RESENHA CRÍTICA DO
FILME "O
DIABO VESTE PRADA"
por Rodolfo Lima -
Jornalista, ator e crítico de cinema -
e-mail:
dicaspravaler@yahoo.com.br
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O DIABO VESTE PRADA
- (Foto Divulgação)
CRÍTICA - O DIABO VESTE PRADA
- Pessoas ambiciosas, impetuosas, temperamentais,
sarcásticas, impessoais e exigentes, sempre são
vistas com maus olhos. Principalmente se tais
características complementam o caráter do seu chefe.
Dai para achar que ele é o próprio diabo - que veio
a terra, infernizar e dificultar sua vida - é um
pulo.
Miranda Priestly é a "monstra" da vez. Baseado no
livro de Lauren Weisberger, Priestly pode ser vista
como Anna Wintour - a poderosa editora de moda da
Revista Vogue - no caso da ficção, editora da
Revista Runway.
Sobre os figurinos usados, os outros filmes que
falam de moda, se é ou não crível ao mundinho do
pret-a-porter, e se tal música diz ou não algo para
o mundinho fashion.....várias publicações semanais e
mensais se preocuparam. Então vamos ao que
interessa. Miranda ( Meryl Streep) não é "diabo"
como o titulo rotula, e nem a sua assistente Andrea,"vendida"
como um capacho, se mostra como tal.
A 1° é uma mulher obcecada pelo trabalho, exigente
consigo mesmo e com os outros. Não é boazinha e nem
deixa se levar por sentimentalismos. É ríspida, mas
tal grosseria, não deixa de ser uma forma de
preparar o outro para o mercado de trabalho e suas
inevitáveis disputas diárias. A 2° é uma jornalista
recém formada, determinada a vencer e que agarra a
oportunidade - ok, ela sofre um pouquinho - com
unhas e dentes e só percebe o preço de sua escolha,
quando vê seus relacionamentos ruirem.
Para se vencer hoje em dia é preciso pagar um preço
caro. E Andrea num dos diálogos do filme, afirma o
óbvio: "Miranda é vista como o diabo, porque é
mulher, se fosse homem, suas ações seriam vistas
como ótimas". O machismo sempre perseguirá as
mulheres e no caso de "O diabo veste prada", as duas
são vitimas da sociedade falocêntrica.
O filme é engraçado, ágil, sedutor e se não fosse o
moralismo do final, seria arrebatador - exagerando
um pouco na expressão. Que mal há em Andrea de se
sentir traída por tanto luxo, beleza e opções?
Tirando as obviedades que o filme acarreta - talvez
por ser um Blockbuster - ele pode ser considerado
sim, um bom programa.
Reflete a sociedade capitalista, a ditadura da moda,
as trapaças necessárias para a sobrevida, a
futilidade dos outros, e a necessidade de buscar seu
próprio lugar. Lauren/Andrea escolherá o melhor
caminho que lhe convém. Anna/Miranda tentará
sobreviver num mundo rodeado por espetos.
E você caro expectador/leitor ficará imaginando -
enquanto ri e sente pena da 2° assistente "gorda e
inteligente" - o que você faria se a sua vida
mudasse tanto de um hora para outra. Se pudesse
conhecer Paris. se tivesse acesso as melhores marcas
de roupas. Se a oportunidade de mostrar suas reais
intenções surgissem.
Enquanto sua vida não muda. Vá até o cinema e se
permita imaginar na situação do outro. Eu ficaria em
Paris (rsrsrs).
Título Original: The Devil Wears Prada
Ano: 2006
Distribuição: Fox 2000 Pictures
Direção: David Frankel
Roteiro:
Aline Brosh McKenna

Cena do Filme "O DIABO VESTE PRADA" (Foto
Divulgação)
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Crítico: Rodolfo Lima
- Jornalista, ator e crítico de cinema - e-mail:
dicaspravaler@yahoo.com.br
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