CRÍTICA: SENTINELA - Provavelmente alguma
vez você já viu aquele filme em que o herói,
geralmente um policial ou agente do FBI, é um
exemplo para seus companheiros, até que um crime
acontece e ele passa a ser o principal suspeito e
começa uma fuga, geralmente de um amigo que ficou
com o caso, tentando provar sua inocência, viu, não
viu? Se sim, “O Sentinela” é mais uma chance para
dar de cara com essa história batida, se não...
Impossível, todo mundo já viu essa história.
A vez agora é do famoso Serviço Secreto dos Estados
Unidos, aqueles caras de terno que fazem a segurança
do presidente, é lá que encontramos o experiente
Pete Garrison (Michael Douglas), que já até tomou um
tiro pelo ex-presidente Reagan e agora faz a
segurança da primeira-dama. Mas quando um
companheiro seu é morto, uma trama envolvendo um
traidor dentro do Serviço e um atentado ao
presidente aparecem, ele acaba no olho do furacão.
Perseguido pelo “ex-amigo” David Breckinridge (Kiefer
Sutherland), que agora é investigador do Serviço
Secreto, Pete tem pouco tempo para provar sua
inocência e achar o verdadeiro traidor antes que o
atentado aconteça.
O filme demora a engatar a segunda, não deixando o
público se empolgar na primeira parte, mas é só
entrar o segundo ato do filme, onde nosso herói
começa sua fuga, que... não muda nada, o ritmo
continua o mesmo, e só fica um pouco mais dinâmico
lá para o final, coisa que deve desagradar àqueles
que vão ao cinema atrás de um filme de ação, a
grande maioria do público.
O principal responsável por esse marasmo é um
roteiro despretensioso escrito por George Nolfi, que
parece querer guardar segredos para o final (na
seqüência do polígrafo, você já desconfia de quem é
o verdadeiro traidor), além de ser um dos filmes com
maior número de personagens inúteis por metro
quadrado, a própria parceira do personagem de
Sutherland, podia ser trocada sem problema nenhum
por um Pastor Alemão, chegando ao cúmulo de ajudar o
fujão poucos segundos antes de seu parceiro fazer as
pazes com ele, coisa que, se tivessem voltado a ser
falar um pouco mais cedo ele próprio o ajudaria, e
agradeceria se alguém depois me explicasse qual a
relevância daquela conversa entre o personagem de
Michael Douglas e a ex-mulher do ex-amigo, perdida
entre um take e outro, sem esquecer daquela ida dele
a casa da viúva do agente, tudo muito triste.
O que, pode se dizer, não deixa o filme ser
horripilante é a direção de Clark Johnson, que
consegue tirar água de pedra, e até dar uma certa
movimentação ao filme, principalmente pela sua
experiência em série policiais de TV, como a ótima
“The Shield”, só derrapa quando inventa de usar
aqueles ângulos de câmeras de segurança totalmente
inúteis para o resto da trama, assim como alguns
irritadíssimos flashs entre uma cena e outra na
edição da primeira parte do filme, que além de não
dizerem nada, são completamente esquecidos logo
depois. O que eu recomendo a fazer com esse filme,
por enquanto, é deixar “O Sentinela” chegar às
prateleiras das locadoras, que aí quem sabe o seu
prejuízo não vai ser tão grande.
Título Original: The Sentinel
Gênero: Suspense
Duração: 108 min.
Ano: EUA - 2006
Distribuição: 20th Century Fox Film
Corporation
Direção: Clark Johnson
Roteiro: George Nolfi
Cena do filme
SENTINELA (Foto Divulgação)
FILME:
Ótimo:
Bom:
Regular:
Crítico: Vinicius
Vieira - Jornalista -
vvinicius@hotmail.com
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