CRÍTICA - OBRIGADO POR FUMAR

Crítica Especial do Filme "OBRIGADO POR FUMAR" 
 por Camila Abud - Jornalista, Colaboradora e Crítica de Cinema
e-mail: camila@alvissaras.com.br      
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OBRIGADO POR FUMAR
OBRIGADO POR FUMAR - (Foto Divulgação)

O vício ri por último

CRÍTICA: OBRIGADO POR FUMAR - A nova sátira do diretor Jason Reitman, atropela como uma scânia a verdade sobre a manipulação das informações das indústrias tabagista, alcoólica e bélica. Sem perdoar a sociedade, ou os milionários empresários dessas potências internacionais, o filme, baseado no elogiado livro do mesmo nome de Christopher Buckley, de 1994, tem um herói nada convencional, vivido pelo ator Aaron Eckhart. Ele faz Nick Naylor, o principal porta-voz das grandes empresas de cigarros, que ganha a vida defendendo os direitos dos fumantes nessa nossa cultura neopuritana atual.

Desafiado pelos vigilantes da saúde que querem banir o consumo de cigarros, Nick embarca rumo a uma ofensiva de relações públicas, manipulando informações e diminuindo os riscos do uso do cigarro em programas de entrevistas de tevê. Garantir seu status de imperador da verdade é seu objetivo e ele busca soluções para driblar a guerra contra o câncer de pulmão entre os adolescentes, promovido pelo uso do tabaco. A solução é criar uma campanha para que as pessoas continuem fumando, mesmo se submetendo aos males do vício. Em um lampejo criativo, percebe que o cinema pode se tornar a salvação da lavoura norte-americana que cultiva o fumo - com o perdão do trocadilho. A partir disso, viaja em busca de ajuda e conhece um superagente de Hollwyood, interpretado pelo até então esquecido Rob Lowe (Vidas Sem Rumo, 1983). A idéia é promover o fumo nos filmes, com atores como "Brad Pitt dando baforadas, pelado", como diria Nick Naylor, em alto e bom som. Enquanto banca pose de protetor da indústria tabagista, sua fama cresce até atrair a atenção do chefão das indústrias de cigarro, interpretado pelo sempre eficiente Robert Duvall. Ele torna-se, então, queridinho do mafioso bilionário - que curiosamente sofre de câncer do pulmão e, relutante, está em estado terminal.

Executivo de sucesso
Por outro lado, seu ar de galã e perfil de homem que passou de mero executivo a um cara bem-sucedido atraem a repórter de um influente jornal de Washington que deseja investigá-lo. Heather Holloway, vivida por Katie Holmes, coloca as mangas de fora na tentativa de arrancar de sua fonte mais do que meras e simples frases de efeito. Ela ultrapassa os limites da ética jornalística e seduz o entrevistado, com charme e discrição. Finalmente, sem o ar da teen problemática do seriado Dawson's Creek, que lhe rendeu o estrelato, a senhora Tom Cruise consegue aqui uma boa aparição - principalmente nos momentos cômicos. Ela repete, assim, o sucesso de seu filme mais cult, Do Jeito Que Ela É, em que interpreta April, a ovelha-negra da casa, ex-drogada, ex-terror dos irmãos, e que passa a viver com o namorado negro, em Nova York. Com a mesma química de Do Jeito..., Obrigado por Fumar tem a junção de personagens desconexos e uma concepção moderninha que remete a histórias sobre o certo e o errado. É justamente aí que Nick, depois de conhecer Heather, vê que só trabalha para pagar as contas, mas começa a pensar em como seu trabalho muda a imagem que seu filho pequeno Joey tem dele.

Para piorar a situação, um senador oportunista, vivido por William Macy, utiliza como bandeira de campanha a luta contra o tabaco e lança um porjeto de colocar o rótulo de "veneno!" nas embalagens dos cigarros. A situação constrangedora acarreta uma série de eventos que, no fundo, servem de lição de moral para os espectadores. A presença de Cameron Bright como o filho injustiçado é a evidência da tentativa do filme de Jason Reitman se tornar um título família. A comédia conta, ainda, com novas estrelas de Hollywood, entre elas Adam Brody (o Seth do seriado The O.C.).

Mais do mesmo
Quem se interessar em conhecer outras tramas sobre o tabaco pode conferir Nicotina, espécie de aventura policial alucinante, com humor dark,, toques tragicômicos e sotaques diferentes da língua espanhola. Outra dica é Sobre Café e Cigarros, com histórias curtas que têm em comum o consumo dessa dupla viciante. Iggy Pop e Tom Waits, em cena, discutem pontos positivos de ser um fumante. Ainda nesse tema, outra excelente opção é O Informante, com Russell Crowe e Al Pacino.

Título Original: Thank You for Smoking
Gênero: Comédia
Duração: 92 min.
Ano: EUA - 2006
Distribuição: FOX FILM
Direção e Roteiro: Jason Reitman
Trailer: Clique Aqui

  
Cena do Filme OBRIGADO POR FUMAR (Foto Divulgação)

Filme:

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Bom:   
Regular:

Crítica: Camila Abud - Jornalista, colaboradora, crítica de cinema, produtora do documentário longa-metragem "As mulheres do Sertão", do Grupo Alvíssaras - www.alvissaras.com.br  - e-mail: camila@alvissaras.com.br      

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