RESENHA CRÍTICA "DURO
DE MATAR 4.0"
por Vinicius Vieira -
vvinicius@hotmail.com
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DURO DE MATAR 4.0 - (Foto Divulgação)
DURO DE MATAR 4.0
CRÍTICA - DURO DE MATAR 4.0:
Já totalmente sujo, e
repleto de cortes sangrando, depois de “resolver”
mais um problema, vem em sua direção um garoto
assustado, “Você acabou de matar um helicóptero com
um carro!”, um suspiro demonstrando que aquilo não é
mais para ele, e o policial cansado completa a
afirmação: “Eu estava sem balas”.
O policial esgotado e sem balas
em questão é John McClane (Bruce Willis) que volta
aos cinemas em seu “Duro de Matar 4.0”, rabugento,
irritadiço, sem paciência e mais uma vez mostrando
por que é um dos maiores heróis de ação do cinema.
Dezessete anos depois do terceiro
filme da série, esse novo capítulo na vida do
policial de New Jersey agora fica nas mãos de Len
Wiseman (dos péssimos “Anjos da Noite” e sua
seqüência), que mesmo não tendo a sensibilidade de
seu antecessor John McTierman (que ainda dirigiu o
primeiro), ainda faz um ótimo trabalho,
principalmente por encarar esse quarto filme como
uma evolução natural da série.
Enquanto no primeiro McCleane
tinha apenas um prédio, no segundo se viu dentro de
um aeroporto e no terceiro ganhou as ruas de Nova
York, agora ele tem até mais de uma cidade para
“brincar” de acabar com os planos de um terrorista,
que resolve tomar conta de todo sistema tecnológico
dos Estados Unidos, “aparentemente” só para mostrar
o quanto o país está desprotegido.
Mesmo Fazendo um ótimo trabalho
nas seqüências de ação, sempre procurando ângulos e
movimentos de câmera para engrandecê-las, Wiseman
parece ter algum tipo de branco artístico quando
ninguém está tentando matar ninguém.
Do mesmo jeito que a seqüência do
túnel com carros voando para todos os lados e o
final apoteótico dela com o “assassinato” do
helicóptero, mostra que o diretor tem estilo de
sobra e sabe colocar ele nas cenas de ação, de uma
hora para outra parece se tornar preguiçoso,
repetindo ângulos de câmera, como todas as cenas
dentro dos carros e no FBI, que são praticamente as
mesmas, quando claramente caberia algo diferente.
Mas ainda assim, ele faz um ótimo
trabalho, principalmente mascarando o péssimo
roteiro de Mark Bomback, estapafúrdio e óbvio, mas
que tem lampejos de felicidade quando o assunto é
John McClane, com ótimos diálogos e tiradas dignas
do personagem, que mesmo descaracterizado em certos
momentos com discursos heróicos demais, diverte com
ele esculhambando o vilão toda vez que acaba uma
frase pelo walkie-talkie.
Wiseman acerta pegando todas essas besteiras do
roteiro e apresentando do jeito mais impessoal
possível, assim para ninguém prestar atenção no
plano idiota do vilão, que claramente, com todo
aquele poder na mão não ia ficar brincando de deixar
sinais de transito no verde, e sim apontar todos
mísseis do Estados Unidos para a Casa Branca, isso
sim iria impressionar, e não ia deixar a trama com
cara de bug do milênio.
É óbvio que, como em todos outros
filmes da série, nada é o que parece e no final é
tudo por causa do dinheiro, mas a obrigação do
roteiro passaria em fazer com que isso se tornasse
uma surpresa, e não algo totalmente esperado, coisa
que o escritor faz muito bem na explosão do
congresso, onde joga com toda expectativa e
surpreende o espectador.
Mas talvez o que mais vá
incomodar, seja a deslocada seqüência do avião ao
final do filme, além de desnecessária e totalmente
fora da mitologia “Duro de Matar”, acaba com o maior
sinal possível de falta de criatividade, só não
sendo maior ainda pelo personagem não cair em cima
da van.
O roteiro ainda dá de cara na
parede com o lado vilanesco do filme, a começar por
uma quadrilha que mais parece ter saído de alguma
reunião da ONU, com cada bandido vindo de um lugar
do mundo, sem necessidade nenhuma, já que o cara
fortão não precisa ser italiano, nem a ninja
japonesa e muito menos o praticante de le parkur
francês, só obrigando assim o vilão principal,
Thomas Gabriel (Tymothy Olyphant) a ser poliglota
para entender todos eles, já que de resto, ele está
longe de ser um cara que mete medo, e praticamente
não faz nenhuma maldade, estando mais para um nerd
com tempo sobrando.
Já do outro lado, Bruce Willis
continua dando um show no papel que lhe levou ao
estrelato, ainda chato, ainda sem paciência, ainda
resmungando de tudo, muito mais sarcástico, só que
agora demonstrando um cansaço, como se já não
agüentasse mais estar no lugar errado na hora
errada, sempre fazendo questão de dar um suspiro de
desânimo antes de fazer algo totalmente insano.
Willis ainda ganha a companhia de Justin Long, na
pele de um Hacker que por alguma razão também é alvo
dos bandidos, mas que passa quase desapercebido pelo
filme, sem muita importância, funcionando muito mais
para ter alguém para McClane ter que arrastar, e
poder reclamar (lógico que durante o filme ele ganha
alguma importância, mas está longe de ter qualquer
profundidade).
Mesmo com todo esses defeitos,
“Duro de Matar 4.0” faz jus aos outros três filmes,
não ficando tão atrás de nenhum, e conseguindo, com
certeza, divertir e não te deixar em momento nenhum
cansar dentro do cinema.
Lançamento: 03/08/07
Site Oficial:
www.durodematar4.com.br
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Crítico: Vinicius
Vieira - Jornalista -
vvinicius@hotmail.com
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