CRÍTICA - SERPENTES A BORDO:
O que dizer de um filme
que apresenta um avião repleto de cobras e um agente
durão do FBI protegendo uma testemunha importante
dessas criaturas venenosas? Simplesmente
maravilhoso.
“Serpentes à Bordo” é um daqueles exemplos de filmes
que já estavam fadados ao sucesso ou a transformação
em cult, em grande parte pelo título (em inglês
“Snakes on a Plane”, algo como “Cobras do Avião”).
Primeiro tratado como piada no início pela própria
produção, começou a ganhar vida própria quando o
astro Samuel L. Jackson entrou para o elenco
e ao ficar sabendo de uma mudança no nome, intimou:
Ou o filme continua “Snakes on a Plane” ou continua
sem mim. A produção receosa (que ator iría querer
fazer um filme com esse título?), acabou descobrindo
que não necessitava mais de ninguém, já tinham um
avião, 450 cobras e Samuel L. Jackson, o que mais se
precisa para se criar diversão, nada, foi então que
a produção ganhou a internet e criou uma legião de
fãs, que junto com o ator principal, aparecendo o
máximo possível com uma camisa do filme, e gritando
aos quatro cantos da mídia coisas como “vejo vocês
no Oscar”, criaram o terreno para um dos filmes mais
esperados do ano.
E o filme não desaponta, aposta exclusivamente em
diversão, e se você entrar no cinema sem pensar em
levar nada a sério é isso que você ganha. A história
é exatamente a que eu coloquei no primeiro
parágrafo, e tenta ser tão simples quanto o título,
cobras e mais cobras aterrorizando um elenco de
clichês em um avião a 90 mil pés, temos a aeromoça
em seu último vôo e seu colega afeminado, o rapper
metido a dono do mundo, a patricinha e seu cachorro
irritante, o britânico revoltando com os americanos,
a latina, o gordinho, as criancinhas indefesas, e
mais uma fauna de personagens clássico prontos para
morrer, e nesse caso para terem algumas das melhores
reações diante do perigo, e essas reações, acreditam
valem o filme, principalmente quando são vindas do
protagonista Samuel L. Jackson como o agente
Flynn, que obviamente rouba o filme com as melhores
frases do ano no cinema, o desabafo final antes de
acabar com todas as criaturas rastejantes desde já é
um clássico, passando por pérolas como “oh great,
snakes on crack” (algo como: “oh legal, cobras
drogadas”)
E é exatamente disso que o filme é feito, situações
extremamente horripilantes, as cobras, ou vadias
como os personagens acabam as chamando na maioria do
tempo, atacando os passageiros dos piores jeitos
possíveis, o diretor David R. Ellis (“Celular” e
“Premonição 2”) fazendo questão de mostrar esses
ataques do jeito mais angustiante possível, sempre
acompanhado de uma frase forte, que te faz chorar de
rir, e o agente Flynn matando a pau tudo que ele vê
pela frente sem pernas, não de um jeito "rambo", e
sim ao melhor estilo Samuel L. Jackson.
“Serpentes a Bordo” é um filme simples, com um
orçamento de 33 milhões, mas que é redondo, uma
direção que não tenta fazer mais do que o filme
precisa (coisa que parece estar se tornando a
especialidade do diretor), apenas o necessário, um
roteiro inteligente, que parece mais preocupado em
divertir o público do que em fazer bonito, um elenco
afiado, fraco mas no ponto e por fim Samuel L.
Jackson, mais durão que nunca, tudo isso dentro
de um “tubo de alumínio à 90 mil pés” repleto de
cobras, ao público só resta sentar na cadeira do
cinema e relaxar, com um dos filmes mais legais do
ano.
Gênero: Ação Pais: EUA Ano: 2006 Distribuidora: PlayArte Diretor: David R. Ellis Elenco: Samuel L. Jackson , Nathan Philips
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