RESENHA CRÍTICA DO FILME
"A
MARCHA DOS PINGUINS"
por
Wilson Gotardello -
gotardello@yahoo.com.br
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A Marcha dos Pingüins
(Downtown Filmes)
LIVROS SOBRE CINEMA
- CAMISETAS DE FILMES -
MINIATURAS COLECIONÁVEIS
DIRIGIDO POR
Luc Jacquet
CRÍTICA - A MARCHA DOS PINGÜINS.
Belas paisagens e a determinação em perpetuar a
espécie marcam documentário francês.
O famoso documentário francês “A Marcha dos
pingüins”, de Luc Jacquet, é o segundo mais
assistido da história do cinema, fica atrás apenas
do polêmico “Fahrenheit 11 de Setembro”, do
anti-Bush Michael Moore. O filme fez sucesso até
mesmo nos Estados Unidos, onde filmes estrangeiros
não costumam ter muita aceitação. Todo esse sucesso
chama a atenção para um projeto de beleza estética
incontestável, mas características narrativas
controversas.
Uma dessas características chama a atenção logo na
primeira cena, assim que o narrador fala a primeira
palavra como se fosse um dos pingüins a espera da
“turma”. Ao antropomorfizar os animais e inserir
diálogos entre eles, o diretor optou por uma
arriscada tentativa de atrair o público. Goste ou
não, é isso que o torna diferente de um simples
documentário. Se alguém reprovar a película, com
certeza será este o motivo já que a parte técnica é
impecável.
Contando com o auxílio de dois diretores de
fotografia e a beleza natural da longínqua
Antártida, o cineasta francês fez um trabalho
magnífico. Filmou em condições adversas, com
temperaturas que chegavam a 40 graus negativos, e
mesmo assim retratou detalhadamente todo o ciclo
reprodutivo do pingüim imperador. Confesso que
fiquei um pouco incomodado com os diálogos entre
pingüins, mas a beleza das imagens faz com que esse
incômodo seja relevado.
A outra característica controversa é a romantização
das atitudes dos pingüins. Vê-los chorar por amor
aos filhotes ou preocupados com a parceira é absurdo
demais. Irracional por natureza, o que guia estes
animais são instintos totalmente diferentes dos
humanos e, quando vemos a pingüim fêmea lamentar a
rachadura do ovo pois ficou mais tempo sob o gelo do
que poderia, não podemos aceitar palavras lamentando
o ocorrido como se o animal fosse uma mãe que perdeu
um filho. Naquele momento, a ave expressava o
fracasso de não conseguir dar continuidade a um
ciclo que é instintivo, e não por amor como faz
entender o diretor.
Essa contradição pode ser comprovada ao final do
filme. Os pingüins que acabaram de nascer são
praticamente abandonados pelos mais velhos que
voltam ao mar e passam as responsabilidades aos mais
novos. Alguns jamais conseguirão sobreviver às
adversidades da nova vida, outros realizarão a mesma
epopéia que acabamos de acompanhar no próximo ano.
Essa é a prova de que tudo não passa de instintos,
de uma obrigação natural, distante de sentimentos
fraternais como o diretor faz questão de mostrar. É
difícil aceitar a humanização das atitudes dos
animais quando os mesmos pingüins que choram por
amor aos filhotes num primeiro momento os abandonam
em seguida. Um vacilo do diretor que tentou
transformar o documentário em um filme “Disney”.
Mas isso não atrapalha o resultado. A determinação
em perpetuar a espécie é o tema central do filme e o
diretor conduz o espectador a admirar cada vez mais
os pingüins, animais de comportamento desconhecido
da maioria da população mundial. Esse
desconhecimento jogou a favor do francês que contou
com a curiosidade do público em relação a espécie
para garantir o sucesso. As belas paisagens do
continente gelado contribuem para um espetáculo que
excursiona o espectador ao fim do mundo de maneira
encantadora. Livre-se do preconceito, supere as
frases engraçadinhas e não perca essa viagem visual.
Direção: Luc Jacquet
Ano: 2004 - França
Duração: 85 min.
Livre
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Filme:
Ótimo:
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Regular:
Crítico: Wilson
Gotardello - Jornalista -
gotardello@yahoo.com.br
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