CRÍTICA: POSEIDON - Na Natureza existe um
passarinho de cor preta chamado Chupim que tem um
comportamento no mínimo curioso, o pilantra entra no
ninho de outro passarinho inocente, geralmente o
Tico-Tico, e enquanto ele não está lá, aproveita de
tudo possível e imaginável que o coitado fez,
chegando até ao absurdo de comer os ovos do dono da
casa e colocar os seus no lugar, para que o outro
pássaro os choque sem saber que não são seus,
enquanto isso, o cretino do Chupim vai embora e
continua curtindo sua vida.
Traçando um parâmetro entre essa ave da fauna
brasileira e um outro tipo de animal da fauna dos
Estados Unidos, os engravatados de Hollywood, você
vai perceber um grande número de semelhanças,
tomemos como exemplo o lançamento de “Poseidon”, que
recentemente estreou por aqui.
O que o nosso voador faz no fim das contas é seguir
sempre o caminho mais fácil, sem trabalho e com uma
garantia de resultados para sua espécie (nascimento
de mais e mais Chupins), mesmo que para isso ele
tenha que passar por cima de toda ética e moral. Os
produtores da “Terra do Cinema” pensaram do mesmo
jeito: pegaram um sucesso dos anos 70, com tudo já
pronto, “refilmaram” a obra para uma nova geração,
fizeram um enorme barulho na mídia, lançaram uma
porcaria muito maior que o barco do filme e ainda
por cima tiveram a pachorra de falar que não era uma
refilmagem, e sim uma história diferente, que tinha
o mesmo ponto de partida, mas que prestava
homenagens para a versão clássica.
Eles tomaram o caminho mais curto e certo, fizeram a
sacanagem e saíram de fininho, negando o próprio
filho.
Por isso eu pediria a quem lesse essas linhas, que
procurasse saber quem foram os realizadores desse
crime contra o cinema, e prestar mais atenção em
seus nomes cada vez que um deles pintar em um
lançamento nos cinemas, se possível passar até longe
deles por um tempo.
Infelizmente eu não estou exagerando, tudo no filme
é ruim, da direção desconexa e exagerada do alemão
Wolfgang Petersen, que parece não ter vergonha
nenhuma de colocar na tela do cinema, seqüências que
provocam risos de tão ridículas, ao roteiro escrito
por Mark Protosevich, que juntos parecem esquecer de
qualquer lei de probabilidade, jogando todas elas no
lixo, e fazendo tudo dar errado em todo tipo de
situação, chegando a ser ridículo. No caminho para a
salvação dentro do transatlântico que virou de
cabeça para baixo, o grupo de personagens só
sobrevive até o final do filme por que é Hollywood e
tem que ter final feliz, porque diante de todos os
obstáculos que o ambiente proporcionaria o roteiro
ainda faz questão de colocar elevadores caindo,
pedaços de alguma-coisa-grande-vinda-de-sei-lá-onde
fazendo vítimas, e até uma absurda cochoeira de
gasolina flamejante.
É bom lembrar também que o elenco faz de tudo para
que no final você acabe torcendo para que todos
fiquem presos dentro do navio e afundem junto com o
filme (não podia perder esse trocadilho), talvez até
culpa do roteiro que parece esquecer que para alguém
no cinema torcer por um personagem ele tem que no
mínimo ser meramente desenvolvido.
Graças aos Deuses do Cinema “Poseidon” foi ridículo
nas bilheterias, mostrando que os produtores podem
achar que são Chupins, mas o público está aprendendo
a não ser um mero Tico-Tico.
Direção: WOLFGANG PETERSEN
Roteirista:
MARK PROTOSEVICH
Distribuidora: Warner Bros
Lançamento: 23/06/06
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Cena do
filme POSEIDON (Foto Divulgação)
FILME:

Ótimo: 



Bom:



Regular:

Crítico: Vinicius
Vieira - Jornalista -
vvinicius@hotmail.com
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