CRÍTICA:
V DE VINGANÇA - Para começar a falar do filme V
de Vingança é obrigatório falar do maior escritor de
quadrinhos da atualidade e um dos melhores de todos
os tempos: Alan Moore. E, para cita-lo é fundamental
conhecer a profundidade e a riqueza de sua obra. Um
dos seus melhores trabalhos, sem medo de errar, é o
clássico A Piada Mortal. Obra que apresenta o maior
vilão do Batman com uma insanidade jamais vista e
com a crueldade a flor da pele. Um trabalho que
beira muito próximo a psicologia de Freud. Ou seja,
o texto de Moore vai muito além de uma simples
leitura. A filosofia e o comportamento humano são
explorados até a última gota em suas obras-primas. E
nenhuma revista em quadrinhos chegou tão perto da
perfeição e do conhecimento geral do intimo do homem
quanto Watchmen. Uma obra profunda, densa, rica e
todos adjetivos que puderem ser acrescentados a uma
verdadeira obra de arte.
Apresentada essa introdução podemos começar a falar
de V de Vingança. Nessa Graphic Novel Moore está com
a criatividade aguçada e inspiradíssima. Mas, vale
uma ressalva. Alan Moore renegou o filme alegando
deturpação do contexto geral da história. E ele está
certo. O filme mexeu em pontos fundamentais do texto
e tirou um pouco da riqueza do texto. Mas, ainda
assim está muito acima dos textos cinematográficos
de hoje em dia.
A primeira qualidade do filme é ter acertado na
escolha da protagonista. Natalie Portman (O
Profissional) tem todas as qualidades para a
personagem. Apesar de em alguns momentos dar a noção
de se perder ao longo da projeção, V de Vingança
vale a pena e no mínimo serve para mostrar que Alan
Moore deveria levar ao cinema sua maior obra. O
problema seria descobrir quem teria capacidade de
levar Watchmen as telas sem fazer o filme se perder.
Direção: JAMES McTEIGUE Distribuidora: Warner Bros Lançamento: 07/04