RESENHA CRÍTICA DO FILME "PECADOS ÍNTIMOS"   
por Rodolfo Lima - Jornalista, ator e crítico de cinema -
e-mail: dicaspravaler@yahoo.com.br
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PECADOS ÍNTIMOS  -  (Foto Divulgação)

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CRÍTICA - PECADOS ÍNTIMOS -  “Queridas Crianças” (Little Children) seria a tradução literal de “Pecados Íntimos”, que soa pretensioso num filme onde as crianças detonam - ou são usadas como desculpas - os desejos obscuros dos adultos. Das donas-de-casa em sua rotina de levar os filhos ao playground todos os dias, na ânsia de ver o “Rei do Baile”, o pai bonitão que leva o filho ao mesmo local, ao terreno espinhoso da pedofilia, passando – por que não – pela questão do acesso de crianças a armas, assassinato e intolerância.
A inglesa Kate Winslet – indicada ao Oscar de melhor atriz – é a dona de casa Sarah, entediada com o marido rico e fã de sites pornográficos, que vê em Brad (Patrick Wilson) a possibilidade de mudar sua história, e preencher sua vida tediosa.
Numa aposta com as donas de casa, no playground, Sarah se aproxima de Brad e se vê tentada a conhecê-lo intimamente. Não se iluda com o cartaz que é muito mais sexy e provocativo que o filme em si. Há duas ou 3 cenas de sexo entre os protagonistas e com a exceção da primeira – onde vemos o corpo nu do ator – as outras cenas não acrescentam nada a platéia sedenta por intimidades.
Brad é um pai desempregado, casado, que tem como rotina levar o pequeno Aaron ao parque pela manhã, a piscina á tarde e estudar a noite para o exame da ordem, que o credenciaria a atuar como advogado. Em vez de estudar, Brad passa horas vendo rapazes andando de skate, nostalgicamente pensando no seu passado. Quando entra para o grupo de pais que jogam futebol americano á noite, numa referência que lembra o filme “O Clube da Luta” (1999), onde homens lutavam para extravasar a ansiedade e o tédio da vida. Em Pecados Íntimos, o futebol é a metáfora para liberar adrenalina, através da violência.
O filme na sua maior parte é tedioso e parece se arrastar, soa provocativo e perturbador, mas sua mensagem moralista acaba com a “graça” do filme. Indicado a 3 Oscar® é muito provável que não leve nada. A ótima Kate Winslet tem que derrotar a favorita Helen Mirren (A Rainha), a oscarizada Meryl Streep (O Diabo veste Prada) e a excelente Judi Dench (Notas sobre um escândalo). Winslet é uma atriz interessante e merecedora de tal prêmio – pela sua lista de bons papéis, mas sua personagem em Pecados Íntimos não é para tanto.
A indicação para roteiro adaptado seria o azarão da categoria, já que terá que vencer: Os Infiltrados, Notas sobre um escândalo (filmes mais cotados) Filhos da Esperança e Borat, a ácida e escrachada crítica aos EUA, feita pelo ator Sacha Baron Cohen, ganhador do Globo de Ouro de melhor ator cômico. Será que o Oscar esquecerá deste filme? Acho difícil.
Jackie Earle Haley, indicado a ator coadjuvante poderia até levar, se não tivesse pela frente um visceral Djimon Hounsou (Diamantes de Sangue) e um injustiçado (assim dizem os americanos) Eddie Murphy ( DreamGirls). Digo isso por que Haley interpreta um pedófilo quarentão que vive com a mãe. E tem sua patologia vista como aberração pela comunidade em que vive. O mundo não perdoa pedófilos e são intransigentes ao pensar em dar uma segunda chance. É o personagem mais interessante do filme, pois ciente do seu problema, não se faz de vitima. Os diálogos com a mãe, são tocantes, sensíveis e desesperadores. Já que o pecado intimo de Haley é muito mais devastador do que o adultério de Brad e Sarah.
Há filmes que devem ser vistos no cinema e, não é o caso de Pecados Íntimos, que poderá lhe esperar numa locadora perto da sua casa.

Gênero: Drama
Classificação: 18 Anos
Pais: EUA
Distribuidora: PlayArte
Diretor: Todd Field
Produtor: Albert Berger , Ron Yerxa , Todd Field
Elenco: Kate Winslet , Jennifer Connelly , Patrick Wilson , Jackie Earle Haley , Gregg Edelman
Roterista: Todd Field , Tom Perrotta

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Cena do filme PECADOS ÍNTIMOS - Foto Divulgação.

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Crítico: Rodolfo Lima - Jornalista, ator e crítico de cinema - e-mail: dicaspravaler@yahoo.com.br

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