensamento do seu amigo
que não gostou, ou pelo crítico que achou o filme
ruim, azar o seu, se eu fosse você eu iria, e
pensando bem, acho que vou.
Título Original: The Black Dahlia
Gênero: Suspense
Duração: 121 min.
Ano: 2006 - EUA/Alemanha
Distribuidoras: Universal Pictures/Imagem
Filmes
Direção: Brian De Palma
Roteiro: Josh Friedman

Cena do filme DÁLIA NEGRA (Foto divulgação)
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Crítico: Vinicius
Vieira - Jornalista -
vvinicius@hotmail.com
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